Atacado, que puxava o boi, agora empurra
18 de novembro de 2011
Atacado – 18/11/11
18 de novembro de 2011

Leitor BeefPoint e pecuarista, José Rezende também comenta sobre o SISBOV

"Não separar a realidade atual da anterior a 2008 é um erro que pode ser constatado indo as fazendas que continuam no SISBOV. O sistema e principalmente a mentalidade de todos os envolvidos mudou muito."

O leitor do BeefPoint José Ricardo Skowronek Rezende (Produção de gado de corte), de São Paulo – SP, enviou um comentário ao artigo “SISBOV 2012“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Caro Walter Magalhães Junior,

Impossível discordar do seu relato de pecados passados do SISBOV. Eu também me revoltei ao constatar que apesar de meus esforços até 2008 poucos de fato seguiam as regras estipuladas. Mas não separar a realidade atual da anterior a 2008 é um erro que pode ser constatado indo as fazendas que continuam no SISBOV. O sistema e principalmente a mentalidade de todos os envolvidos mudou muito.

Já falar que no SISBOV atual não morrem animais, por exemplo, é simplesmente ignorar completamente os registros existentes na BND e os dados existentes nos laudos de vistoria emitidos. Se os cotejar verá que morrem animais no SISBOV da mesma forma que fora dele.

Notem ainda que se alguém usar o código de um animal morto para identificar outro animal terá que violar o lacre dos identificadores do animal original, correr o risco de ser pego em uma vistoria e/ou auditoria ou ainda no abate e ainda restringir o uso deste identificador violado a um animal de mesmo sexo, raça e idade, pois qualquer alteração destes dados implica na recontagem automática dos prazos de quarentena e noventena.

Isto para não falar que este novo animal teria que “brotar” na propriedade sem ser oriundo de um trânsito regular, com emissão de GTA, pois as fichas dos órgãos de defesa são comparadas sistematicamente com os registros do SISBOV a cada 2 ou 6 meses. Mau negócio ao meu ver.

Posso ainda garantir que para mim, que atuo no setor pecuário há 30 anos e cuja família atua desde o inicio do século passado, a implantação do controle individual dos animais foi uma verdadeira revolução. Nas tentativas anteriores ao SISBOV de implantação de controles individuais, confesso que acabei fracassando justamente por falta de capacitação da mão de obra.

Mas este papel é nosso, não de terceiros. Não podemos fugir dele eternamente. E uma vez enfrentado este problema as coisas começam a acontecer como desejado. Sei que ainda tenho muito que aprender mas francamente já não me considero mais um novato.

Da mesma forma é impossível discordar dos argumentos do Sr Fernando Lopa pró maiores investimentos em fiscalização das fronteiras, da vacinação nas propriedades, dos abates nos frigoríficos, do trânsito nas estradas e nas gôndolas, bem como na educação rural, no melhoramento genético, etc. Simplesmente entendo que a importância de um não anula o outro.

Concordo ainda que a implantação da lei de rastreabilidade elevará os controles do governo e com isto a cadeia será fortalecida. Mas justamente por ser uma lei será obrigatória a todo o rebanho e, ainda que demande pouco esforço adicional do produtor, pois o maior peso será do Estado, não agregará valor imediato ao produtor.

Por isto entendo que sabiamente o legislador deixou espaço para adoção voluntária de escopos complementares, de acordo com demandas de mercado. O SISBOV é justamente um destes escopos complementares que provavelmente continuará existindo enquanto houver interesse comercial em atender exigências específicas.”

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

0 Comments

  1. José Manuel de Mesquita disse:

    É impressionante a paciência que os defensores do sisbov  querem nos obrigar a ter.

    Temos que compreender e aceitar os sucessivos erros, abusos, enganos e trapalhadas do sistema, como se normal fosse…  

    Nossos impostos custearam a "armação" com toda a equipe de  "profissionais" envolvidos ao longo de todos esses anos em que nos prometiam melhorias para as "inúmeras" versões que debutaram ao longo deste tempo.

