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Lançam campanha nacional para dobrar a exportação de carne na Argentina

Na Argentina, em média, 63% das vacas desmamam um bezerro por ano. A fim de aumentar a produção de carne, o Ministério da Agroindústria, o Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA) e o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (SENASA) lançaram uma campanha com o objetivo de aumentar o peso de abate entre 10 e 12 quilos e passar para um percentual de 68% ao desmame.

“É um momento de grande expectativa para a pecuária da Argentina e as estratégias para aproveitar esta situação passam por dois eixos: aumentar o desmame dos bezerros, com a tecnologia disponível, e os quilos nas meias carcaças”, disse Amadeo Nicora, presidente do INTA.

Com estas medidas, é possível dobrar a exportação de carne sem afetar o consumo doméstico. Para conseguir isso, deve-se implementar as melhores práticas da saúde e de produção. “Em matéria de gado, a grande dívida que temos é tentar superar o teto histórico”, admitiu Nicora.

Aníbal Pordomingo, coordenador nacional de Produção Animal do INTA, analisou comparativamente a porcentagem de cria na Argentina. “Em outras partes do mundo, em ambientes similares, este índice supera 80%, de forma que nossos valores são baixos”, admitiu o especialista.

Enquanto a condição corporal média do rebanho nacional coincide com a necessária para emprenhar com sucesso 60% das vacas, no país para cada 100 animais em rebanho de cria, somente pouco mais de 50% (vacas, touros, novilhas) produz um bezerro.

“A expectativa seria chegar o mais próximo possível a um bezerro por vaca por ano. Mas para aumentar a taxa de desmame, o primeiro grande desafio é conseguir a melhor alimentação da vaca durante todo o ano.”

A fêmea média do rebanho de cria argentino é muito magra no momento do serviço, o que não é consistente com alta fertilidade. “Em média, 50 quilogramas a mais de peso vivo da vaca permitiriam pelo menos 15 pontos no índice de prenhez”.

O que acontece é que essa meta de produção não é simples de resolver, porque depende muito da capacidade das empresas de cria de produzir mais forragem e suplemento.

“Em alguns casos se trata de implantar novas pastagens, em outras de infraestruturas para manejar ou administrar melhor a forragem natural disponível ou implantados, ou poder projetar um negócio pecuário que apoie e justifique o salto nos investimentos e custos iniciais.”

A campanha coloca o foco nos indicadores de produtividade segmentados em diferentes áreas e tem como objetivo informar aos produtores sobre o status atual e o potencial alcançável através de práticas simples de manejo.

“O eixo é seu caráter federal e colaborativo porque tem o apoio do INTA, do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), mais de 17 associações de criadores, faculdades de veterinária, associações comerciais, bem como os governos de várias províncias do país”, disse Rodrigo Troncoso, subsecretário de Pecuária do país.

A campanha é destinada aos produtores de cria de todo o país e diagramado de acordo com a realidade produtiva de cada uma das áreas. Além disso, está segmentada por região (Cuyo, Patagônia, área central, Buenos Aires, NOA e NEA) e com uma abordagem em fases para que as melhores práticas sanitárias ou produtivas sejam implementadas.

De acordo com Nicora, toda a cadeia, com seus diversos membros, devem se apropriar da campanha, de modo que o produtor – a quem é dirigida a mensagem – sinta que existe unidade de critério e fique estimulado a realizar as mudanças necessárias e adotar tecnologias de diferentes tipos culminem em lhe dar mais eficiência no sistema de cria.

Outro objetivo é incentivar uma rede de consulta para instalar o veterinário como referência para aconselhamento adequado e gerar um impacto qualitativo e quantitativo sobre o ciclo de criação de gado.

“Estamos cientes de que as campanhas não são suficientes, mas vamos acrescentar contribuições tecnológicas, muitas das quais já estão disponíveis nas várias unidades da instituição”, disse o presidente do INTA.

Neste sentido, há uma série de fatores a considerar como ordenhar o rebanho, verificar touros, considerar o período de serviço, a oferta de forragem e, basicamente, contar com um profissional agropecuário na equipe de produção para o correto assessoramento produtivo. “Se nós não adotarmos a tecnologia, não podemos aumentar a produtividade”, disse ele Nicora.

Fonte: Clarín, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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