Vendas nos supermercados devem se recuperar em 2012
1 de dezembro de 2011
Atacado – 01/12/12
1 de dezembro de 2011

Leia relatório com slides do IMEA sobre confinamento no MT (crescimento de 28,9%)

O ano de 2011 se iniciou com uma forte expectativa pelos confinadores em razão dos bons resultados obtidos no ano anterior, graças a arrancada do preço da arroba.

O ano de 2011 se iniciou com uma forte expectativa pelos confinadores em razão dos bons resultados obtidos no ano anterior, graças a arrancada do preço da arroba.

O valor pago pelo boi gordo entre o início de julho até o dia 10 de novembro de 2010 acumulou uma valorização de 37,2%. Porém, o que se observou no mesmo período de 2011, apesar do bom patamar em que se mantiveram no primeiro semestre, os preços não “decolaram” como esperado, acumulando valorização de 7,2% no mesmo período.

Gráfico 01. Evolução do preço do boi gordo (à vista) no MT (R$/@)

O desempenho negativo da arroba a partir de agosto influenciou, de modo que o planejamento para os últimos lotes a serem confinados fosse revisto. E esse menor entusiasmo do confinador em relação ao preço praticado no mercado físico pode ser verificada na comparação entre o mês de maio, histórico pico de safra do boi, e outubro, referência para o pico da entressafra. No ano de 2011, diferentemente do observado nos oito anos anteriores, registrou uma variação negativa no período analisado.

Gráfico 02. Variação no preço da arroba do boi gordo (a prazo) entre maio e outubro no MT

Com isso, a última previsão do levantamento de confinamento de agosto reajustou de -4,3%, passando de 798,4 mil para 763,9 mil cabeças. Ainda assim, a evolução do rebanho em 2011 foi de 28,9%, confirmando o maior rebanho de confinamento no Estado.

Gráfico 03. Rebanho confinado no MT (mil cabeças)

Tabela 01. Rebanho confinado no MT (2010 e 2011)

Dentre as regiões do Imea, a médio-norte se destacou por apresentar um crescimento de 72,0%, somando 186,1 mil cabeças. A região nordeste também apresentou uma evolução de 41,3% do total confinado, chegando a 147,7 mil cabeças. Tendo somente uma região apresentado recuo no número de confinamento, sendo esta a oeste, onde se registrou uma queda do rebanho, de -16,4%, com um total de 109,9 mil cabeças.

Através da distribuição de entrega dos animais para os frigoríficos e dos números do abate total de bovinos em Mato Grosso, o estudo levantou a participação do gado confinado nas escalas de abate do Estado.

Sendo assim, verifica-se que a terminação de bovinos no sistema intensivo foi fundamental para que o abate alcançasse os elevados patamares registrados no segundo semestre de 2011, chegando a responder no mês de outubro por 48% do rebanho abatido, com um volume de 191,8 mil cabeças abatidas.

Gráfico 04. Participação de bovinos de confinamentos em relação ao total abatido no MT (mil cabeças)

Neste último levantamento, pesquisou-se sobre a participação de machos e fêmeas confinados no Estado, chegando ao número de 84,9% de machos e 15,1% de fêmeas. A região Oeste e, principalmente, a região médio-norte, grandes produtoras de grãos apresentaram uma maior participação de machos confinados de 91,0% e 94,2%, respectivamente.

Tabela 02. Rebanho confinado por sexo

Quanto aos insumos utilizados na formulação do concentrado, elaborou-se levando em conta o rebanho confinado a participação dos mesmos na formulação da dieta. Apesar da valorização da saca do milho no Estado, o cereal segue absoluto como insumo da dieta animal, contando com 58% da participação na composição média do concentrado. Enquanto o farelo de soja, caroço de algodão, sorgo e casquinha de soja surgem os outros insumos mais utilizados para a composição do concentrado.

Gráfico 05. Composição do volume dos insumos utilizados no concentrado

Em relação aos mesmos insumos utilizados para a composição do concentrado, o estudo levantou quanto destes produtos e sub-produtos agrícolas são produzidos pelo próprio produtor. A média do Estado de Mato Grosso ficou em 49,5% da produção do concentrado pelos próprios confinadores. Tendo a região médio-norte e oeste, grandes produtoras de grãos, com os maiores índices de produção própria dos insumos com 76% e 58%, respectivamente.

Estes números demonstram que a cadeia da pecuária de corte no Mato Grosso vem se integrando com outras atividades como a agricultura, em que agricultores procuram agregar valor a sua produção, por meio da transformação da proteína vegetal em proteína animal.

Gráfico 06. Evolução do rebanho confinado no Mato Grosso (mil cabeças)

Pode-se observar também que a comercialização futura do boi gordo sofreu uma redução em relação aos números do ano anterior, sobretudo nos negócios praticados via contratos na BM&F. O que, aparentemente, se atribui aos resultados não satisfatórios nas operações de hedge no ano de 2010.