    Se fosse uma empresa privada, o tal sistema já teria quebrado sua empresa mãe, mas como o MAPA é órgão público, as coisas são tocadas a la "mãe joana", ninguém pune ninguém, ninguém cobra nada de ninguém, mesmo porque a maioria  dos que estão por ali, estão por apadrinhamento ou por interesses nada republicanos, como os exemplos mostrados pelas cabeças ministeriais que  já rolaram neste ano e outras que provavelmente ainda hão de rolar…

    A defesa do tal sistema é feita com veemência por todos aqueles que de alguma forma dependem do "cartório instituído" para sugar os recursos  dos produtores:
    fabricantes de insumos de identificação de péssima qualidade, certificadoras, auditores, consultores… e outros tantos "senhores"…

    Alguns até tentam  disfarçar,  não mencionando que além de produtores e leitores BeefPoint, também  desenvolvem (ou desenvolveram) atividades ligadas a softwares de gestão integrados ao tal sistema…    

    Voltando a analogia do artigo original: Balboa e  sisbov…  parece que o nosso ops… (nosso não, deles)   "Balboa" está na LONA,  mas os embargos continuam de pé…

    Infelizmente, seus "beneficiários" continuam na tentativa de reergue-lo… tarefa difícil, afinal tem apanhado muito, lhe falta técnica, lhe falta flexibilidade, lhe falta conhecimento básico de como vivem seus adversários… em compensação lhe sobra a "arrogância"  dos que possuem a proteção dos juízes  que determinam as regras da luta…

    Tal como o filme, o sistema também possui múltiplas versões, mas a cada uma delas a platéia fica mais aborrecida… apesar da "publicidade ufanística" que seu "staff" insiste  em nos mostrar… com entrevistas e declarações de apoio, algumas até disfarçadas de integrantes de "fora do sistema"…

    A que ponto chegamos…me parece que alguém lá de cima também já se cansou de defender o indefensável, e deu algum prazo para que os beneficiários do sistema se defendam, caso contrário ele cairá… assim como os ministros que não conseguem explicar o "inexplicável"…  

    Quando a propaganda  e os apoios solidários do próprio meio se intensificam, é sinal que o  o "mercado cativo" corre riscos…  A hora é agora, os  que discordam das regras e de como nossos impostos estão sendo gastos, que se manifestem, da mesma forma que eles se articularam para manter tudo como está…

    Nada como a possibilidade de exercer o pensamento, de forma democrática e as claras…

  2. JOÃO ABADIO PEREIRA disse:

    Parabéns ao José Rezende, por estar acompanhando de perto, a evolução do sistema de rastreabilidade no Brasil, isso só reforça o profissionalismo dos nossos produtores, nos dando a certeza que nossos esforços, em consonância com nossos  pecuaristas, criando um novo cenário de responsabilidade, conscientização e dedicação, garantido assim, um alimento seguro aos consumidores do Brasil do exterior.

    Fico feliz também por este reconhecimento, pois diretamente tivemos nosso trabalho reconhecido perante o setor, o trabalho das empresas de certificação é fundamental na operacionalização do sistema a campo, em resumo,  pecuaristas,  entidade certificadoras e governos, todos não tem medido esforços no aprimoramento do sistema, em toda a sua esfera.

  3. Emerson Figueira disse:

    A minha "bronca" com o SISBOV é pelo fato de ele não rastrear nada alem de 100 ou 120 dias (10 ou 15 % da vida do boi abatido, 3% da vida de uma vaca). Não conheço as estatísticas, mas creio que pelo menos 80% do gado "rastreado" que é abatido só é incluído no Sisbov um pouco antes do inicio da engorda, principlamente nos confinamentos.

    Tiro esta conclusão analisando a qualidade dos brincos produzidos. Quando aderi ao sisbov em 2007, coloquei brincos em minhas matrizes que só agora, estão começando a dar problemas de perca. Os brincos adquiridos principalmente nos 2 últimos anos, tem uma perca enorme. E são da mesma marca dos antigos. Ou seja são feitos só para durar o que precisa, 4 ou 5 meses.

