Mercados Futuros – 15/10/07
15 de outubro de 2007
Pouca oferta de boi gordo força alta nos preços
17 de outubro de 2007

Manejo nutricional voltado à prevenção de distúrbios digestivos em bovinos confinados

A nutrição de bovinos confinados visa a maior eficiência dos processos digestivos, com a maximização da absorção de digestão dos nutrientes contidos na dieta. O rúmen, câmara de fermentação que antecede os processos de digestão "verdadeira", trabalha como preparador dos alimentos para digestão nos estômagos subseqüentes e nos intestinos. A manipulação da fermentação ruminal é uma ferramenta bastante eficiente no controle das alterações digestivas, podendo ser usada na prevenção da ocorrência de distúrbios.

A nutrição de bovinos confinados visa a maior eficiência dos processos digestivos, com a maximização da absorção de digestão dos nutrientes contidos na dieta. O rúmen, câmara de fermentação que antecede os processos de digestão “verdadeira”, trabalha como preparador dos alimentos para digestão nos estômagos subseqüentes e nos intestinos.

A manipulação da fermentação ruminal é uma ferramenta bastante eficiente no controle das alterações digestivas, podendo ser usada na prevenção da ocorrência de distúrbios. O princípio de controle da fermentação ruminal é baseado na eliminação, ou pelo menos, a minimização de processos ou rotas metabólicas ineficientes que possam prejudicar a eficiência dos processos de digestão e absorção e, conseqüentemente a disponibilização de nutrientes para produção (ganho de peso). De modo geral, a manipulação ruminal visa:

• Aumentar os processos benéficos
• Minimizar, alterar ou eliminar os processos ineficientes
• Minimizar, alterar ou eliminar os processos prejudiciais ao hospedeiro (Nagaraja, 2007)

Assim, as possibilidades de atuação na fermentação ruminal, apresenta-se de três diferentes maneiras: dietário, animal e microbiano. As duas primeiras formas de manipulação, vão apresentar impacto indireto sobre a fermentação ruminal, através de alterações na alimentação e nos processos fisiológicos do animal.

Já, quando atuamos sobre os microorganismos ruminais, temos ação direta sobre a fermentação ruminal. Nesses casos, a ação direta sobre a população microbiana leva a alteração das quantidades de microorganismos, ou mesmo, das espécies presentes no rúmen e que atuam na fermentação ruminal.

A manipulação dietária vai ocorrer através da escolha de ingredientes, bem como sua origem e modo de apresentação.

Exemplo:

• Os resíduos do algodão podem estar na forma de caroço, farelo ou plumas. Esses três ingredientes, apesar de serem de mesma origem, apresentam formas e constituições diferentes, atuando de forma diferente sobre a fermentação ruminal, conforme descrito na tabela 1.

Tabela 1. Efeitos de diferentes formas de resíduos do algodão sobre a fermentação ruminal


Na tabela acima podemos verificar que dependendo do resíduo utilizado teremos diferentes alterações em relação aos parâmetros ruminais, devendo ser escolhidos de acordo com os demais ingredientes que compõe a dieta. Outro aspecto de grande importância em relação às alterações ruminais é o processamento dos grãos da dieta. O processamento de grãos através de moagem, temperatura e substâncias químicas pode alterar completamente as características dos grãos na fermentação ruminal. O processamento dos grãos, altera as características de tempo de retenção ruminal, ruminação, salivação e pH ruminal.

Além das características intrínsecas dos alimentos, a mudança do tipo de dieta fornecida leva a grandes alterações no ambiente ruminal. Quando se muda um animal de uma dieta rica em volumoso (pastagens) para uma dieta rica em concentrado (confinamento) ocorrem alterações na população microbiana ruminal e nos produtos da fermentação, predispondo a ocorrência de distúrbios nesse período (Brown, 2006). Portanto, mudanças gradativas e seqüenciais são necessárias para minimizar tais problemas.

Os processos de adaptação devem levar em consideração diversos fatores, tais como: tipo de grão, processamento dos grãos, freqüência alimentar, nível alimentar do confinamento e nível alimentar das pastagens.

Referências bibliográficas:

BROWN, M.S.; PONCE, C.H.; PULIKANTI, R.; Adaptation of beef cattle to high concetrate diets: performance and ruminal metabolism. J. Anim. Sci., v. 84, p. 24-33, 2006.

NAGARAJA, T.G. Saúde Ruminal. III Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Saúde do Rúmen. In: Anais – First brazilian Ruminant Nutrition Conference – Rumen Health Proceedings, UNESP, Botucatu/SP, 2007.

0 Comments

  1. Alcy Bernardes Junior disse:

    Dr André Alves de Souza

    Gostaria de saber como faço a aplicação de ureia na suplementação de bovinos a pasto, suplementados com casca de soja 750g cab./dia e 150g mineral cab/dia. É seguro levando em conta que os cochos não estão cobertos?

    Um forte abraço

    Resposta do autor:

    Prezado Alcy,

    A utilização de uréia em suplementos para animais a pasto não tem nenhuma contra indicação, porém, o fato dos cochos serem descobertos pode levar a ocorrência de intoxicações nos casos de chuvas. Para esses casos, temos duas alternativas:

    1) Colocar os cochos inclinados com saída na parte mais baixa, de modo que não ocorra acúmulo de líquidos em nenhum local do mesmo, minimizando os riscos de intoxicação. Ainda assim certifico de que há o risco de formarem pequenas “poças” no meio do cocho, podendo levar a intoxicação.

    2) Utilizar fontes de nitrogênio não protéico envolvidos por amido, ou protegidos. Nomes comerciais: Amiréia (amido) ou Optigen.

    Forte abraço!

plugins premium WordPress