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Lucro líquido da Marfrig aumentou 149% no 3º trimestre

A National Beef – quarta maior indústria de carne bovina dos Estados Unidos – quebrou novos recordes no terceiro trimestre, engordando os lucros da controladora Marfrig. O grupo brasileiro acaba de reportar um lucro líquido de quase R$ 1,7 bilhão entre julho e setembro, uma expansão de 148,7% na comparação com o resultado de R$ 674 milhões de igual intervalo do ano passado. 

Aproveitando o momento extremamente favorável nos EUA, com boa oferta de gado e demanda por carne aquecida, a National Beef registrou a melhor margem Ebitda de sua história (26,8%), o que se traduziu em forte geração de caixa para a Marfrig, mostrando que o investimento de US$ 1,2 bilhão para comprar 32,9% da BRF pode ser pago com geração de caixa — Marcos Molina já vinha dizendo que a companhia fundada por ele pagaria o investimento em dois trimestres.

No terceiro trimestre, a Marfrig gerou R$ 3,8 bilhões em caixa livre. Mesmo com o pagamento de R$ 1,7 bilhão em dividendos (R$ 958 milhões para os acionistas da Marfrig e R$ 784 milhões ao minoritários da National), a companhia terminou setembro com mais recursos em seu caixa – R$ 2,9 bilhões. No segundo trimestre, o grupo já havia reportado R$ 2,2 bilhões em caixa livre. 

Vacas gordas 

Diante das vacas gordas, a National Beef contribuiu com 95% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Marfrig. Entre julho e setembro, foram R$ 4,5 bilhões na National, incremento de 166,7% na comparação anual. Na América do Sul, onde a Marfrig ainda sofre com o gado caro, especialmente no Brasil, o Ebitda caiu 40,5%, para R$ 301 milhões. A margem ficou em só 4,4%, um pouco acima dos 3,6% do segundo trimestre.

No consolidado, a National fez a diferença. Ao todo, o Ebitda da Marfrig totalizou R$ 4,7 bilhões, crescimento de 115,6%. A margem Ebitda da Marfrig chegou a 20%, incremento de sete pontos. A receita líquida da companhia cresceu 40%, passando de R$ 16,8 bilhões para R$ 23,3 bilhões. 

Margens positivas 

Em entrevista a jornalistas, o CEO da National Beef, Tim Klein, reiterou que a tendência para as margens segue positiva. De acordo com ele, a margem do negócio neste quarto trimestre será menor que os 26,8% do terceiro trimestre, seguindo um comportamento sazonal. Mesmo assim, as margens devem seguir acima da média, em dois dígitos, superando os patamares do quarto trimestre do ano passado, disse. “Os fundamentos do negócio permanecem fortes para 2022”, acrescentou o CEO da companhia, Miguel Gularte.

Na estrutura de capital, o bom momento também trouxe para os níveis de endividamento para o menor nível da história, frisou Tang David, vice-presidente de finanças da Marfrig. No terceiro trimestre, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) atingiu 1,1 vez, ante 1,9 vez em junho. O custo médio da dívida também caiu, passando de 5,89% no fim do segundo trimestre, para 5,46%. Ao mesmo tempo, o prazo médio das dívidas saiu de 4,15 para 4,97 anos. 

Em meio ao momento excepcional, o executivo foi perguntado se o excesso de caixa e a valorização das ações da Marfrig teriam o condão de alterar a estratégia de investimento passivo na BRF – um tema, aliás, que despertou a atenção do mercado com a aprovação da compra das ações pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). David foi enfático: “Nosso investimento na BRF continua passivo. Não temos nenhum plano extra além do que já foi divulgado”, declarou.

Fonte: Valor Econômico.

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