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29 de outubro de 2008
Mercados Futuros – 30/10/08
31 de outubro de 2008

Mercado mundial da carne bovina – perspectivas para o Brasil

As previsões de médio e longo prazo para o mercado mundial de carne bovina são muito favoráveis para o Brasil e vale a pena analisá-las agora, nesse momento em que a crise no mercado financeiro mundial, começa a ter efeitos na economia real. Os países desenvolvidos devem crescer muito pouco nos próximos anos. O crescimento virá dos países emergentes. A China revisou sua previsão de crescimento em 2008, de 10,1% para 9,0%, um número ainda bastante expressivo.

As previsões de médio e longo prazo para o mercado mundial de carne bovina são muito favoráveis para o Brasil e vale a pena analisá-las agora, nesse momento em que a crise no mercado financeiro mundial começa a ter efeitos na economia real. Os países desenvolvidos devem crescer muito pouco nos próximos anos. Nos EUA e Reino Unido, a crise já chegou à economia real, com claros sinais de recessão. O crescimento virá dos países emergentes. A China revisou sua previsão de crescimento em 2008, de 10,1% para 9,0%, um número ainda bastante expressivo.

O gráfico abaixo, uma previsão do FMI, indica um crescimento do PIB mundial na ordem de 3,9% em 2008, 3% em 2009, 4,2% em 2010, 4,8% em 2011. Ou seja, depois de alguns anos de forte crescimento, em 2008 e 2009 o mundo cresce menos, iniciando uma recuperação entre 2009-2010. No gráfico, a linha azul representa os países emergentes, a vermelha os desenvolvidos e a cinza a média mundial.

Gráfico 1. Crescimento do PIB mundial de 1990 a 2013

A demanda mundial por carnes no mundo cresce graças ao aumento da população, aumento da renda per capita e urbanização (ou seja, mais pessoas vivendo em cidades e menos no campo). O consumo vai aumentar onde isso mais ocorrer, logo pode-se esperar crescimento de consumo em países emergentes, em crescimento e com aumento do percentual da população que vive nas cidades. O país que melhor representa as mudanças causadas por essas três grandes tendências é a China.

Países emergentes

O Brasil, em 2008, concentrou muito mais suas exportações para países em desenvolvimento, em especial para países exportadores de petróleo. A impossibilidade de exportar grandes volumes para UE, devido a problemas com rastreabilidade, ajudou nessa concentração. A China, por exemplo, consome hoje 24% de toda carne (suína, aves e bovina) do mundo. E é o país onde o consumo mais vai aumentar (em volume absoluto) até 2015.

Gráfico 2. Crescimento do consumo mundial de carne bovina


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Rússia

O principal país comprador do Brasil em 2008 é a Rússia, com 31% de toda carne bovina exportada pelo Brasil. Em março desse ano, a revista inglesa The Economist publicou uma reportagem sobre a economia russa e sua dependência do petróleo. Analisava que o país tinha melhorado muito de situação nos últimos anos, com crescimento de quase 7% ao ano. Os salários na Rússia passaram de US$125/semana em 2002, para US$500/semana em 2007, segundo Sergey Yushin, presidente da NATMEAT (associação russa de empresas de carne).

Mas isso ocorria graças às exportações de petróleo, segundo a revista, e que o país não tinha feito uma série de reformas, como combate à corrupção, e investimentos em produção. Previa um cenário negativo para o futuro. No entanto, de março para setembro, o petróleo só subiu, saindo de um patamar de US$100/barril para mais de US$140/b em julho. Ou seja, depois de março, a alta do petróleo mascarou ainda mais as fragilidades apontadas. O problema é que atualmente o petróleo está valendo por volta de US$60/b.

Gráfico 3. Preço do barril de petróleo


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Países desenvolvidos

As importações também devem crescer nos EUA e UE, graças à limitação de oferta interna e demanda constante. Segundo dados da Gira (consultoria européia de carnes), os EUA são o segundo país (depois da China) que terão o maior aumento absoluto nas importações. Em tempo, os EUA são hoje os maiores importadores de carne bovina do mundo, mercado que o Brasil ainda não atinge, devido a impasse na área sanitária.

