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Mercado de crédito de carbono para a pecuária

Focando no que realmente importa e sei fazer de melhor que é a Inteligência de Mercado e Inovação Biotecnológica, me pergunto até onde pode ir o Programa da Agricultura de Baixo Carbono “ABC”, no vocabulário limitado em orçamento da pecuária brasileira, em que as letras mais soletradas no alfabeto do produtor são: Não tem dinheiro! Por Anderson Polles.

Por Anderson Polles.

Após 20 anos da Eco 92 e a 5 dias da Rio + 20, questiono o quanto longe estamos de atingir as metas traçadas no Protocolo de Kyoto para redução das emissão de gases de efeito estufa (Dióxido de Carbono CO2, Metano CH4, Óxido Nitroso NO2, etc…) e tento corajosamente, mas não solitário, quantificar o peso da pecuária na mudança do clima.

Longe de juízos de valor que imputam o grave crime aos inocentes bovinos por sua erucção e liberação de metano, gás 21 vezes mais poluente que o CO2, na atmosfera. Quero primeiramente erguer a bandeira azul da ONU para evitar ser alvejado por ambientalistas ou bancada do agronegócio, em tempos de Guerra do Código Ambiental, em que imperam rajadas de emendas pra – cá, bomba de mandato de segurança para lá. Senhores: proponho acordo de trégua no tema.

Focando no que realmente importa e sei fazer de melhor que é a Inteligência de Mercado e Inovação Biotecnológica, me pergunto até onde pode ir o Programa da Agricultura de Baixo Carbono “ABC”, no vocabulário limitado em orçamento da pecuária brasileira, em que as letras mais soletradas no alfabeto do produtor são: Não tem dinheiro!

Com custos de manutenção de pastagens estimados em 2011 em 800 R$ e o de formação em 1.200 R$ (em São Paulo), estando 70 % das pastagens brasileiras em estado de degradação, mesmo não concordando com esse número (70 % é muito, é melhor usar os dados do Rally da Pecuária, mais realistas), o utilizo para cálculo. Em valores absolutos temos:

Sem querer esnobar o incentivo governamental que nesse momento é bem vindo, destinando 30 % de 3,15 Bilhões do Orçamento do Programa para a pecuária, isso corresponde a 945 Milhões, dividindo-se pelo Custo de Mudança de Estátus para manutenção e formação de pastagem R$ / ano, temos 5,49 vezes o orçamento, ou melhor 5,49 anos, “Resultado Bom!?”.

Lembro-me das aulas de Forragicultura na Faculdade: “Uma pastagem se bem manejada pode perdurar por 20 anos”, não me perguntem o autor da frase (Herilng, 2001 ou Boin 2002).

Mas onde quero chegar com isto?

Quero mostrar que faltam 14,51 anos (20 – 5,59 = 14,51 anos) para conseguir a peripécia, o mesmo que dizer que somente o financiamento governamental não é suficiente para manter a perenidade das pastagens.

Mesmo injetando mais 945 Milhões a cada ano até completar 4 ciclos pecuários a juros de 5,5 ao ano: “Comandante Dias o avião não decola”.

Corrijam-me os engenheiros do ITA quanto aos princípios fundamentais da sustentação que fazem um avião decolar: força de empuxo, força de arrasto, peso e sustentação. Em nosso caso ou diminui-se o peso “aplica-se o dinheiro onde é mais urgente, impactante e de retorno rápido”, ou troca-se o motor “desenvolve-se um mecanismo de desenvolvimento limpo para financiamento da atividade.”

Temos também custos que não foram contabilizados dentro da tabela apresentada, como tecnologias que minimizam a emissão de metano exemplo: suplementos e rações com aditivos, integração lavoura – pecuária – floresta que dilui o custo, sendo a mais fundamental o manejo de pastagens.

“Pastagens se bem manejadas minimizam a emissão de Metano” (Bernad, 2011, Dia Dia Rural, Terra Viva, terça feira de carnaval)”.

Outros mecanismos de financiamento a pecuária “CO2 Beef Trade” deverão ser desenvolvidos para adoção de tecnologias que mitiguem a emissão de CO2, CH4 e N2O.

Para ser mais específico me aprofundarei no próximo texto.

“Pecuária é assim, investimento de longo prazo, melhor aguardar…”

Anderson Polles é graduado em Zootecnia (FZEA, 2003), Aperfeiçoamento em Agricultura Orgânica (UNIUBE, 208). Atuou no Agronegócio com Suporte de Inteligência Mercado e Inovação Biotecnológicas. Já foi Trainne/Inspetor do IBD, Técnico Agrícola/ESALQ e Pesquisador de Mercado. Hoje é Produtor em Lavínia/SP.

4 Comments

  1. Gabriel Toledo Akuda disse:

    Parabéns Polles. Ótimo artigo. Temos que deixar a religião que virou abriga pelo código florestal e pensar racionalmente no que realmente importa.
    Abraços

  2. Anderson Polles disse:

    Obrigado Gabriel

    Você em Cuiabá, bem sabe o sentimento que os Produtores tem em relação o Código, ainda mais com essa censura imposta agora pela Dilma ao Ministro Mendes Ribeiro. Ela que disse: “Antes o barulho enloquecedor da Imprensa ao silêncio da Ditadura”, não suportou um mísero comentário, infeliz ou não.
    Grande Abraço

  3. Denis Pineda disse:

    Anderson, desculpe a pergunta possivelmente tola mas não entendi a conta:
    112.000.000 ha x R$1.200/ha = R$134.400.000.000 e não R$ 134milhões como acima citado, assim os R$945milhões que o governo vai disponibilizar representariam nada menos que 0,7% do montante necessário para reformar as pastagens do território. Poderia me explicar seu ponto de vista?
    Grato

    Denis

  4. Anderson Polles disse:

    Denis peço desculpas, realmente 112 milhões x R$ 1.200,00 = R$ 134,4 bilhões (milhão 6 casas decimais, bilhão 9 casas decimais, trilhão 12 casas), mesmo assim concluímos que só o financiamento governamental não é o suficiente, e o problema é bem maior então, não chegando a financiar um ciclo pecuário, Agricultura come uns 70 % do ABC, sobra 30% para a Pecuária, uma outra conta é dos 100 %, quanto é da integração Lavoura – Pecuária, alguém por favor tem a estatística?

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