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Marfrig mira frigorífico no Paraguai

A Marfrig Global Foods, segunda maior indústria de carne bovina do mundo, pode chegar ao Paraguai. O Valor apurou que o grupo brasileiro desponta como a principal alternativa para comprar o Frigonorte, que está à venda em meio à dificuldades de capital de giro e ao envolvimento de um de seus sócios em investigações no Brasil sobre as atividades do doleiro Dario Messer.

Com faturamento anual de cerca de US$ 150 milhões (o equivalente a R$ 690 milhões, considerando a atual taxa de câmbio), o Frigonorte é uma empresa de médio porte, com abates entre 700 e 800 cabeças de bovinos por dia.

No Paraguai, os principais players de carne bovina são a brasileira Minerva Foods, que pode abater 4,6 mil cabeças por dia, e o grupo Concepción. Juntas, as duas companhias respondem por 70% das exportações de carne bovina do país vizinho.

Procurada pelo Valor, a Marfrig não respondeu. Em janeiro, a imprensa paraguaia relatou uma visita de representantes da companhia brasileira ao Frigonorte, situado em Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Segundo um consultor que acompanha a indústria paraguaia, a aproximação entre Frigonorte e Marfrig evoluiu, mas ainda não há certeza de que o negócio será concretizado. A expectativa, porém, é que um desfecho ocorra no curto prazo.

Não é a primeira vez que o ingresso no mercado paraguaio de carne bovina entra no radar da Marfrig. Em 2019, o Valor informou que assessores financeiros do Concepcíon sondaram a empresa de Marcos Molina e também a brasileira JBJ, de Júnior Friboi, mas que os US$ 230 milhões pedidos para fechar a venda foram considerados exorbitantes. Posteriormente, o Concepción, que pertence ao brasileiro Jair Lima, encontrou uma alternativa para seus problemas financeiros, captando em torno de US$ 100 milhões em títulos de dívida no exterior. Com isso, a venda do frigorífico foi descartada.

No caso do Frigonorte, que tem como um sócios um irmão de Jair Lima, as chances de uma aquisição parecem melhores, de acordo com um analista. Para a Marfrig, seria um negócio pequeno e de oportunidade, com impacto pouco relevante no índice de alavancagem.

Se concretizada, a transação representará a entrada da companhia brasileira no Paraguai. Hoje, a Marfrig tem abatedouros de bovinos nos EUA, Brasil, Argentina e Uruguai. No ano passado, as operações da empresa na América do Sul geraram uma receita de R$ 14,8 bilhões – ou 30% do total de R$ 50 bilhões.

A pecuária paraguaia melhorou nos últimos anos, e evoluiu do ponto de vista sanitário desde o último foco de febre aftosa, em 2011. O Frigonorte está próximo da região produtora de grãos do país, o que pode facilitar o fornecimento de gado criado em confinamentos – sistema de engorda intensiva mais produtivo. Historicamente, a indústria paraguaia também tem o baixo custo de energia elétrica como vantagem.

De acordo com os últimos dados da Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, o rebanho bovino do país somava 13,5 milhões de cabeças em 2018 – o Brasil tem mais de 200 milhões. O país está na 11ª posição entre os principais exportadores de carne bovina, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A receita de exportações paraguaias de carne é da ordem de US$ 1 bilhão por ano.

A entrada da Marfrig no mercado paraguaio beneficiaria os pecuaristas do país, na medida em que colocará um concorrente com bala na agulha para rivalizar na compra de gado com Minerva e Concepcíon.

Fonte: Valor Econômico.

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