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Marfrig assume controle indireto de outro frigorífico nos EUA

Com um desembolso líquido de somente US$ 16,5 milhões (cerca de R$ 63 milhões), a Marfrig Global Foods, segunda maior indústria de carne bovina do mundo, vai assumir, indiretamente, o controle do Iowa Premium, frigorífico americano que fatura cerca de US$ 700 milhões por ano. O negócio deve significar um acréscimo de quase R$ 2,7 bilhões à receita líquida de R$ 40 bilhões do grupo brasileiro.

A aquisição, anunciada ontem, será feita por meio da National Beef, companhia americana de carne bovina na qual a Marfrig tem 51% de participação desde o ano passado.

Na prática, a compra do Iowa Premium, que pertence à gigante americana de distribuição de alimentos Sycso, custará em torno de US$ 150 milhões à National Beef. O negócio será financiado pelos acionistas da empresa americana, que realizarão um aumento de capital.

Além da controladora Marfrig, a firma de investimentos Jefferies Group detém 31% de participação na National. O restante das ações pertence à associação de pecuaristas US Premium Beef. Com a divisão proporcional entre os acionistas, a Marfrig investirá US$ 76,5 milhões no aumento de capital – o equivalente à participação de 51%.

Paralelamente à compra do Iowa Premium, a Marfrig está vendendo a megafábrica de hambúrguer que possui em Ohio para a National Beef, por US$ 60 milhões. Por isso, o desembolso líquido da operação é menor para a Marfrig.

A intenção da transação é manter o controle da operação e, ao mesmo tempo, manter o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) da Marfrig controlado. Em dezembro, esse índice chegou a 2,39 vezes – o mais baixo entre os frigoríficos brasileiros com ações na bolsa. Há duas semanas, o presidente-executivo da Marfrig, Eduardo Miron, já havia indicado a analistas que a empresa considerava novas aquisições, desde que elas não afetassem os índices de endividamento do grupo.

Em entrevista exclusiva ao Valor, o CEO da National Beef, Tim Klein, enfatizou a diversificação geográfica permitida pela aquisição do Iowa Premium. Até então, a National só tinha operações em Kansas. Com o negócio, migra para uma região mais ao norte dos EUA, localizada no cinturão agrícola do país.

“É muito animador”, afirmou o executivo, que também é sócio da National. De acordo com Klein, o Iowa Premium produz carne com o “gado de melhor qualidade dos EUA”. A empresa é especializada na raça angus e na comercialização de carne bovina “prime” e “choice”. São as classificações de carcaça mais valorizadas no mercado americano. A classificação segue o parâmetro definido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A expectativa do CEO da National é que a compra do Iowa Premium seja aprovada pelas autoridades antitruste dos EUA em 30 dias. De acordo com ele, não há sobreposição entre as operações das duas empresas. A aquisição aumentará a participação da National no mercado americano de carne bovina de 12,7% para 14%. A empresa é a quarta maior indústria do setor nos EUA, somente atrás das americanas Tyson e Cargill e da brasileira JBS.

De acordo com Klein, a capacidade de abate da National será ampliada em quase 10% com a compra do Iowa Premium. Nos dois abatedouros de bovinos que a empresa já possuía podem ser abatidas 12 mil cabeças de gado por dia. O frigorífico do Iowa tem capacidade de abate de 1,1 mil bovinos por dia. A aposta de Klein com a aquisição é que o cenário de ampla oferta de gado nos EUA vai se estender por três anos.

Fonte: Valor Econômico.

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