    Rastreamento de verdade só existe, se os animais forem identificados na propriedade de nascimento e até a desmama. Fora disso, é só encenação para ingles ver, ou melhor, para irlandes ver e ter mais um motivo não fiscal de criar barreiras as nossas exportações.

  4. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Caro José Manuel de Mesquita,

    Não o conheço pessoalmente, apenas por meio do Beefpoint, mas creio que esteja muito equivocado a meu respeito. E apesar das divergências de opinião sempre achei, até agora, nossa conversa por este canal respeitosa. Mas confesso que seu tom agora incomodou.

    Em primeiro lugar nunca escondi que desenvolvi ao longo de anos softwares de rastreabilidade e gestão pecuária líderes de mercado. Pelo contrário. Já esclareci aqui neste site este fato mais de vez. Inclusive a você. E tenho muito orgulho do meu trabalho nesta área, apesar de secundária para mim do ponto de vista econômico. Nada tenho a esconder.

    Também informo que estes softwares, apesar de se comunicarem com a BND, são completamente independentes da mesma e a mudança das regras em debate não afeta em nada os mesmos. Alias muitos dos produtores que participam atualmenmte do SISBOV lançam dados em nossos sistemas e os enviam a BND diretamente, ainda que sob supervisão de uma certificadora.

    Como sei que vc abandonou a atividade pecuária a anos acredito que todas suas criticas sejam baseadas em sua breve experiência pré-2008.  Por isto faço o convite para visitar nossas fazendas no MT para ver se a coisa é séria ou apenas para Inglês ver.

    Att

  5. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezado José Ricardo,

    Para cada caso uma explicação,  para cada situação uma determinada ação…

    Novamente gostaria de que meus "escritos" fossem interpretados dentro do contexto em que foram formulados.

    Em nenhum momento a "divergência" de opiniões deveria ser levada para o lado pessoal, tento não fazer isso, mas dependendo dos interesses envolvidos, alguns preferem "interpretar" determinados "escritos" fora do contexto em que foram formulados… provavelmente em algum momento eu também faça parte deste tipo de interpretação, afinal, nenhum de nós humanos está livre disso.

    No caso em questão, meu comentário foi  baseado em sua constante defesa do "sisbov" agora de sobrenome "Balboa"…  Em nenhum momento contestei sua "competência" pessoal em softwares de gestão, consultoria gerencial ou mesmo em como conduz seus negócios pecuários…  minha constante crítica é sobre o tal sistema e a insistência com que é defendido…   onde o mesmo (sisbov), é mencionado como se dele  dependesse a gestão "organizada" de qualquer propriedade…Rastreabilidade não depende nem nunca dependeu do sisbov, em qualquer de suas versões…  mas por seus "escritos" tenho concluído que voce, assim  como muitos outros, insistem em "escalar" o sisbov como fator principal  da  "gestão administrativa e organizada" de uma propriedade… o que não é verdade.

    Meu  "escrito" que lhe aborreceu tanto,  simplesmente aborda que quando se defende uma causa, de forma púbica, e para usuários de diferentes níveis de conhecimento, se faz necessário transparência,  inclusive não omitindo eventuais "conflitos" de interesses… Afinal  há algum tempo, voce retirou de seu "perfil"  BefPoint a informação sobre suas atividades nas áreas "ligadas" ou "correlatas" ao sisbov.

    Dessa forma para defende-lo (sisbov) da forma que o defende, e não ser "interpretado" da forma que o interpretei, o seu  "perfil" BeefPoint deveria ser "reatualizado"  com as informações sobre suas outras atividades…  mas aí, sua defesa sobre o tal sistema poderá ser interpretada como opinião "viciada" pelos interesses envolvidos… A velha e conturbada história dos "pés em 2 canoas"…  poderia não ser conveniente, mas com certeza evitaria interpretações como as minhas…

