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Mercado brasileiro é o terceiro maior da Eataly

Vestido de maneira informal, no estilo adotado pelos “millennials” de Wall Street, o empresário Nicola Farinetti fez sua primeira visita à loja paulistana da rede Eataly, após ser designado o novo CEO global, há pouco mais de duas semanas. A unidade, que representa entre 4% e 5% do faturamento do grupo especializado em restaurantes e lojas de comida italiana, põe o Brasil como o terceiro mercado, atrás das operações nos Estados Unidos e na Itália.

Com 12 anos de existência, o grupo fatura cerca de € 600 milhões ao ano, tem 40 unidades em 13 países e emprega 8 mil pessoas.

O novo CEO global, filho do fundador do negócio, Oscar Farinetti, ocupava o comando na América do Norte. A estratégia prevê concentração nos mercado da América do Norte e capitais europeias, com a abertura de duas a três lojas por ano até 2030.

Aos 35 anos, diz que trabalhar com o pai foi um bom motivo para que largasse a faculdade de ciências políticas, em Turim, no norte da Itália. “Sempre fui e gostei de ser a ovelha negra da família”. Como todos eram do vinho, optou pela cerveja e entrou no Eataly, muito jovem, para cuidar desse setor.

O grupo abriu a unidade de São Paulo, e única na América Latina, em 2015. Abriga oito restaurantes e lojas especializadas em comida italiana, onde trabalham 450 pessoas. Pela loja, passam 20 mil pessoas por semana numa estimativa de que 14 mil vão aos restaurantes e o restante ao mercado. O crescimento do negócio, de cerca de 10% ao ano, tem sido mantido com um peso cada vez maior de cursos e eventos, que hoje compõem entre 5% e 10% do faturamento. Os restaurantes respondem por 60%.

O presidente-executivo Andrea Guerra, que acompanha Farinetti na viagem, diz que a sociedade na operação local permanece a mesma desde o início: 60% Eataly e 40% do grupo St Marché.

Farinetti conta que a família sempre esteve presente no varejo e seu maior desafio era a área dos restaurantes. “A loja podia ter fila na porta, mas enquanto não havia gente sentada nos restaurantes, meu pai não descansava. De manhã, ele achava que o empreendimento seria um grande sucesso, mas, à noite, pensava que tudo daria errado. A verdade é que, enquanto eu ainda cuidava das cervejas, ele já estava com a cabeça nos Estados Unidos e Japão”.

Hoje, o maior desafio para o CEO é tornar a organização “cada vez mais global e ser capaz de reunir um time capaz de entender tanto Dallas como São Paulo”.

O projeto de abrir uma segunda loja em São Paulo, provavelmente na região da Paulista, que já está nos planos há mais de dois anos, ainda não se efetivou. Falta encontrar o ponto adequado para uma loja, que não será uma repetição da atual, e que virá antes da expansão para o Rio. No mês passado, o Eataly abriu unidades em Toronto, no Canadá, e em Paris, no agitado bairro do Marais. Londres e Dallas estão nos planos para 2020. Mais à frente, Verona.

Dizendo-se pronto para encarar a nova agenda da sustentabilidade, Farinetti lembra que um dos parceiros do pai na elaboração do conceito foi Carlo Petrini, do Slow Food. “Nascemos com a ideia do alimento justo, bom e limpo. Lembre-se que a dieta mediterrânea prega comer carne apenas de duas a três vezes por semana. O certo é comer carnes de melhor qualidade, produzidas de forma correta e mais caras”. Para ele, no entanto, o discurso ecológico tem que se adaptar aos tempos.

Fonte: Valor Econômico.

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