A UE também terá aumento nas importações (e redução das exportações). O custo de produção na Europa cresce, abrindo cada vez mais espaço para outros países, como Argentina, Uruguai, Paraguai e principalmente Brasil. A UE, que há cerca de 10 anos exportava um milhão de toneladas por ano, deve passar em poucos anos para importador de um milhão de toneladas. Ou seja, passa de concorrente do Brasil nas exportações (vendedor), para importador (cliente ou comprador) do Brasil.

Para atingir mercados em países desenvolvidos, será preciso se adequar às regras e normas de cada país. Hoje o Brasil está fora dos EUA devido à aftosa, e fora da UE por causa da rastreabilidade. A meta da ABIEC é começar a exportar para os EUA, tendo como previsão de receita com as exportações totais do Brasil para 2013, US$ 13 bilhões, quase três vezes o valor atual.

Desafio ambiental

Os desafios para o Brasil conseguir aumentar suas exportações também passam pela questão ambiental. Essa será uma exigência cada vez maior e o Brasil precisará ter uma postura mais pró-ativa. A imagem brasileira lá fora, frente a essa situação é negativa e esse tema será explorado cada vez mais por concorrentes e lobistas.

Produção de carne no mundo

Em setembro, ocorreu na África do Sul o principal evento mundial dedicado ao mercado mundial de carnes, em especial bovina, suína e ovina, quando palestrei sobre as tendências da produção e mercado no Brasil. Mais de uma dezena de palestrantes apresentaram dados, tendências e expectativas para a produção e mercado de carnes, em inúmeras regiões do mundo. Os principais países produtores, importadores e exportadores estavam representados. Ficou muito claro que o consumo de carnes vai crescer muito nos próximos 10 anos. No caso da carne bovina, a grande questão é a oferta, a produção.

A principal lição que tirei do congresso foi que o mundo entende cada vez mais que produzir carne bovina é caro, demorado e difícil.

A situação da UE e dos EUA é parecida. Não há perspectiva de aumento do rebanho, os custos aumentam e a produtividade não tem muito como crescer. A Rússia tem diversos planos de investimento visando aumentar a produção própria de carne suína e de frango, mas tem grande dificuldade de aumentar sua produção de gado de corte. Seu rebanho bovino diminuiu enormemente, em menos de 20 anos caiu para 1/3 do rebanho de 1990.

Devido à oferta limitada e dos custos de produção (e preços) mais altos que outras carnes, o consumo mundial de carne bovina cresce, mas menos que outras carnes.

Os dois grandes aumentos da produção de carne bovina para os próximos 10 anos devem vir da China e do Brasil. A produção chinesa é quase toda voltada para o mercado interno. O problema na China é a falta de água, que pode impedir esse crescimento.

Gráfico 4. Escassez de água no mundo


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Nesse cenário em que muitos países produtores tendem a não aumentar sua produção (ou a diminuir), pelo fato da avaliação econômica da atividade ser negativa, o Brasil ganha espaço, em especial os mais eficientes, produtivos e lucrativos.

23 Comments

  1. Bruno Ricardo dos Santos Pupin disse:

    Interessante.

  2. Helvecio Oliveira disse:

    Parabéns pelo artigo, suscinto mas, sobretudo, riquíssimo em informações valiosas.

  3. Gustavo Juñen disse:

    Excelente análisis. Los paises en desarrollo tenemos en esta crisis, nuestra oportunidad. No la desperdiciemos.

  4. Jogi Humberto Oshiai disse:

    Caro Miguel,

    Como não poderia deixar de ser o editorial é rico em informações de diversas fontes e muito bem colocadas nos pontos que abordou. Acredito que seria importante adicionar a importância das questões sócio-ambiental e a de bem-estar animal que deveriam ser motivos de estudos técnicos e não políticos no Brasil.

    Como é de teu conhecimento, o MAPA tem tomado iniciativas até mesmo a nível internacional no que se refere ao bem estar animal (e.g. – conferência internacional organizada pela Comissão Européia, em Bruxelas, e mais recentemente no Congresso Internacional de Carne na África do Sul que você participou).

    A meu ver, o tema em apreço, assim como o da rastreabilidade, deveria ser de responsabilidade da Secretária de Defesa Animal do MAPA ao invés da Secretária de Produção, especialmente por ter a SDA técnicos habilitados a acompanhar as missões de inspeções da UE, OIE e de outros países importadores de carne do Brasil, que serão futuramente encarregados de realizar inspeções relativas ao bem estar animal também.

