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Leitor comenta: para ampliar venda é preciso barganhar

O leitor do BeefPoint Enrico Lippi Ortolani, professor da FMVZ-USP/São Paulo, enviou um comentário ao artigo, "Abiec se mostra otimista, esperando aumento nas vendas", onde ressalta que o Governo brasileiro precisa negociar melhor com nossos parceiros.

O leitor do BeefPoint Enrico Lippi Ortolani, professor da FMVZ-USP/São Paulo, enviou um comentário ao artigo “Abiec se mostra otimista, esperando aumento nas vendas“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Prezados amigos do BeefPoint,

A bola está na marca da cal. O governo, por meio de nosso Presidente e do Ministro da Agricultura tem que chutar e marcar o gol (alguém já disse que o penalti é tão importante que os dirigentes dos clubes é que deveriam chutá-lo).

O momento é este para o Brasil ampliar nossas exportações de carne bovina, frente a um quadro de recessão e diminuição de nossas exportações. O mercado chileno só será aberto por meio de barganha e pressão de nosso Presidente, a ampliação da Cota Hilton idem.

Concordo com o ex-Ministro Pratini de Moraes que para ampliar o mercado da UE temos que barganhar com eles a compra de seus produtos.

Enfim, o Brasil no mês de janeiro “importou muito mais que exportou”.

Volto a escrever. O Brasil continua importando salmão, vinhos e frutas temperadas do Chile. E eles em relação a nossa carne? Vamos continuar passivos? O Ex-ministro usou o exemplo da compra de aviões da Europa, mas nós temos outros produtos que compramos deles (alimentos, vinhos, produtos industriais etc.) que também têm que entrar na pauta de negociações. Só alavancaremos nossas exportações de carne bovina em 2009, se começarmos a iniciar agora mesmo a negociação com nossos “parceiros”.”

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

0 Comments

  1. Jaime Assis Catafesta disse:

    Meus parabens esse foi um comentario para atingir a aqueles que so se importam com os produtos que vem de fora e não vem que o Brasil precisa de exportar antes de importar, muito bem colocado o seu comentario Enrico.

  2. Louis Pascal de Geer disse:

    Prezado Prof. Enrico Lippi Ortolani,

    Realmente a bola está na marca de cal, mas que jogo é este? Porque deixamos nos encurralar num jogo de politica de governos e reguladores?

    Quem, vai fornecer os produtos, quem vai ser o responsável pela qualidade destes produtos; é o governo? Então vamos fazer o gol com habilidade para em seguida ver os mercados se abrirem para quais produtos exatamente? Será que vai ser um pool dos frigorificos exportando para os importadores?

    Faz muito tempo que não consigo entender ou gostar deste jogo, e faz muito tempo que a qualidade dos relacionamentos dos frigorificos com os consumidores finais é quase inexistente.

    O consumidor final deveria jogar em nosso time como goleador, como um jogador principal de referencia na area.

    E uma observação final, para mim, os adversários são os importadores de carne, porque eles impedem qualquer aproximação com os consumidores finais. Não seria muito melhor investir pesado na industrialização da carne e assim assegurar que os bois tem eira, tem beira e tem nome.

    Um abraço, Louis.

  3. Enrico Lippi Ortolani disse:

    Prezados Jaime, Louis e amigos do BeefPoint

    Agradeço pelos comentários recebidos. Realmente, o comércio internacional ideal sempre tem duas vias: a da compra e a da venda. Espera-se que num relacionamento cordial ocorra compras e vendas equitativas, sem enormes desbalanços.

    Tenho batido na questão do Chile, pois me parece emblemático e que neste caso “estamos comendo bola” e ficando no prejuízo por incompetência de nossos governantes. Destaco que no caso chileno o bloqueio de compra de carne bovina brasileira foi feito pelo Governo constituído e não pelos importadores e mesmo os consumidores chilenos, se mantendo esta situação até o momento.

    Por incrivel que possa parecer os chilenos passaram a comprar carne dos “irmanos” argentinos a quem eles nunca tiveram enorme paixão, até que o governo platino complicou as vendas de carne bovina para todos os países importadores, com o objetivo de suprir o mercado interno.

    Frente a esta situação os chilenos passaram destacadamente a importar carne do Paraguai. Agora pergunto. A condição sanitária do gado paraguaio é melhor que a nossa? Os frigoríficos daquele país são mais tecnificados que os nossos? A carne deles é de melhor qualidade que a nossa?

    No momento estes argumentos podem ser devidamente explanados às autoridades chilenas pelo Ministério da Agricultura brasileiro e um simples telefonema de nosso importante presidente ou mesmo uma interlocução pessoal dele com a Sra. Michelle Bachelet, presidente do Chile, poderá mudar a situação aumentando nossas vendas de carne para aquele significativo país consumidor.

    Nosso dirigente máximo da nação tem que ser o principal embaixador do Brasil e de nossos negócios. Lembrem-se da vinda de Bill Clinton ao Brasil. Depois de suas pressões nossas autoridades combateram como nunca a pirataria e as falsificações abrindo alas para a venda de produtos americanos.

    Um forte amplexo!
    Enrico Lippi Ortolani

  4. Alysson Santos disse:

    To fechado com comentário do Sr. Louis Pascal. Não é possível que contiunemos a “mendigar” Cotas Hilton, Doha e, participações em mercados intransigentes.

    O mundo não tem outros compradores?

    Somos quantos países no mundo?

    A África não tem gente com fome? Não existem cabeças pensantes que elaborem um plano de erradicação da fome naquele continente com participação do Brasil como maior fornecedor de carnes e alimentos?

    Não sabemos mais até que ponto os discursos políticos são viáveis!

    Acreditar em quem? Nem no mercado da mais depois dessa bagunça generalizada do acesso ao crédito!

    A esperar por dias mais interessantes e sobrevivendo aos indecentes preços de insumos agrícolas …

  5. Carlos Alberto Ribeiro Campos Gradim disse:

    Fico dividido entre as duas linhas de argumentação, mas no final tendo a apoiar mais decididamente a posição do Dr. Louis de Geer.

    Francamente, este lamentável (des)Governo que mente, trapaceia e engana o País há seis anos, a começar pelo pândego-mor do presidente e seus delírios de grande estadista e líder regional, não tem competência, mas principalmente, não tem autoridade moral para nos representar com credibilidade, eficiência e eficácia em nenhum foro ou negociação internacional.

    Na máxima extensão possível, ignoremos estes incompetentes mentirosos e tratemos de, estreitando e qualificando as relações intra e inter-elos de nossa cadeia, partir para superar diretamente os obstáculos através da ação focada e agressiva de nossas lideranças empresariais. Se o Governo for capaz de ajudar em algo, ótimo – mas que ninguém fique esperando por isso.

    Abraços e bom trabalho a todos.

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