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Luciano Sperotto Terra: nutrição, manejo e saúde são investimentos importantes para a pecuária do Sul

No dia 5 de abril foi realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento foi organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul reuniu nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No dia do evento, o BeefPoint homenageou as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Houve vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público escolheu através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor essas pessoas, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Luciano Sperotto Terra, um dos indicados ao Prêmio BeefPoint Edição Sul, na categoria Terminador.

luciano sperotto terra

Luciano Sperotto Terra mora em Santa Vitória do Palmar – RS. Luciano é técnico em agropecuária e sócio proprietário da Estância Tamanca, com seu pai e seus irmãos. É proprietário também da Fazenda Turvo, em Coronel Bicaco – RS.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Luciano Sperotto Terra: O maior desafio da pecuária atualmente é se manter perante a intensificação da lavoura de soja.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Luciano Sperotto Terra: Admiro a Associação Brasileira de Hereford e Braford.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Luciano Sperotto Terra: Da maneira como já está sendo feito, com certificação das carcaças de raças britânicas, como Hereford e Angus. O grande desafio para nós é introduzir cada vez mais a carne britânica no plantel gaúcho, onde a adaptabilidade está comprovada. Temos a qualidade da carne britânica, o marmoreio. Frente a grande quantidade de cabeças zebuínas no norte e no centro-oeste do país, a carne gaúcha se diferencia por esses fatores.

BeefPoint: Qual inovação  na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos?

Luciano Sperotto Terra: Acho que a grande novidade foi a conscientização do produtor gaúcho em usar touros avaliados, pois isso vai refletir em toda a cadeia produtiva da carne. O uso do touro avaliado é garantia de carne de qualidade na mesa do consumidor.

No Sul, não tínhamos esse selo de qualidade, apesar de termos condições para isso. Tínhamos o rebanho gaúcho, mas não havia uma garantia de qualidade. No momento em que as raças britânicas Hereford e Angus começaram a investir, difundir e incentivar o produtor a usar o touro avaliado através dos frigoríficos, da cadeia produtiva da carne, das cabanhas, nós tivemos um grande incremento na qualidade da carne.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Luciano Sperotto Terra: Investir em nutrição, manejo e saúde. Ainda temos em algumas áreas, questões extensivas, deixamos de terminar o animal com uma idade e um peso ideal para abate. Ainda temos um grande percentual do nosso abate que não atinge os benefícios que a especificação das carcaças oferece. Temos também o problema da concorrência com o abate informal.

Acho que quando unificarmos tudo em um grande processo, pela agressividade da soja tomando conta das áreas de pecuária, a valorização da carne gaúcha será imensa. A expansão da fronteira da carne certificada, além do estado do Sul, já existe, pois já temos certificação de carne Angus e Hereford em outros estados. Nesse momento, em que tivermos a consciência da importancia da nutrição, manejo e sanidade de qualidade, é que transformaremos o Rio Grande do Sul em uma grande estância modelo para a pecuária.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

Luciano Sperotto Terra: Desde 1998 nós temos um planejamento pecuário e produtivo de nutrição, manejo e sanidade na Tamanca. Fazemos trocas com produtores, oferecemos touros certificados e avaliados e trocamos por terneiros.

A grande procura pelos nossos reprodutores foi um grande incremento à Tamanca, onde fazemos essa troca de reprodutores por matéria prima.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Luciano Sperotto Terra: Seguir cada vez mais com fidelidade o planejamento elaborado em 1999.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013?

Luciano Sperotto Terra: Intensificar mais o modelo produtivo, principalmente o nutricional, em função do aumento das áreas de soja em relação a pecuária. Vamos ter que aumentar a produção da pecuária, mas com diminuição da área.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

Luciano Sperotto Terra: Não tenham medo da soja, ela pode em um primeiro momento nos afetar em campo, mas acredito que isso vai nos trazer muito mais conhecimento e superação, pois é nos momentos difíceis e na dificuldade que nos superamos.

BeefPoint: Qual sua mensagem para a indústria frigorífica e varejo?

Luciano Sperotto Terra: Pensem no produtor, no trabalho que ele faz. O produtor trabalhou muito embaixo do sol, a cavalo, fazendo o terneiro nascer, tratando bicheiras, para que a carne chegue com qualidade à mesa.

Quando fazemos um churrasco, assamos carne, colocamos ela na mesa, temos que pensar no peão, no capataz, que ficou praticamente dois anos em cima do cavalo para o boi ter um bom acabamento, uma idade boa para o abate, para essa carne ter qualidade.

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