    Vale também lembrar que “if you promise you have to deliver it” (se você prometer, você tem que implementar). Assim, as informações fornecidas atualmente pelo MAPA aos parceiros comerciais em foros internacionais podem acarretar ao setor produtor/exportador custos adicionais para implementar sistema que ainda não é exigido pelos países importadores, e que pode futuramente acabar nos prejudicando por ter estabelecido exigências desnecessárias e que possivelmente não serão devidamente implementadas a exemplo do que se passou e tem passado com o SISBOV.

    Tenho sempre insistido junto aos ex-colegas do governo estadual e federal, assim como aos colegas e amigos do setor privado, que temos que levar sempre em consideração a dimensão territorial do Brasil e as “manias quase que culturais” ainda existentes no setor produtor/exportador antes de tentar aumentar o paradigma sanitário, além do mínimo necessário, para atender as exigências dos países importadores e, sobretudo, não criar ou tentar implementar sistemas ou leis que não seremos capazes de dar garantias suficientes aos nossos parceiros comerciais.

    No que se refere ao primeiro tema eu preferiria me pronunciar sobre o desenvolvimento sustentável não do ponto de vista de barreira não tarifária, mas como uma necessidade real para o benefício do setor e do Brasil.

    Acredito que muitos dos leitores do BeefPoint têm conhecimento de que as indústrias do setor, as sérias, assim como proprietários de confinamento, estão criando no seio de suas empresas setores que se ocupam somente deste tema, que geram receitas ao produzir energia além de evitar poluição desnecessária aos nossos rios por meio de tratamento de lagoa de efluentes e também ao clima por meio de redução de emissão de CO2 que também possibilita entrada extra com a venda de créditos de carbono.

    Vale ressaltar que, até antes da crise financeira, os investidores brasileiros ou estrangeiros que investiam no setor se preocupavam com a sanidade do rebanho brasileiro e, igualmente, com o desenvolvimento sustentável. Desta forma, uma eventual barreira não tarifária passa a ser um detalhe importantíssimo uma vez que temos todos conhecimento que no setor as indústiras aprenderam a ter ganhos financeiros também com “papéis”. Assim, o desenvolvimento sustentável hoje deve fazer parte da realidade do empresário brasileiro sério do setor, assim como já fez parte de discursos do ex-Comissário Europeu de Comércio Mandelson, Lamy e Cia Ltda que ditam de certa forma as regras do comércio internacional.

    Finalmente, vale reiterar que a UE continua a insistir na sua agenda política para melhorar as condições climáticas no mundo, ao ponto de ter cogitado a suspensão de tarifas (ou seja, 0%) para determinadas indústrias relacionadas a energias não poluentes e energias renováveis, que tenham específicas conexões com mudanças climáticas.

    Como acredito plenamente nas minhas convicções em relação a este tema, valeria a pena ainda reiterar que o Brasil deveria aproveitar o novo enfoque comunitário para continuar a investir na sanidade animal e também utilizar novas formas de energia nas suas indústrias do setor, para agregar o valor “green” (verde), equivalente a não poluente. Devemos, portanto, ter o devido cuidado com a política energética, agrícola e industrial, especialmente nos temas relacionados ao agronegócio, de forma a agregar valor aos produtos brasileiros com vistas a aumentar o acesso ao mercado comunitário e, igualmente, para melhorar as condições sociais e do meio ambiente especialmente no Brasil.

    A responsabilidade para atingir este objetivo é de todos e assim temos que continuar lutando para manter a posição de primeiro exportador de carne bovina do mundo, não somente em volume, mas em qualidade e preço, o que só será possível por meio de credibilidade. E isso se inicia com “rastreabilidade”, embora ainda tenha dúvidas sobre atual Sisbov e, sobretudo, na capacidade do Brasil conseguir implementar e controlar o atual “check list”.

    Forte abraço,

  5. Julio M. Tatsch disse:

    Prezado Miguel

    Parabenizo a sua abordagem “macro” sobre o mercado de carnes. Artigos como o seu lançam flash de luz sobre o futuro do setor, auxiliando os pecuaristas a planejarem os prováveis cenários do negócio pecuário.

