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‘Lojas virtuais’ ganham força no campo

Em meio à queda da taxa básica de juros e de políticas de estímulo ao avanço do crédito privado no financiamento do agronegócio no país, empresas já estabelecidas no setor e startups de base tecnológica estão ampliando a aposta em “lojas virtuais” que aproximam produtores rurais de fornecedores de insumos e serviços, reduzindo o peso de intermediários nas negociações.

Esses “marketplaces”, que funcionam como um “Mercado Livre” com foco nas necessidades dos agropecuaristas, já têm ofertas de itens que vão de insumos a máquinas, passando também por seguros. Eles fazem a ponte entre os produtores e as empresas, que geralmente ficam responsáveis pela entrega, e têm se preocupado cada vez mais em abrir o leque de opções de pagamento para ganharem mercado.

Criada em 2004, a MF Rural ilustra o desenvolvimento do modelo de negócios dessas empresas. O marketplace nasceu baseado no estilo classificados, em que fornecedores simplesmente anunciavam seus produtos. Mas, como em outros casos, começa a implantar agora um sistema de pagamentos em seu próprio ambiente digital. Pelo MF Pago, os clientes já podem concluir pagamentos online, via boleto ou cartão de crédito. A comissão cobrada dos fornecedores varia de 2% a 10% conforme o produto. Ao todo, a MF Rural tem mais de 60 mil itens ativos.

Sócio da empresa ao lado dos irmãos, Roberto Fabrizzi estima que, por ano, sejam gerados R$ 8 bilhões em negócios no site. “Em 2019, 35% dos clientes que responderam a uma pesquisa interna revelaram ter movimentado R$ 2,8 bilhões pelo MF Rural, que tem 1,35 milhão de visitantes únicos por mês e 25 categorias de produtos”, disse. Em 2018, a empresa desmembrou sua frente de leilões e criou a MF Leilões, focada em máquinas e gado.

Com operação na Argentina desde 2015 e no Brasil desde 2018, a argentina Agrofy começa a testar também um modelo de negócios que prevê a entrada de instituições financeiras dentro do seu marketplace. Rafael Sant’Anna, responsável pela operação da startup no Brasil, disse que o objetivo é lançar uma carteira virtual para diversificar meios de pagamento, o que incluirá crédito e operações de barter para multiplicar as transações online.

Na Argentina, onde um piloto de concessão de crédito da startup já está rodando, foram recebidas 500 solicitações de financiamento em dezembro, no valor médio de US$ 500 mil cada. No Brasil, o serviço deverá ser lançado em breve. “Com a nossa base atual, já dá para traçar o perfil de crédito do produtor e complementar seu histórico bancário”, afirmou Sant’Anna.

Na visão dos argentinos Alejandro Larosa e Maximiliano Landrein, fundadores da Agrofy, a plataforma tem potencial para gerar US$ 1 bilhão em negócios na América Latina até 2025. No ano passado, foram US$ 34 milhões, 40% vindos do Brasil e o restante da Argentina e outros nove países latino-americanos.

“Boa parte do crescimento futuro deve vir do mercado brasileiro, dado que iremos alocar 90% de um investimento de US$ 23 milhões, anunciado no ano passado, no país”, disse Landrein. O aporte foi liderado pela gestora brasileira SP Ventures e acompanhado pela BrasilAgro e fundos do Vale do Silício. Em 2019, a startup faturou US$ 4,5 milhões e foi avaliada em US$ 60 milhões.

O projeto de expansão da Agrofy no Brasil inclui o início de vendas de insumos, peças de reposição, seguros, fretes, serviços e vendas de animais. Em janeiro, quando completou pouco mais de um ano de operação no país, o site local da Agrofy teve 1,4 milhão de visualizações de páginas. A plataforma brasileira conta com mais de 55 mil produtos, anunciados em 12 categorias.

Na visão de Larosa, no Brasil “marketplaces” como a Agrofy surgem como mais um canal de compras e comparação de preços por parte do produtor, e tendem a coexistir com o mercado “analógico”. Além da venda direta das agroindústrias aos produtores, no país revendas e cooperativas respondem por boa parte dos negócios fechados no mundo offline. Visando aliar as duas frentes, a startup conta com um sistema de geolocalização que permite ao produtor localizar as revendas mais próximas cadastradas no sistema, para retirar produtos ou adquiri-los in loco.

O mercado, tido como promissor, também chama a atenção de players como a multinacional alemã Bayer – que no ano passado lançou a Orbia, em joint venture com a Bravium. Ivan Moreno, CEO da Orbia, disse que, dos R$ 108 bilhões em vendas anuais de insumos e comércio de grãos no Brasil, a empresa espera atrair 6,5%, ou R$ 7 bilhões, para perto. Até o momento, a plataforma, que nasceu do programa de fidelidade da companhia, tem uma base de 154 mil produtores, responsáveis por 68% da área plantada no país.

Nos últimos dois meses de operação, a Orbia registrou 20 transações de compra de insumos, que somadas chegaram ao valor de R$ 120 mil. Segundo Moreno, a admissão de fornecedores é criteriosa e, por enquanto, há 40 empresas operantes no site.

“Queremos criar uma jornada para o produtor. Estimular que ele adquira o insumo conosco, acumule pontos para trocar por serviços e venda o produto também pela plataforma, o que pode gerar crédito para novas compras”, afirmou. Para tanto, a Orbia já estuda um modelo de negócios de compra de commodities por grandes tradings parceiras e prevê a realização de operações de barter pela plataforma.

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Fonte: Valor Econômico.

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