Tabela 03. Dados complementares do Levantamento dos confinamentos 2011

Quanto ao número de unidades confinadoras em atividade, observou-se uma ligeira queda no número total, passando de 78% para 77%. Salientando-se que, mesmo com esta redução no número de estabelecimentos em funcionamento registrou-se uma evolução do rebanho, influenciado, aparentemente, pelos grandes confinamentos do Estado. Destacando-se os números nas regiões médio-norte e nordeste em que verificou-se que mesmo com uma redução do número de unidades em operação, o número de animais confinados apresentou uma evolução acima da média do Estado.

Tabela 04. Dados complementares do Levantamento dos confinamentos 2011

Em relação ao custo médio para o confinamento em Mato Grosso elaborado pelo Imea, observou-se uma elevação do custo operacional total de 19,8%, em relação ao calculado para o ano de 2010.

Aumento influenciado, principalmente, pela alta com os custos da alimentação, e com a compra do gado magro. Sendo que, o custo médio da diária em confinamento, em que se exclui o custo com a aquisição do animal, sofreu um aumento de 31,5%, passando de R$ 3,41/cab./dia em 2010 para R$ 4,48/cab./dia neste ano.

Tabela 05. Utilização da capacidade com animais confinados nas regiões

Fonte: IMEA, adaptado pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Sempre que posso tento dissuadir pecuaristas que optam por "fechar" a venda do boi futuro baseado na cotação do dia da entrega dos animais mais um prêmio em cima de um indice de preços público, como da ESALQ.

    Ao agirem assim, muitas vezes sem perceber, os produtores garantem a escala de abate dos frigorífico sem de fato fecharem o preço. E desta forma, ao garantirem boa parte da escala dos frigoríficos, ajudam os frigoríficos a baixarem os preços de "louça" do dia do abate e assim o próprio preço que servirá de base para remunera-los.

    E porque os produtores se comprometem a entregrar seus animais sem de fato "fecharem" o preço? Creio que muitas vezes pela expectativa de obterem melhores preços na entresafra que os oferecidos em bolsa de futuros.

    Só que com o crescimento dos confinamentos o jogo ficou arriscado. A oferta na entresafra cresceu muito. O jogo ficou especialmente para quem põe seu boi magro em parceria para receber o preço de louça da ocasião do abate mais um prêmio, sem de fato travar o preço da venda futura.

    E apesar dos meus modestos esforços de dissuação tenho visto esta modalidade de venda futura crescer dia a dia. E esta condura creio que explica em parte a queda dos preços da arroba do boi gordo na entresafra deste ano.

    Eu entendo a lógica de quem "carrega" seus boia sem fechar preço ou escala. Corre os riscos para o bem e para o mal. Também entendo quem fecha preço e escala. Evita os riscos. Se a renatibilidade da operação é satisfatória ele trava. Mas sinceramente não entendo quem fecha escala de frigorífico e deixa o preço em aberto, por conta apenas de um prêmio modesto sobre a cotação de louça. Não conheço outro setor da economia onde isto ocorra.

  2. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Este ano começamos o confinamento com uma expectativa geral  que o confinamento iria recuar.Quando inciamos as operações de contratos futuros(commodities) sentimos crescimento no fechamento de animais em grande parte dos clientes,e muitos realmente travaram seus animais por questões de  segurança,principalmente os confinadores de grandes volumes,uma parte travou parte dos animais,o que entendemos devido as  incerteza de mercado,cocho,etc.

    Tivemos este ano também por conta da seca e a praga da cigarrinha devastando as pastagens em muitas regiões,muitos clientes fechando novilhas e vacas,o que ajudou frigorificos a preencherem escalas.No MS o abate de vacas em alguns momentos foi muito intenso,suprindo em determinados momentos  a carência de bois para confinar.

    Vale ressaltar também que muitos clientes acreditando no recuo do confinamento,fecharam na fase de contratos futuros, parte do que iriam precisar contando com recuo nos  preços dos mesmos.Nos produtos de origem proteíca,os preços FOB foram os mesmos da temporada passada,mas o frete novamente impactou,fazendo muita gente pagar mais caro no mercado spot..Nos produtos energéticos os preços foram altos por conta da escassez e preço do milho.Vamos para a nova temporada ja sabendo ,que a area plantada de milho cresceu e que o algodão vai ter uma diminuição com a queda dos preços da pluma no mercado internacional.

  3. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Parabéns pelo estudo muito esclarecedor e realista. Nos próximos sugiro também levantar por região taxa de troca com insumos e bezerros, para apresentar os IMENSOS custos que o agropecuarista matogrossense vem pagando a décadas!

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