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Meio ambiente, momento de reflexão e objetividade

O agronegócio brasileiro vem recebendo ultimamente duras críticas e penalidades por ser responsável pela degradação do meio ambiente, usando por base um código florestal desatualizado e impraticável, pois não leva em conta a realidade, nem está embasado em premissas técnicas e científicas, isto nos leva à necessidade de discutirmos o assunto de maneira objetiva, científica e sem fanatismo.

O agronegócio brasileiro vem recebendo ultimamente duras críticas e penalidades por ser responsável pela degradação do meio ambiente, usando por base um código florestal desatualizado e impraticável, pois não leva em conta a realidade, nem está embasado em premissas técnicas e científicas, isto nos leva à necessidade de discutirmos o assunto de maneira objetiva, científica e sem fanatismo.

Nós brasileiros estamos sendo levados a fazer o jogo dos estrangeiros, que de maneira nenhuma querem o bem do Brasil e dos brasileiros. Estão aproveitando das nossas divergências de pensamentos, para nos colocar uns contra os outros e com isso diminuir a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, o que lhes é muito conveniente.

Se analisarmos a realidade do meio ambiente atual, veremos que o mundo precisa de mudanças de postura: diminuição dos agentes poluidores, otimização de atividades não poluidoras e despoluição (captação de carbono de outros agentes poluidores).

Isso é uma verdade que ninguém contesta. O que se discute é quem e como mudar de postura. São necessárias mudanças de hábitos, para que esses objetivos sejam atendidos: não é só o agronegócio brasileiro responsável pelo meio ambiente, mas todos os habitantes da terra, uns mais e outros menos, dependendo de seus hábitos e costumes.

Quando começamos discutir o assunto cada um se lembra da poluição causada pelo seu semelhante e não a causada por ele. Nesse momento, começam as dificuldades para resolver o problema. A discussão que deveria ser técnica, racional e de bom senso, passa a ser sentimental, ideológica e sem embasamento técnico-científico. Todos querem diminuir a poluição com o sacrifício do outro, não o dele. Andar de carro polui, de avião muito mais, usar energia polui, enfim tudo que se faz tem impacto ambiental. Uns mais outros menos. Devemos analisar alguns dados, que normalmente não são divulgados, vamos a eles:

• Os Estados Unidos possuem somente 4% da população mundial, mas produzem mais de 25% dos gases do efeito estufa.
• A Europa, fora a Rússia que detinha originalmente 7% da mata mundial, hoje tem apenas 0,10% da mata mundial e apenas 0,2% da sua mata original.
• A América do Sul detinha 18,2% da mata mundial e hoje tem 41,40%.
• Porém o Brasil em especial, detinha 9,8% da mata mundial e hoje tem 28,30% da mata mundial. Da sua mata original, ainda detém 69,4%.
• Sendo assim, em questão de preservação o Brasil foi o país que mais cuidou de suas florestas. Nenhum outro país tem moral para exigir mais do Brasil.

Se temos uma necessidade mundial por conservação de florestas, devemos negociar e cobrar por essa conservação. Quem polui mais deve pagar mais.

Só teremos floresta conservada se ela valer mais em pé do que derrubada. Portando, devemos tecnicamente, definir maneiras de ela se tornar valiosa para quem as conserva.

O Brasil deve se posicionar firmemente unido.

Não podemos resolver o problema do mundo, às custas somente do produtor rural brasileiro, mas sim dividir de maneira justa com toda a população brasileira e principalmente com os países que se dizem desenvolvidos, os custos da preservação.

Não podemos nos esquecer que foi graças à agricultura e à pecuária, através da evolução das pesquisas e dos seus produtores rurais que o Brasil teve saldo positivo na balança comercial, para honrar seus compromissos internacionais, gerando credibilidade e melhoria do poder aquisitivo de toda a população brasileira. Os produtores rurais juntamente com os pesquisadores estão fazendo a sua parte.

Nos últimos dezessete anos praticamente dobraram a produtividade por área explorada. Isto quer dizer, mais oferta de alimento, com menos agressão ao meio ambiente por unidade produzida. Portanto, maior riqueza para nosso país. Também o agronegócio é que tem agüentado a economia nacional de todos estes percalços que tiveram a economia regional e mundial.

Não podemos desestruturar o setor produtivo rural brasileiro, que sempre sustentou o Brasil, pois custará muito caro a toda a população brasileira, em qualquer setor que ela estiver.

Será que é isto que nós brasileiros queremos?

0 Comments

  1. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Euvaldo Foroni,

    Parabéns pelo artigo.

    Penso exatamente como você e caso fosse escrever um artigo com o mesmo título do seu, escreveria exatamente o mesmo.

    A Amazônia enlutada te agradece, não só pelo artigo, como, também, pelas verdades e pelo respeito.

    Precisamos da sua caneta, vem mais “chumbo grosso” contra nós Amazônidas, os estrangeiros e os colaboracionistas, da “Nova República de Vichy”, estão preparando novos ataques.

    Continue a escrever, talvez ajude a acabar com a cegueira e credulidade do resto do Brasil.

  2. Rosália Mourão Gontijo Caldas disse:

    Parabéns pelo artigo.
    Agradecemos este olhar “global” , muito bem colocado.

    Tomo liberdade de enviá-lo a todos os meus contatos.

  3. cristiano fleury carvalho santos disse:

    Parabéns pelo artigo.

    Concordo também que paguem pela preservação das florestas.

    O produtor não pode arcar com este onus sozinho.
    Se “eles” têm tanto interesse nas florestas, que remunerem os produtores pelo patrimonio adquirido com muito suor; e agora simplesmente querem que cuidemos das florestas de graça com base no que eles acham.

    Obrigado.

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