O maior descarte de fêmeas impulsionou o abate de bovinos no País em 2017 e levou ao primeiro crescimento do volume em três anos. A diversificação do mercado externo de carne bovina, com a reabertura de plantas frigoríficas ao longo do ano, também sustentou o aumento, assim como a queda dos preços da arroba, após a deflagração da Operação Carne Fraca, que não chegou, porém, a afetar significativamente as exportações do setor.
Em 2017, o Brasil abateu 30,83 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de inspeção sanitária, o equivalente a um aumento de 3,8% em relação a 2016, ou 1,13 milhão de cabeças a mais, segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada nesta quarta-feira, 21,pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na bovinocultura, pecuaristas enviaram um número maior de fêmeas para a linha de abate, depois que o preço do bezerro ficou menos atrativo.
A analista da Agrifatto Lygia Pimentel aponta que apenas o abate de vacas e novilhas cresceu 9% no ano. Ela lembra também que a margem bruta dos frigoríficos melhorou consideravelmente, com a queda do preço da arroba do boi gordo, logo após a Operação Carne Fraca, em março do ano passado.
O analista da Scot Consultoria Hyberville Neto confirma que a reabertura de novas plantas frigoríficas também colaborou com o movimento. Hyberville acredita que o ritmo dos abates de bovinos deve se manter forte neste primeiro trimestre de 2018. Além da maior oferta de animais, ele aponta que o consumo doméstico mostra aos poucos sinais de melhoras, o que deve estimular a produção.
Para Pimentel, a tendência para o fechamento de 2018 é de um volume de abate em linha com 2017.
Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.