Agente causador da EEB pode ser resultado de mutação aleatória, fato comum e inofensivo explica o DSA/MAPA
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MAPA: foco de EEB é descartado e OIE mantém classificação de risco insignificante para o Brasil

Diversos países já registraram casos semelhantes, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Portugal e Inglaterra. Somente no ano passado, a União Europeia comunicou 06 casos de EEB atípica junto a OIE.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), recebeu ontem, 06, a confirmação da existência de marcação priônica (proteína modificada) em amostra de célula de um bovino morto em 2010. Trata-se de um antigo caso não clássico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), uma vez que verificações feitas apontam que o animal não morreu desta enfermidade.

O Mapa informou à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) os resultados das análises deste caso ocorrido em 2010, no Estado do Paraná. Justamente por se tratar de um caso não clássico é que a OIE enviou, nesta manhã, ofício mantendo o status do Brasil como país de risco insignificante para EEB, a melhor classificação existente.

O resultado apresentado pelo Animal Health and Veterinary Laboratories Agency, localizado em Weybridge, na Inglaterra, conclui que se trata de um caso não clássico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e reforça a certeza de que o animal não morreu da referida enfermidade. O que foi detectado é que o animal possuía o agente causador da EEB (príon), porém, não manifestou a doença e nem morreu por esta causa.

As investigações epidemiológicas não demonstraram qualquer compatibilidade com um caso clássico da doença, uma vez que o bovino de idade avançada (13 anos) morreu em menos de 24 horas e de forma aguda. Além disso, tratava-se de um animal criado exclusivamente a pasto.

O conjunto de sintomas contraria aqueles da EEB Clássica, caracterizada por apresentar quadros clínicos de até meses, e ocorrendo principalmente em bovinos de até sete anos de idade que consumiram rações contendo farinhas de carne contaminadas com o príon.

Ênio Marques, Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, informou que o caso foi encontrado em procedimentos de vigilância sanitária de rotina estabelecidos pelo MAPA. Ele ressalta ainda que foram realizados, de 2004 até hoje, cerca de 25 mil exames laboratoriais e jamais houve qualquer achado semelhante no País.

Além disso, o Secretário informa que o consumo de proteínas de origem animal por ruminantes é proibido no Brasil desde 1996, além do sistema de criação da pecuária brasileira (extensivo) ser refratário à ocorrência do caso clássico da doença. O Brasil seguiu todos os procedimentos de diagnóstico laboratorial e de investigações epidemiológicas complementares estabelecidos para o caso, tanto aqueles de nível nacional, quanto às diretrizes internacionais definidas pela OIE.

A qualidade do sistema de prevenção da EEB do Brasil é reconhecida internacionalmente pela OIE, que em 2012 incluiu o País na relação de países com “risco insignificante para a EEB”, a melhor categoria mundial possível para essa doença. Segundo Guilherme Marques, Diretor do Departamento de Saúde Animal e Delegado do Brasil perante OIE, o presente resultado laboratorial não afeta o mencionado reconhecimento.

Deve ser destacado ainda que a carne e leite bovinos são considerados pela OIE como alimentos seguros, ou seja, totalmente isentos de risco para a população humana, mesmo quando da ocorrência de casos típicos da enfermidade em um país, o que não é o caso.

Diversos países já registraram casos semelhantes, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Portugal e Inglaterra. Somente no ano passado, a União Europeia comunicou 06 casos de EEB atípica junto a OIE.

Fonte: MAPA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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