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Léo Fraga Warszawsky: a IATF foi um grande salto na inseminação no Brasil

No dia 5 de abril foi realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento foi organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul reuniu nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No dia do evento, o BeefPoint homenageou as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Houve vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público escolheu através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor essas pessoas, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Léo Fraga Warszawsky, um dos indicados ao Prêmio BeefPoint Edição Sul na categoria Profissional – genética, melhoramento e reprodução.

Léo Fraga

Léo Fraga Warszawsky é formado em medicina veterinária. Tem pós-graduação em reprodução animal na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Em sua atividade, além de orientar produtores, trabalhou na empresa Sêmen do Brasil e depois disso, abriu sua própria empresa, a Semeia Seleção e Melhoramento de Inseminação LTDA, hoje incorporada à Select Sires do Brasil.

Léo disse que sempre procurou estimular e orientar produtores e estudantes de zootecnia em relação a programas de melhoramento animal, onde é possível identificar os bons animais nacionais. O grande problema para ele, no Brasil, é a falta de uma seleção objetiva, que atenda à todas as necessidades.

“Como ainda não temos programas objetivos de seleção, o criador de gado de corte recorre a animais importados.”

Léo destaca que é importante participar dos programas de seleção disponíveis, pois essa é uma forma de comparar a genética de diversos produtores, para corrigir as diferenças.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Léo Fraga Warszawsky: Melhorar o índice de natalidade do rebanho.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Léo Fraga Warszawsky: Eu admiro muito o trabalho da Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares, através do Leonardo Talavera Campos, técnico responsável por esse programa hoje. Ele vem desenvolvendo um programa de seleção dos animais.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Léo Fraga Warszawsky: Não sei se temos capacidade de produzir toda a carne de qualidade que o Brasil necessita, estamos sempre voltados à exportação. Os estados do Sul e parte do Sudeste têm condições de produzir uma carne de boa qualidade. Esse diferencial para o Brasil seria a qualidade de carne das raças taurinas, que são mais macias. Hoje, a qualidade da carne no Brasil está melhor, por conta do programa Carne Angus.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Léo Fraga Warszawsky: Não é uma inovação, o grande diferencial de hoje foi a possibilidade da sincronização do ciclo. O geneticista usa a ovulação e se promove a inseminação IATF. Isso revolucionou a inseminação no Brasil. A IATF foi um grande salto na inseminação, no regulamento animal.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Léo Fraga Warszawsky: Desenvolver programas de nutrição e rebanho de cria, através da produção de feno, silagem, pastagem de inverno, para produzir alimento durante o outono e o inverno. Ajustar também a lotação, a disponibilidade de alimento.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

Léo Fraga Warszawsky: Eu acredito que na pecuária as mudanças são lentas, o ciclo de produção do bovino é longo. Você tem um aumento lento, de no maximo 10%. Normalmente esse melhoramento acontece em diversos segmentos da produção. A idade do abate melhorou, o acabamento também, através dos programas de qualidade da carne que foram estabelecidos.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Léo Fraga Warszawsky: Os programas de qualidade de carne, que oferecem prêmios para as carcaças de boa qualidade.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013?

Léo Fraga Warszawsky: Implementar e melhorar o que já existe. Ser mais eficiente, fazer análise de custo e buscar produtividade econômica.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

Léo Fraga Warszawsky: Que eles busquem melhorar o índice de reprodução do rebanho por meio do manejo de alimentação.

BeefPoint: Qual sua mensagem para a indústria frigorífica e varejo?

Léo Fraga Warszawsky: Minha mensagem para o varejo: promover e diferenciar preço de qualidade.

Para o frigorífico: deve tomar o caminho certo, dando prêmios pela qualidade da carne. É muito importante que esses diferenciais alcancem o produtor, para que eles saibam o que eles devem produzir. É preciso ter um feedback entre o frigorífico e o produtor.

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