    Torço para que um maior número de colegas pecuaristas, passem a avaliar o negócio como um “todo”, na tomada de suas decisões. Portando deixando de basear suas decisões exclusivamente nos aspectos internos da produção.

    Como você destacou, o mundo percebe que produzir carne bovina é caro, no entanto temos muitos colegas, que relutam em inserir em seus cálculos do custo de produção os seus custos fixos, destacando os relacionados ao custo da terra!

    Os produtores tem inserido no seu DNA, o gene do otimismo em produzir o máximo possível, todavia os últimos períodos de valorização da carne bovina, evidenciaram que isto somente ocorreu pela redução da oferta. Por este motivo devemos estar alertas e atentos ao impulso de produzir mais a custas de financiamentos, impactando negativamente a renda do pecuarista de duas formas, pela maior oferta futura com a respectiva redução dos preços e pelo maior custo de produção desta produção adicional.

    Devemos ter em mente, que os frigoríficos só entendem a linguagem de força, para “cederem” parte de seus ganhos. Acrescido que vender produto barato (acrescido de sua margem de lucro) é mais fácil e menos trabalhoso para os frigoríficos, do que procurar buscar os preços máximos de venda. Aos descrentes, deixo a pergunta, os frigoríficos não poderiam ter buscados preços maiores de dólares, anos atrás, poupando a vida de milhares fêmeas aptas a reprodução?

    Mas o mal do passado virou bem para os pecuaristas sobreviventes, pois graças a esta matança de fêmeas hoje temos preços que cobrem os custos de produção.

    Novamente, atenção com os aumentos de produção. Triste constatação para um técnico, mas nossa sustentabilidade depende do lucro!

  6. Esdrhas Sestak Rodrigues disse:

    Muito valioso este assunto. Mas os custos de produção no Brasil subiram muito, em especial os adubos e sais mineirais e gado para reposição. O uso da alta tecnologia na pecuária envolve boa genetica e alta adubação.

  7. jose carlos santana cavenague disse:

    Parabéns pela clareza da exposição das perspectivas para os próximos 4/5 anos. Um artigo deste faz com que os nossos orçamentos para os anos futuros tenham uma lógica forte e não chutes.

    Muito obrigado, o fluxo de caixa agradece.

  8. Carlos Alberto Borges disse:

    Caro Miguel,

    Parabéns pelo artigo. Qual a sua avaliação sob os possíveis reflexos desta crise mundial nos subsídios oferecidos aos produtores do EUA e UE. Gostaria muito de presenciar uma concorrência mais justa com estes países.

    Sucesso.

  9. Paulo César Colla disse:

    Caro Miguel,

    Excelente abordagem e visão de futuro do mercado mundial de carnes e o caminho muito claro para nós brasileiros e maiores exportadores é o do profissionalismo na atividade, através de ações integradas na cadeia.

    Infelizmente a questão é dificil quando sobretudo a política é necessária para negociar acordos, entender exigências de blocos econômicos e barreiras tarifárias e não tarifárias, mas assim é o mercado mundial que opera com regras as quais precisamos entender e nos adaptar e em alguns momentos “bater o pé”, e isso passa por questões como a rastreabilidade e a sanidade.

    É fundamental hoje o produtor buscar nas empresas de insumos parcerias que lhe tragam serviços adicionais como treinamentos de mão de obra, programas sanitários sugeridos, enfim ações dirigidas a melhorias efetivas que estão focadas nessas tendências macro-econômicas e que surtem resultados práticos e aumento do lucro, aliás essa palavra hoje vem sendo sempre interpretada como diminuição de custos e isso não é verdadeiro, o lucro também pode ser obtido aumentando as vendas e agregando valor na produção, através de ações sustentáveis.

    Hoje a Merial se orgulha e realizar um trabalho com foco em capacitação de pessoas (peões e capatazes de fazendas em todo o Brasil) onde trabalha orientando essa mão de obra em Bem Estar Animal, Check list de Vacinas e Vacinações, Boas práticas em sanidade e isso reflete em melhorias, pois abre muitas oportunidades para facilitar processos de certificações.

    Em resumo precisamos aprender a realizar Alianças Estratégicas e com elas fortalecer ainda mais o nosso mercado, ampliá-lo e gerar resultado positivo em toda a cadeia, pois assim ganhamos todos.