    Mas… repetindo algum "escrito " anterior:  "Vejo" em vez de simplesmente "Olhar",   "Ouço"…  em vez de simplesmente "Escutar"…  isso me obriga a "pensar"  e "raciocinar" sobre as diferenças entre "viver" e "existir". Tenho dado preferencia  por "existir" de forma "equilibrada" e "justa", tentando não agir como  "predador"… mas insistindo sempre em "existir"  de forma "consciente"…

    Ademais, não se aborreça tanto com meus "escritos", são só opiniões de alguém sem "peso algum", que como voce mesmo descreveu  possui somente uma "breve experiência pré-2008"…  mas,  que ainda tem o hábito de partilhar sua experiência e os  conhecimentos adquiridos  durante a vida.

    Abraço, saúde e sorte, e que nossas esposas nunca fiquem viúvas!

    JMM

  6. Walter Magalhaes Junior disse:

    Caro José Ricardo

    Respeito todos os seus argumentos envolvendo o programa, não pela experiência e interesse empresarial no sistema mas, principalmente, pela história. Aliás, neste aspecto, o histórico, não nos diferenciamos muito pois, estamos ligado ao setor agrorrural a mais de um século também, com envolvimento pessoal em torno de dos mesmos trinta anos. A única diferença que notei em os dois casos é que controlamos, individualmente, todos os nossos animais há mais de vinte anos, com mais de quarenta mil animais indentificados e acompanhados do nascimento ao abate.

    Neste sentido, só a base de dados criada e mantida em nossos sistemas já representa um avanço considerável e respeitável.

    Portanto, como não tenho interesse particular no sistema de rastreabilidade governamental, posso criticá-lo livremente, apontando todos os seus equívocos e enganos. E que fique bem claro que, no meu ponto de vista, o maior erro dos criadores deste monstro, foi despresar completamente os controles internos das propriedades, arvorando-se, como vemos nos argumentos de todos os seus defensores, como o produto que salvaguardaria os pressupostos de avanços no sentido da organização da pecuária nascional.

    Assim, criaram um frankstein que agora estão querendo comprarar com um ídolo.

    Um absurdo.

    E creia José Ricardo, também tenho acompanhado os argumentos do Mesquita em todos os tópicos em que ele tem se exposto, oferecendo a sua experiência pessoal àqueles que se envontram envolvido em nosso setor. Suas posições sempre foram balizadas e dígnas de respeito. É franco e aberto, o que faz com que, em alguns casos, as pessoas se sintam diretamente atingidas pelos seus argumentos, quando contrariados.

    Tenho certeza que o Mesquita, como administrador profissonal que demonstra ser, não deve ter se intimidado com sua experiência secular neste nosso setor.

  7. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Caro Walter Magalhães Junior,

    Se possui controle individual de mais de 40.000 animais a mais de 20 anos só tenho que cumprimenta-lo. Apesar das semelhanças nossas sua experiência é sem dúvida mais longa que a minha. Ptto sei que sabe que trata-se de uma tarefa árdua, mas de grandes benefícios.

    Mas atualmente para que vc possa integrar seu trabalho ao SISBOV é preciso sim identificar os animais tb com identificadores com códigos oficiais, com garantia de unicidade nacional, e que seu banco de dados posso correlacionar ambos os códigos (de manejo próprio e oficial) e que consiga se comunicar com a BND. Nossos softwares já fazem isto a bastante tempo, mas ainda assim resta o inconveniente da dupla identificação. Concordo plenamente que esta integração deva ser facilitada e espero que esteja contemplada nas mudanças em estudo pelo governo. Só terei a ganhar, como produtor e fornecedor de software, com isto.

    Por último informo que não me senti atingido pelos argumentos do Mesquita simplesmente por ser contrariado. E sim pela alegação de estar tentando esconder conflitos de interesse, Como posso estar escondendo algo se além das minhas opiniões já registrei aqui, neste canal, mais de vez, todas minhas atividades?

