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Lucro da Minerva caiu 55,8% no primeiro trimestre; resultado operacional foi recorde

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, acaba de reportar o melhor resultado operacional de sua história para um primeiro trimestre, um número que só não se traduziu completamente no resultado líquido por conta dos efeitos negativos do hedge cambial — como o real se apreciou, a proteção de balanço da empresa teve resultado negativo, mas a moeda brasileira já voltou a perder valor neste trimestre, justificando a posição de hedge. 

No primeiro trimestre, a Minerva teve um lucro líquido de R$ 114,6 milhões, queda de 55,8% na comparação anual. Nesse resultado, pesaram os R$ 383 milhões negativos do hedge cambial. Desse total, somente R$ 126 milhões tiveram efeito no caixa da companhia, o que também ajuda a explicar o fluxo de caixa negativo de R$ 172 milhões no primeiro trimestre.

Operacionalmente, os executivos da Minerva comemoraram os resultados. “Normalmente, o primeiro trimestre é o mais fraco do ano, e esse foi o melhor de toda a história, com recorde de faturamento e Ebitda”, disse o CEO da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, em entrevista.

Ao todo, a receita líquida da Minerva atingiu R$ 7,2 bilhões, aumento de 24,6% na comparação anual. No período, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Minerva chegou a R$ 646 milhões, crescimento de 33,2%. Com isso, a margem Ebitda chegou a 8,9%, acréscimo de 0,6 ponto na comparação anual. 

De acordo com o empresário, a capacidade da Minerva de arbitrar as origens da carne que vende — a companhia possui frigoríficos no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Colômbia – vem se mostrando o diferencial para conseguir margens melhores que a média da indústria. No quarto trimestre do ano passado, quando o Brasil estava fora do mercado chinês por causa do embargo imposto após o caso atípico do “mal da vaca louca”, a Minerva conseguiu uma margem de 9,8%.

A estratégia de arbitragem entre países também provocou uma alteração na forma como a Minerva divulga o balanço. A partir do resultado do primeiro trimestre, a margem não é mais separada por Brasil e Athena (que reúne os frigoríficos nos outros países), mas fica consolidada. Em compensação, o grupo passou a divulgar a receita bruta por país. Na operação brasileira, a mais significativa, o faturamento foi de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 42,3% na comparação anual. Na Paraguai, segundo mais relevante, as vendas somaram R$ 1 bilhão, queda de 14,1%. 

Na estratégia da Minerva, a expansão das operações por meio de aquisições continua no radar, afirmou Galletti. A intenção da companhia é ampliar os negócios na Austrália e na Colômbia. A despeito do interesse em aquisições, o que já havia sido declarado quando a empresa divulgou o balanço anual de 2021, a situação macroeconômica inspira mais cuidados. “Com a deterioração do cenário macro, temos uma posição mais cautelosa, mas a expansão continua em pauta essa expansão porque acreditamos no longo prazo dessas duas origens [Austrália e Colômbia]”. 

Fonte: Valor Econômico.

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