  10. Paulo Cezar Campos disse:

    Miguel,

    Agradeço pelo artigo, que nos dá uma perspectiva boa nesse momento de incertezas.

    O produtor, principalmente o iniciante como eu, está numa encruzilhada: os preços para a reposição nunca estiveram tão altos. O senso comum, empírico, é de que após o pico vem a queda. Com essa crise mundial, com a desaceleração do crescimento, ameaça de recessão, corremos o risco de comprar bezerro a R$ 750,00 e vender o boi daqui a dois anos pelo mesmo preço?

    Ou seja, corremos o risco de sermos atingidos pela onda que atingiu os pequenos investidores na bolsa, que compraram ações quando a BOVESPA estava a 70.000 pontos e hoje ela se encontra no patamar de 30.000? Se alguém puder me responder, agradeço.

    A única variável que pode me segurar no negócio, pequeno, que tenho como investimento alternativo, e a equivalência entre boi/bezerro. Ou seja, se o boi cair o bezerro também cairá. Assim, se o preço do boi cair compro/troco por bezerros novamente e espero até a nova alta para sair. Da mesma forma que os investidores na bolsa vão ter que esperar “para realizar seus ativos”. O problema é que depois do crash de 1929 o índice Dow Jones levou vinte e sete anos para se recuperar.

    Obrigado!

  11. Miguel da Rocha Cavalcanti disse:

    Olá Carlos Alberto Borges,

    Obrigado pela carta.

    Os subsídios dos EUA e UE dificilmente serão modificados devido essa crise financeira.

    Na pecuária de corte, os EUA e UE devem diminuir em importância, no mercado mundial, como exportadores. O futuro desses países é comprar (importar) mais.

    Fica aqui nosso desejo de que o Brasil saiba aproveitar essas oportunidades, e trabalhar para ter acesso efetivo ao mercado dos EUA e UE.

    Abraços, Miguel

  12. Miguel da Rocha Cavalcanti disse:

    Olá Paulo Cezar Campos,

    Obrigado pela carta.

    Dificilmente os preços do boi e do bezerro irão oscilar como as ações da bolsa.

    Estamos passando por um momento de oferta ajustada, que pode ficar ainda mais justa em novembro-dezembro-janeiro.

    É de se esperar, também, que os preços do boi e do bezerro continuem relacionados. O que deve diminuir é a relação de troca bezerros X boi, mas a margem bruta na reposição deve se manter estável.

    Abraços, Miguel

  13. Fernando Moura disse:

    Prezado Miguel,

    Parabenizo pela excelência do artigo. Sua visão “macro” não nos deixa dúvidas de que realmente vivemos um momento ímpar no cenário internacional.

    Faço crer, no entanto, que é hora, mais do que nunca, de reconhecermos e profissionalizarmos no que mais sabemos fazer: produzir.

    Não nos esquecendo de pleitearmos, junto às nossas representaçôes póliticas, medidas que possam ir, verdadeiramente, de encontro ao tripé: viabilidade, sustentaçâo e consolidaçâo do processo produtivo, dentro do novo contexto mundial.

    Um grande abraço a você e aos amigos leitores.

  14. Osvaldo Chibiaque de Lima disse:

    Prezado Miguel

    Parabenizo pelo belo artigo, ajuda-nos a atualizar nossos conhecimnetos,

    Levando informações a nossos clientes e possibilitando a discussão de assuntos atualizados relativos a área que atuamos, somos compradores de gado gordo para frigorifico Mercosul.

    Grande abraço

  15. Jorge Ernesto Macedo Geisel disse:

    Somos um país com longa tradição de perdas em face das oportunidades. Os juros extorsivos, a falta de uma política agropastoril consistente, aliada aos fatores negativos de uma infraestrutra deficiente para a circulação das riquezas, tudo somado à burocracia desmedida e à tributação infame, à insegurança jurídica e desrespeito crescente ao direito de propriedade, podem transformar nosso boi em mero bezerro de ouro. Lamentável!

  16. Antonio Carvalho disse:

    Olá Miguel,

    Mito bom seu artigo sobre as perspectivas mundiais para a carne.

    E tambem acho que o Brasil deveria se organizar melhor para aproveitar as oportunidades que estão surgindo.