    Att,

  8. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Há varios anos frequento as paginas deste ponto de encontro, e eventualmente metemos a nossa colher no angu,pois o achamos democratico e saudavel para estarmos atualizados com o nosso segmento.Nossa origem foi prestando assistência a pecuarista com problemas de gerenciamento e planejamento,acabamos nos especializando em confinamentos,e hoje damos assistência a alguns projetos e temos uma corretra de insumos.Vivemos diariamente em contato com o produtor,pequeno,medio,grande,e temos clientes com fazendas certificadas,algumas implantadas por nos.Afora os problemas realmente existentes,o SISBOV evoluiu,e muitas fazendas passaram a controlar seus planteis e custos a partir da implantação do SISBOV o que só por isto já é uma melhoria.Tenho acompanhado há muito tempo o Sr Mesquita,acho suas fotos interessantes e sua vocação para controles mais ainda,mas discordo de sua birra com o SISVBOV e a suplementação mineral.O SISBOV evoluiu e tem muita gente certificada,vai melhorar quando o mercado demandar.Suplementar tambem é importante.Quero dizer que não trabalho com minerais e certificação,mas recomendamos dependendo da situação a todos clientes.Na pecuaria temos alguns pontos fundamentais,sabido de todos,genetica,sanidade, nutrição e manejo,e estes pontos são interdependentes não havendo maior ou menor importância de um ou outro,a sua utilização mais intensificada ou não depende do estágio de produção da propriedade.

  9. José Manuel de Mesquita disse:

    Prezada Senhora Alcance Pecuária,

    Infelizmente, nós do andar de baixo, somos obrigados a trabalhar sempre de olho no que nos pode sobrar após a venda daquilo que produzimos. Seja proteína em forma de animal, sistemas de gerenciamento ou equipamentos mecânicos ou eletrônicos.

    Nossa sobrevivência em geral depende disso, e dentro disso estão incluídos os custos dos insumos, que somados ao custo da "mão de obra",  manutenção dos ativos, custo financeiro sobre eventuais empréstimos, as perdas por morte ou doenças, e finalmente a parte que toca ao nosso patrão maior…  o "ente estado"… Depois disso o que eventualmente sobrar, seria o pagamento por nosso trabalho e pelos riscos a que submetemos nosso capital para movimentar toda a operação.

    Observar, mensurar, registrar, comparar são requisitos básicos que nos são exigidos na atividade, quem não  acreditar nisso terá dificuldades em sobreviver.   

    Apesar do breve tempo que vivi na atividade "pré 2008", adaptei à pecuária  conceitos, experiências e conhecimentos acumulados durante minha vida profissional  tais como:   sistemas (hardware e software), Bancárias, Indústrias de auto-peças (borracha e Mecânica).

    Apesar de alguns de vocês não acreditarem, também  "existe vida inteligente" fora do setor… posso garantir a vocês que existe e, em grande número!
      
    A experiência que tais pessoas possuem permite a elas não necessitarem de décadas para entender e aprender as "particularidades" do setor, que afinal não são tantas quanto possam pensar.

    Afora as "regras"  determinadas pela natureza para a "máquina biológica bovina", todas as outras são idênticas a qualquer outra atividade empresarial,  e se resumem em:
    – administrar a vaidade humana e os conflitos decorrentes dela.  
    – Utilizar insumos que lhe permitam produzir algo que o mercado absorva, não necessariamente tendo que utilizar o que existe de melhor, mas o que lhe proporcione um custo-benefício favorável ou equilibrado.
    – controle de receita e despesa
    – Pensar e planejar o futuro da atividade, buscando maior rentabilidade…

    Após inicialmente ser "parasitado" pelos que rondam a atividade, fui aprendendo a me defender, aplicando os conceitos mencionados neste "escrito".

    Desde 1.9999 todos os animais que entraram na propriedade ou produzidos por ela, eram registrados com identificação individual, e toda e qualquer movimentação ou intervenção em cada um deles era registrada, com data, motivo, por quem,  que produtos e em que quantidades lhes foram aplicados…

    Dessa forma posso lhe garantir que optei pelo que me proporcionava o equilíbrio para me manter vivo, onde a cria era 80% da receita, em uma época em que a cria era o "patinho feio" da atividade.

