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Milho será fiel da balança para colheita recorde de grãos

A produção brasileira de grãos deverá somar 246,4 milhões de toneladas nesta safra 2019/20, conforme levantamento divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume é 0,2% maior que o projetado pela estatal em outubro e, se confirmado, representará um aumento de 1,8% em relação ao registrado no ciclo 2018/19. Em geral houve poucos ajustes, e pequenos, em relação ao cenário traçado no mês passado.

A safra está em fase de plantio e deverão ser ocupados, no total, 64,1 milhões de hectares, principalmente com soja, milho, arroz, feijão, algodão e trigo. Trata-se de uma área 1,4% maior que da temporada passada. A produtividade média das lavouras está calculada pela Conab em 3.844 quilos por hectare, mesmo patamar de 2018/19. Para o cultivo de milho safrinha, que só começará em janeiro, depois de colhida a soja de verão, e de trigo, cuja semeadura terá início em maio, a Conab ainda repete os números da safra 2018/09.

Segundo os novos números da Conab, a colheita voltará a ser puxada pela soja. A estatal estima que o grão ocupará 36,7 milhões de hectares, 2,3% mais que em 2018/19, com produtividade média de 3.292 quilos por hectare, 2,7% maior. Assim – e apesar do atraso da semeadura em polos do Centro-Sul -, a colheita da oleaginosa passou a ser projetada em 120,9 milhões de toneladas, avanço de 5,1% ante o ciclo passado.

Com esse volume, o Brasil vai liderar a produção global de soja, à frente dos EUA. E também manterá a ponta nas exportações, como tem acontecido nas últimas safra. Segundo a Conab, os embarques do grão atingirão 72 milhões de toneladas, 2 milhões a mais que em 2018/19.

Destaque na safra 2018/19 no Brasil, quando bateu recorde, a produção de milho deverá registrar modesto recuo neste ciclo 2019/20, mesmo que mantido o bom desempenho da safrinha. O levantamento divulgado pela Conab mostra que a colheita do cereal deverá totalizar 98,4 milhões de toneladas, 1,7% menos que na temporada passada.

A projeção considera uma área de cultivo no verão de 4,1 milhões de hectares, 0,9% maior que na temporada anterior, mas ainda a mesma área plantada na segunda safra de 2018/19 (12,9 milhões de hectares). Assim, a colheita de verão está prevista em 26,3 milhões de toneladas, um incremento de 2,4%, e a da safrinha, por enquanto, permanece calculada em 70,9 milhões, mesmo volume recorde colhido este ano.

A estatal passou a identificar também uma terceira safra, semeada na região da Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), no Amapá e em Roraima, com calendário agrícola semelhante ao do Hemisfério Norte e colheita projetada em 1,2 milhão de toneladas, 5% menos que a colhida neste ano.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, prega “comedimento”, já que a maior parte do milho só será plantada a partir do início de 2020 e há riscos climáticos em Estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. Com a demanda aquecida e os preços elevados do cereal, a Pasta teme que alguns produtores plantem milho fora da janela ideal.

Como também prevê riscos para a safrinha, o IBGE estima a colheita total de milho em 92,7 milhões de toneladas no ano que vem, queda de 7,5% em relação ao volume deste ano. E, com isso, o primeiro prognóstico do instituto para a produção conjunta de grãos do país em 2020 indicou um volume de 238,5 milhões de toneladas, queda de 1%.

Também por enquanto, a Conab projeta as exportações brasileiras de milho em 34 milhões de toneladas em 2019/20, 5 milhões a menos que o recorde calculado para 2018/19. Mas, independentemente das incertezas que ainda cercam o tamanho da oferta, essa queda também considera um aumento da demanda doméstica para a produção de ração para aves e suínos e também para a fabricação de etanol.

Igualmente importante no campo e na balança comercial, o algodão teve seu volume de colheita ajustado pela Conab para 2,7 milhões de toneladas na safra 2019/20. Esse volume é 0,2% superior ao colhido em 2018/19. A Conab calcula que a semeadura tenha se espalhado por 1,6 milhão de hectares, 1,8% mais que no ciclo passado, e prevê uma produtividade média de 1.658 quilos por hectare, queda de 1,6%.

As exportações da pluma foram estimadas em 2 milhões de toneladas, 600 mil a mais que em 2018/19, o que poderá manter o Brasil na segunda posição entre os maiores exportadores, atrás dos EUA, como no caso do milho.

Para os básicos arroz e feijão, o quadro é de poucas mudanças, como tem sido a tônica nas últimas temporadas. A produção de arroz deverá atingir 10,5 milhões de toneladas, 0,2% mais que na temporada passada, e a de feijão tende a somar, no total (são três safras por ciclo), 3 milhões de toneladas, mesmo patamar de 2018/19.

Armazenagem

A capacidade de armazenagem agrícola no país alcançou 175,5 milhões de toneladas no primeiro semestre, 3,5% mais que no mesmo período de 2018, segundo o IBGE. O total de estabelecimentos ativos cresceu 2,4%, para 7.977 de unidades. O estoque de produtos agrícolas, por sua, somava 63,7 milhões de toneladas no fim de junho, um aumento de 9,4%. O maior volume estocado era de soja em grão (34,8 milhões de toneladas), seguido por milho (18,5 milhões), arroz (4,6 milhões), trigo (1,9 milhão) e café (1,1 milhão). 

Fonte; Valor Econômico.

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