Reposição Fêmea Nelore – 04/03/08
4 de março de 2008
Reposição: preço em alta e melhora na relação de troca
6 de março de 2008

Leitor comenta responsabilidades e ajustes para melhoria do Sisbov

José Ricardo Skowronek Rezende, em carta envia ao BeefPoint, comenta os motivos para o Sisbov ter exigências que tornam o sistema complexo e traça um perfil do sistema de rastreabilidade brasileiro, opinando sobre quais são as responsabilidades de cada agente envolvido na cadeia produtiva da carne bovina.

José Ricardo Skowronek Rezende, em carta enviada ao BeefPoint, comenta os motivos para o Sisbov ter exigências que tornam o sistema complexo e traça um perfil do sistema de rastreabilidade brasileiro, opinando sobre quais são as responsabilidades de cada agente envolvido na cadeia produtiva da carne bovina. Leia mais sobre esse assunto no artigo O boi, o brinco e a União Européia.

Aproveito a ocasião apenas para lembrar algumas particularidades brasileiras negociadas anteriormente com a UE, que não se aplicam por exemplo a Argentina ou Uruguai, como o estabelecimento dos circuitos pecuários dentro do território nacional, definindo zonas livres de aftosa ou não, que permitiu ao Brasil seguir exportando mesmo após a ocorrência de surtos em determinadas regiões. Isto porém implicou numa contrapartida de garantia de rígido controle individual de movimentação de animais entre estas zonas.

Foi o governo brasileiro que propôs isto. Caso contrário o Brasil teria deixado de exportar carne, completamente, nos casos de surtos de MS, por exemplo. Em suma, de fato temos um sistema muito complexo, mas também porque tratamos com uma realidade muito complexa. Para o bem e para o mal.

Também acredito que haja necessidade de revisão de certos conflitos insanáveis de interesse do atual modelo para que possamos simplificá-lo. A responsabilidade pela coleta dos dados em qualquer sistema produtivo sempre será do produtor. Não há outra forma de operação possível.

O produtor é o gerente da propriedade. Ele pode contar com o auxilio de profissionais, empresas e ferramentas de software e hardware para realização desta tarefa, mas não pode transferir esta responsabilidade. Ele é responsável pela veracidade, acurácia e precisão dos dados coletados. Como a transferência destes dados será feita para a BND é outra questão a ser discutida.

Hoje temos um sistema em funcionamento administrado pelas certificadoras. Ao meu ver quem deveria validar/certificar o processo é a etapa seguinte. Uma terceira parte. E a acreditação destas empresas mais uma etapa do processo.

E por último, na verdade é o que vem em primeiro, está o órgão normalizador. É este órgão que deve ouvir toda a cadeia, incluso o cliente, para procurar harmonizar os interesses e realizar os ajustes necessários na norma. Ao meu ver estes ajustes e o tempo trariam naturalmente as melhorias necessárias ao sistema para recuperarmos a credibilidade necessária.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress