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Marfrig tem prejuízo, mas aposta em crescimento

O dólar mais valorizado impactou no valor das dívidas de longo prazo do Grupo Marfrig e trouxe à companhia prejuízo líquido de R$ 52,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante o lucro de R$ 31,7 milhões no mesmo trimestre de 2007. Mas os indicadores que mostram a geração de caixa da empresa foram positivos. Para Marcos Molina, os resultados apresentados no 3º trimestre de 2008 expressam a estratégia de diversificação geográfica e de criação de base de produção em diversas proteínas animais e o momento de ajuste por que passa a economia mundial é visto pelo Grupo Marfrig como uma oportunidade para continuar a crescer.

O dólar mais valorizado impactou no valor das dívidas de longo prazo do Grupo Marfrig e trouxe à companhia prejuízo líquido de R$ 52,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante o lucro de R$ 31,7 milhões no mesmo trimestre de 2007 e de R$ 66,4 milhões no segundo trimestre de 2008. Mas os indicadores que mostram a geração de caixa da empresa foram positivos.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 171,5 milhões, 91,4% maior que os R$ 89,6 milhões do mesmo período de 2007 e 23,5% superior aos R$ 138,8 milhões do 2º trimestre deste ano. “Apesar do aumento no tamanho da empresa, nossa margem EBITDA, tanto o trimestre quanto o acumulado do ano se mantém em níveis bons. Estamos com uma estrutura enxuta”, observa Ricardo Florence, diretor de Relação com Investidores do grupo.

“Tivemos esse efeito do dólar, mas não operamos com derivativos. E nosso endividamento total é de longo prazo e está bem distribuído”, afirmou o executivo. A maior parte desse endividamento terá de ser quitado em 2011 e 2016. Em 2011, vence um financiamento de US$ 200 milhões referente a pré-pagamento de exportações, e em 2016 a Marfrig terá de cobrir o vencimento de bonds no valor de US$ 375 milhões. Afora isso, há dívidas de capital de giro de curto prazo, mas em linhas de financiamento que vêm sendo renovadas, ainda que a taxas mais salgadas.

A diferença do câmbio entre o fechamento do segundo trimestre (R$ 1,58) e o fechamento do terceiro (R$ 1,91) é que provocou o prejuízo líquido no período, segundo Florence.

Ele explica que a participação das despesas totais nas vendas foi de 8,8%, contra 10% do trimestre passado. A margem EBITDA foi de 11,3% no trimestre contra 11,0% entre julho e setembro de 2007.

Apesar das incertezas no cenário mundial para o próximo ano, o diretor afirma que a presença do Grupo em diversos mercados lhe coloca em uma posição privilegiada. “Estamos preparados para atuar em ambiente desafiador, que é o que se espera em 2009”, afirma.

Florence lembra que a Marfrig recebeu recentemente uma injeção de R$ 700 milhões feita pela BNDESPar e que, com ela, concluiu as aquisições de diversas empresas da americana OSI no Brasil e no exterior. No mercado europeu, o grupo brasileiro assumiu Moy Pork, Kitchen Range Foods e Albert Van Zoonen; no brasileiro, ficou com a Braslo, Penasul (dona da marca Pena Branca, forte na região Sul) e Agrofrango. A transação com os americanos absorveu, no total, US$ 680 milhões. “Estamos bem diversificados”, concluiu Florence.

Para o CEO e Chairman do Grupo Marfrig, Marcos Molina, os resultados apresentados no 3º trimestre de 2008 expressam a estratégia de diversificação geográfica e de criação de base de produção em diversas proteínas animais da organização, sempre com a filosofia de melhorar os canais de distribuição para melhor atender aos mercados domésticos e de exportação onde atua.

Molina ressalta que o momento de ajuste por que passa a economia mundial é visto pelo Grupo Marfrig como uma oportunidade para continuar a crescer exatamente pelo aproveitamento de sinergias entre as empresas que agora fazem parte do grupo e a prosperar como uma indústria de alimentos global. “A estratégia de aquisição de empresas saudáveis tem mostrado resultados positivos ao longo de nossa história”, diz.

Ele também destaca que a rápida apreciação do dólar norte-americano frente a outras moedas pode favorecer a competitividade de exportações a partir da América do Sul.

As informações são da Gazeta Mercantil e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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