BeefPoint TV 12-jan-2012: mercado do boi travado e reestruturação interna de frigoríficos
13 de janeiro de 2012
Atacado – 13/01/2012
13 de janeiro de 2012

Margem bruta na reposição de 2011 é a maior dos últimos 10 anos

No final de 2011, apesar da queda mensal de 5,42% da margem bruta na reposição (R$889,11), seu valor médio em 2011 foi o maior dos últimos de anos, sendo 21% maior que em 2010 (R$777,31) e 39% maior que em 2009 (R$678,05).

A margem bruta na reposição é calculada pela diferença entre o preço de venda do boi gordo e o preço do bezerro para reposição. É um dos indicadores para a atividade de recria e terminação. Quanto maior o preço do boi gordo e menor o do bezerro maior é a margem bruta para o recriador ou invernista.

Lembrando que desta margem bruta são descontadas as despesas do período de recria/terminação para se calcular a rentabilidade da atividade.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, margem bruta, câmbio

No final de 2011, apesar da queda mensal de 5,42% da margem bruta na reposição, seu valor médio em 2011 de R$942,50 foi o maior dos últimos de anos, sendo 21% maior que em 2010 (R$777,31) e 39% maior que em 2009 (R$678,05).

Gráfico 1. Média anual da Margem Bruta na reposição e valor atual em 11/jan

Isso aconteceu devido à maior valorização do indicador do boi gordo comparado à valorização do indicador do bezerro.

Em relação a 2009, o boi gordo valorizou 29% de R$1.301,00 para R$1.679,48/animal em 2011. Lembrando que o peso do boi gordo utilizado é de 16,5@ multiplicado pelo indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista.

Já o bezerro valorizou 18% em 2011 comparado à 2009, de R$622,95 para R$ 736,98/cabeça em 2011. Veja nos gráficos abaixo:

Gráfico 2. Média anual dos indicadores Esalq/BM&FBovespa do boi gordo (16,5@) e bezerro

Pode-se concluir que a margem bruta da atividade de recria/terminação aumentou nos anos. Ao mesmo tempo a atenção aos custos da atividade pelo invernista deve ser criteriosa para aproveitar esse crescimento da margem bruta e não perder em rentabilidade.

Além disso, podemos ver que para o criador a situação é parecida, seu produto tem se valorizando ano a ano no longo prazo também dando maiores chances de aproveitamento da margem bruta para aumento de rentabilidade.

Matéria escrita por Marcelo Whately, analista da Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    O fato é que os custos totais de produção pecuária em 2011 subiram muito acima dos preços da arroba do boi gordo. A margem / rentabilidade do setor ao longo de 2011 caiu como um todo. O único alívio para os invernistas / confinadores foi na reposição. Péssimo para os criadores, que também sofreram com as alta dos custos e tiveram reajustes em seus preços ainda menores que os reajustes da arroba do boi gordo.

  2. Rodrigo de Mello Torres disse:

    Esse cenário só vem a desincentivar ainda mais os pecuaristas que se dedicam à cria.

      A cria é a fase mais trabahosa , que exige mais atenção,  mão de obra qualificada e ainda assim, é onde há os maiores índices de perdas( abortos /natimortos e morte de bezerros,) por melhor que seja o manejo .Além do mais , exige que se tenha um grande número de divisões de  pastagens e com dimensões maiores.  Exige também troca  de reprodutores,seleção constante da vacada  e um manejo muito mais intensivo (cura de umbigo/ vacina brucelose/ carimbo da bezerrada/ mochação /desmama, etc ). Só quem trabalha com CRIA sabe quanto deveria custar um bezerro desmamado ! Lamentável…

  3. mario roriz soares de carvalho filho disse:

    A nossa atual margem fica muito comprometida em funçao da alta concentraçao na industria da carne. Em Goias temos somente 02 grandes frigorificos, isso em virtude da politica equivocada do BNDES em financiar 02 grupos empresarias na compra de varias empresas do setor!

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