    Para mim, o produtor é o ponto mais delicado da cadeia produutiva da carne, que fica sempre entre os fornecedores de insumos (que tem seus preços mais ou menos equalizados e impostos ao mercado) e os frigorificos (que tambem impõe o preço da carne, com pouco esforço visivel para buscar vendas melhores, com a valorização do nosso produto e consequente melhores preços para o produtor).

    Uma saida para esta situação seria uma maior organização dos produtores, em cooperativas talvez, para melhorar seu poder de barganha nas compras e para conduzir temas dificeis com os frigorificos como: valorização da uniformidade dos lotes, valorização do acabamento, valorização do couro, dos cortes especiais, etc, alem de melhorar a escala e o poder de negociação.

    Existem iniciativas neste sentido no Brasil? Poderia informar se no MT existe algo neste sentido?

    Um abraço.

  17. Wandell Seixas disse:

    Tive oportunidade de assistir palestra do Miguel, terça-feira, em Goiânia com abordagem idêntica a do artigo.

    Excelente o seu trabalho, com uso de muitas fontes de valor e inúmeros dados. Seu trabalho traça uma visão do presente com perspectivas do futuro. Ele não fica na choradeira típica de muitos que querem sempre pintar o quadro de negro. Ainda mais agora com a crise financeira.

    O Miguel anima o pecuarista ao ligar a tomada de luz e mostrar a realidade e, naturalmente, as tendências de mercado com base em informações concretas disponíveis hoje. Há uma demanda de carne e a oferta é restrita, o que dentro da lei da oferta e da procura, as possibilidades são boas aos pecuaristas brasileiros.

  18. Pedro Junqueira Netto disse:

    Caro Miguel,

    Fiquei curioso com sua perspectiva do crescimento do consumo da carne animal e até concordo, mas me pergunto por que a exportação do Mato Grosso do sul caiu 20%? Porque o preço da carne no Brasil não resiste os R$ 90,00/@? Porque o nosso vizinho Chile não importa carne brasileira e sim paraguaia? Ou tudo isso não é verdade?

  19. Jean-Yves Carfantan disse:

    Bom dia,

    Estive com duas dúvidas ao ler essa matéria do Miguel:

    a) Será que a Russia vai aumentar as suas importações se o preço do barril permanecer abaixo de 70 dólares?

    b) O World Meat Congresso aconteceu em setembro. De lá para cá o mundo entrou numa grande depressão. Será que as previsões feitas em setembro ainda fazem sentido?

    Abraço a todos.

    Jean-Yves Carfantan

  20. Henrique Heinz de Freitas disse:

    Concordo com Jean-Yves Carfantan, o preço do boi está num patamar difícil de ser computado todos seus custos de produção. Será que essa mudança no cenário mundial não vai afetar, no caso o Brasil, que não tem uma política agrícola bem definida?

  21. Gustavo Andrade Rocha disse:

    Caro Miguel,

    Como Diretor da Lanila Agropecuária, maior produtor de carne ovina do Brasil, quero te dar os nossos parabéns pelo excelente artigo.

    Claro, curto e embasado. Tenho a convicção que a sua visão está correta e que não é possível que depois de “longo e tenebroso inverno” a atividade pecuária vá voltar a ser rentável.

    Abraço,

  22. Humberto de Freitas Tavares disse:

    O real caiu bastante até mesmo quando comparado ao Euro. Com relação ao dólar, nem falar.

    A triangulação de carne via Egito e outras praças vem funcionando muito bem. Até a Cotril agora entrou na dança.

    Sorte do europeu, que vai poder comer carne “egípcia” e continuar com as importações de Botswana.

    Os frigoríficos exportadores vão nadar de braçadas, pois a carne barateou muito.

    Em breve vamos vê-los se engalfinhando pelo nosso escasso boi gordo. Azar do Sisbov.

    Quem viver, verá!

  23. João Luís Chichorro disse:

    Miguel, muito bom!

    Como sou um executor, diria para você que estamos trabalhando no sentido de tornar nossas ferramentas de trabalho cada vez mais eficientes e competitivos perante as crises mundias, que sempre existiram e sempre existirão, isso nos faz crescer.

    Inclusive para 2009, estamos lançando no mercado brasileiro os moinhos de rolo. Lembra?

    Isso nos tornará mais eficientes e mais uma vez colaboramos com os produtores de gado confinado a superar as crises, com competência técnica e sem subsídios!

    Grande abraço,

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