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Minerva aposta na startupTraive

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, anunciou ontem mais um aporte com recursos do fundo que criou para operações de corporate venture capital. O investimento, de US$ 3 milhões, será na nova rodada de captações (séries A) da startup Traive, que deverá chegar, no total, a US$ 15 milhões. 

Fundada em 2018 nos Estados Unidos, a Traive usa inteligência artificial e análise de dados para oferecer soluções financeiras como crédito e seguro a pequenos e médios produtores de soja, milho, algodão, trigo, cana e café. Com atuação nos EUA e no Brasil, a agfintech já recebeu aporte de fundo gerido pela SP Ventures e também das gestoras americanas Bread & Butter Ventures e Techstars. 

A Traive atua basicamente em três frentes: soluções digitais de crédito – que movimentam cerca de R$ 1,5 bilhão no Brasil -, finanças estruturadas e securitização digital. Está se preparando para chegar a 3 milhões de produtores brasileiros, e os recursos que serão captados na rodada de investimentos com participação da Minerva darão fôlego à expansão.

“Temos que lembrar que esse universo de produtores têm uma necessidade de ‘funding’ estimada em US$ 65 bilhões por safra”, afirma Edison Ticle, diretor de finanças e relações com investidores da Minerva – deixando claro que são boas as perspectivas para os negócios da Traive. 

A Minerva informou ainda que, além do aporte, pretende contribuir com seu histórico operacional e sua base de dados para que a Traive expanda a atuação para a pecuária. 

O braço de corporate venture capital da empresa de carne bovina tem foco em startups e em empresas de tecnologia relacionadas – ou que podem ter relação – à sua cadeia de valor. A Traive é a quarta investida com recursos do fundo, que inicialmente somavam US$ 30 milhões. 

Desde que foi criado, em meados de 2020, o fundo investiu US$ 4 milhões na Clara Foods, foodtech também americana, R$ 29 milhões na Shopper.com.br, que desenvolveu um sistema online de compra e reabastecimento de itens de consumo doméstico, e US$ 5 milhões em uma joint venture com a Amyris para desenvolver novos produtos. “Faltava em nosso portfólio um investimento na área financeira”, afirma Ticle.

A Clara Foods desenvolve proteínas alternativas por meio de um processo de fermentação livre de animais para uso na indústria de alimentos, cuja demanda por produtos plant based é crescente. Essa área também está na mira da joint venture com a Amyris, que se concentra no segmento de proteínas recombinadas via processo de fermentação e isentas de proteína animal. 

As negociações da Shopper, por sua vez, são concentradas em alimentos e produtos de limpeza e higiene. A empresa não trabalhava com alimentos perecíveis, introduzidos no cardápio com a entrada da Minerva, que auxilia a parceira com fornecimento de produtos e gerenciamento de vendas de carnes.

Em suas investidas, afirma Ticle, a Minerva também participa, se necessário, com medidas de apoio à gestão e à governança. “Quando uma startup dá certo, sua curva de crescimento é exponencial, o que pode gerar muitos desafios”. 

O executivo não dá “spoiler”, mas diz que, no momento, a Minerva avalia uma dezena de empresas que podem ser alvo de aportes do fundo. Quatro delas já estão em sua mesa. 

Fonte: Valor Econômico.

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