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Maior rastreabilidade dos fornecedores indiretos na pecuária contribui para atender às exigências do mercado europeu

As exportações da carne bovina devem crescer neste ano. A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) é que, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, a indústria deva alcançar uma alta de cerca de 12% em volume e 13% em faturamento. No período de 2000 a 2019, as vendas internacionais tiveram um crescimento de 421%, resultante da abertura do mercado chinês, maior produtividade brasileira, melhoria na qualidade da carne e valorização do dólar frente ao real.

Embora exista a perspectiva de uma expansão de vendas para o mercado externo, há fatores que podem interferir nos resultados positivos ano a ano, como as questões relacionadas à segurança sanitária, ao meio ambiente e à transparência sobre a origem do gado. Um exemplo é a não inclusão de fornecedores indiretos nos sistemas de monitoramento da cadeia de fornecimento, que ocasiona riscos desnecessários às empresas e insegurança para os investidores e consumidor final.

Um dos principais mercados globais é a União Europeia. Recentemente, o Bloco anunciou que, no começo de 2021, pretende discutir novas regras relacionadas ao desmatamento, aumentando a pressão contra a prática no Brasil. Isso significa que será necessária a comprovação de que os produtos vendidos no Bloco não têm ligação com a destruição de biomas como a Amazônia e o Cerrado.

Ainda nesse cenário, o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, firmado no ano passado, após 20 anos de negociações, ainda não foi concluído. Em outubro, o Parlamento Europeu ratificou, por meio de uma resolução, sua posição contrária a aprovação desse acordo, porque, segundo o texto, o “Brasil está violando os compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aquecimento global e na proteção da biodiversidade”. Com isso, parte dos países do bloco europeu, como Áustria, Bélgica, França e Holanda, anunciaram, nos últimos meses, restrições ao acordo alegando problemas ambientais no Brasil.

Ademais, para atender às metas do Acordo de Paris, incluindo limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, a União Europeia estabeleceu políticas e diretrizes para conter o aquecimento global, o chamado Acordo Verde. A maioria dos países pertencentes ao bloco está inserindo em seus programas de recuperação econômica a questão da sustentabilidade ambiental, que engloba a descarbonização de atividades econômicas, a implantação de conceitos de circularidade e um maior rigor quanto às ações que podem impactar ainda mais o meio ambiente. Essa tendência de priorizar a sustentabilidade também é vista em outras nações fora da UE.

É importante lembrar que a UE é uma referência na área de alimentos considerados premium, que possuem maior valor agregado e são importantes para compor o portfólio de produtos voltados à exportação. Em 2019, foram exportadas aproximadamente 180 mil toneladas de carne.

Frente a esse cenário, o Grupo de Trabalho dos Fornecedores Indiretos (GTFI) tem buscado contribuir para o avanço de soluções viáveis e modernas na pecuária brasileira, garantindo a inclusão dos fornecedores indiretos nos sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Considerado o principal fórum de discussão sobre o monitoramento de fornecedores indiretos na cadeia produtiva da carne bovina no Brasil, o GTFI reúne os diversos stakeholders do setor para discutir soluções de rastreabilidade, monitoramento e transparência com foco no controle do desmatamento em fornecedores indiretos.

Ao realizar a inclusão dos fornecedores indiretos nos sistemas de monitoramento, como resultado, é possível elevar o grau de transparência e conhecer as diferentes etapas de produção, definindo a origem do gado. Desse modo, a indústria brasileira consegue atender aos padrões sociais e ambientais europeus e mundiais, com a possiblidade de expansão de vendas para o mercado de carne premium.

Fonte: Assessoria de Comunicação.

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