    Quanto a birra ao "sisbov", acredito que se lidos (com  isenção) meus escritos sobre o tema, e os dos demais leitores, chegará a conclusão de que não é "birra"… Temos razões de sobra para a indignação que sentimos e não temos tido receio de externa-la.

    Abraço, saúde e sorte…

    JMM

  10. Walter Magalhaes Junior disse:

    Caro José Ricardo

    Fizemos parte do sistema oficial de rastreamento desde o primeiro momento. Confesso, como já disse anteriormente, que não tivemos problema nenhum em implementar o programa em nossas propriedades, lembrando que, a melhor fase dos controles foi aquela em que se conectavam os controles internos da propriedade com os oficiais.

    Mas me surpreendia quando enviava meus animais mensalmente ao Independência, inicialmente, e notava a bagunça apresentada pelos controles. Depois cometeram um equívoco imperdoável, permitindo aos frigoríficos que interferíssem no processo, participando diretamente da busca de adesão de produtores, forçando uma obrigação de fornecimento como compensação. Um absurdo com um volume imensurável de produtores que aderiram fruto da mais profunda ignorância a respeito das possibilidades futuras de um programa dessa natureza.

    Suspendi toda a minha relação com o programa um pouco antes da implementação do ERAS e da criação da Lista Trace. Estava com todo o meu gado rastreado e participando do SISBOV mas me cansei da instabilidade do programa que apresentava constantes alterações na sua estrutura e composição.

    Usava, como ainda uso, para meus controles um programa de uma empresa chamada Alma Informática, denominado CONGADO. Não era uma obra prima da informática mas quebrava bem o galho. Confesso, sem nenhuma arrogancia, que como administrador de empresas, ajudei muito no trabalho de adequação do programa à realidade de uma propriedade pecuária. Os problemas que apresentava, apesar de contar com pessoas ligadas às áreas agrárias no seu desenvolvimento, eram até infantis.

    Mas essa empresa passou por problemas societários e encontra-se em processo de descontinidade. Busco uma alternativa para substituir o produto. Como tem interesse na área, pediria que me informasse como poder testar o seu produto. Confesso que tenho um grande interesse em dar continuidade a esse assunto.

    Quanto ao comentário do Mesquita, só entendi que seria de bom grado tê-lo tratado mais gentilmente, mesmo considerando o fato de ele ter dado a entender, no que estava correto, que você poderia ter interesse direto no tema discutido. Como ele estava fazendo uma crítica séria, acabou exagerando um pouco, o que, para você, como empresário com interesse no setor, poderia ter perfeitamente bem relevado.

    Saudações fraternas

  11. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Caro Walter Magalhães Junior,

    Se quiser saber um pouco sobre nossos softwares e como avalia-los pode entrar em contato direto comigo pelo 11-3824.9400 ou pelo e-mail rezende.jose.ricardo@gmail.com. Será um prazer conversarmos a respeito.

    Tem razão ao disser que eu não precisava ter rebatido de forma tão dura o comentário do José Manuel de Mesquita. A verdade é que me irritei muito mais do que com a alegação de conflito de interesses com a de eu estar tentando esconde-la, pois já havia aberto publicamente esta condição em diversas oportunidades, aqui mesmo no Beefpoint, inclusive dirigindo-me diretamente ao Sr Mesquita. Mas eu e o Sr Mesquita já esclarecemos os fatos e o assunto esta completamente superado. Desculpe-me se ao responder a um comentário seu acabei gerando, ainda que involuntariamente, esta situação. Melhor seria não ter polemizado.

    Att,

  12. Walter Magalhaes Junior disse:

    Caro José Ricardo

    Não poderia deixar de parabenizá-lo pelo encaminhamento final do mal entendido. Isto demonstra, com clareza, a nobreza de espirito.

    Mas sem querer me estender em demazia sobre os pressupostos que sustentam programas de controle como o que temos discutido (SISBOV), não podemos perder de vista o fato que, esforços dessa natureza, geralmente, são fundamentalmente orientados, em suas concepções e implementações, por conceitos de carater exclusivamente econômicos. Quando buscamos interferir no encaminhamento desses processos, retirando do processo a liberdade de ação, como fizeram com o SUSBOV, o resultado tende a ser lastimável.

    As condições ideais de implementação deveria ter seguido a seguinte ordem:

    1. A adesão, desde o primeiro momento, deveria ter sido, indiscutivelmente, voluntária;

    2. Neste caso, os primeiros entrantes seriam os produtores devidamente organizados, com algum grau de controle interno ja implementado, os quais contribuiriam para a validação do programa, a facilidade de acompanhamento pelos orgãos governamentais (fossem eles federais, estaduais ou mesmo municipas), praticidade do efetivo rastreamento, entre tantas outras vantagens que a introdução de um prgrama dessa natureza e magnitude exigia;

    3. A escassez de animais rastreados, em um primeiro momento, faria com que os preços dos animais em condições de serem exportados para a Europa, por atenderem as exigências de rastreabilidade, tivesssem seus preços majorados (talvez até de forma significativa), valorizando o trabalho daqueles produtores mais preparados (não no sentido da experiência de produção mas, sim, no que tange à gestão de processos propriamente dita);

    4. Esse incremento dos preços dos bois rastreados estimularia outros produtores a buscarem informações mais precisas a respeito do como deveriam proceder, tanto no âmbito interno quanto externo à propriedade, para poderem, também, participar desse programa. Neste momento, antes de qualquer outra coisa, seriam estimuladas a adoção de esforços de controles internos, como forma de se adequarem às exigências básicas de participação no programa. Neste ponto, então, seriam comercializados serviços de consultoria e assessoria de processos e outras coisas mais;

    5. Deste estágio em diante, o programa criaria as condições de consolidação e sustentabilidade efetiva de crescimento tão esperada e propalada pelos prestadores de serviço atuais.

    Infelizmente, estas etapas foram todas foram ingenuamente queimadas, resultando no insucesso que todos tivemos a oportunidade de ver. Insucesso porque, os números atuais de produtores e animais é infinitamente inferior ao que já foi em um passado não muito distante.

    E quem foi o responsável por todo estes erros?

    O primeiro responsável foi a empresa PLANEJAR, uma das empresas certificadoras que viu nesse mercado uma oportunidade de enriquecer. O segundo foram os frigoríficos que usaram esse erro para segurarem os preços, não deixando que subissem como deveriam.

  13. Walter Magalhaes Junior disse:

    Roberto, você tem toda razão. Às vezes, nos argumentos, nos concentramos mais na atividade voltada para a exportação para o mercado europeu, mas os ganhos totais envolveriam mesmo estes conceitos mais amplos de segurança alimentar e garantia de qualidade que você, tão bem, coloca, envolvendo, também, o mercado interno. Você está certíssimo, sem a menor dúvida.

    Mas esses, de qualquer forma, seriam os ganhos objetivados, os quais foram totalmente prejudicados pela forma equivocada com que o programa de rastreabilidade brasileiro foi implantado.

    Primeiro quiseram generalizar a oferta, obrigando a rastreabilidade. A impressão que se tinha era de que quem não atendesse essa condição teria que consumir os próprios animais. Um erro brutal, até infantil, para dizer a verdade.

    Depois abusaram da dialética, acreditando que estavam mexendo com idiotas, argumentando que o programa contemplava a adesão voluntária, quando na verdade ele previa a obrigatoriedade a médio prazo. Somado a isso traziam a informação, também, de que se o produtor "QUISESSE EXPORTAR PARA A EUROPA" deveria atender as exigências do programa.

    Percebe a limitação do argumento?

    E qual era o produtor que tinha, de forma efetiva, interesse particular de ter a sua carne exportada especialmente para a europa?

    Não resta dúvida, os criadores de tudo isso é quem foram os verdadeiros idiotas em todo o desenvolvimento do processo, desde a concepção até à implantação do mesmo.

    Essa é que é a realidade.

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