A ida da senadora Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura não está recebendo apoio unânime, com setores produtores liderando forte lobby pela permanência do atual ministro, Neri Geller.
Na Câmara, o nome Kátia Abreu é especialmente rejeitado por deputados de Mato Grosso, responsáveis pela indicação de Geller ao posto, e também por parlamentares do PMDB, onde desponta o deputado Eduardo Cunha, que está em campanha pela presidência da Câmara à revelia do governo e é influente nas indicações no Ministério da Agricultura.
Canal direto dos ruralistas do Centro-Oeste, a gestão de Geller no Ministério vem sendo muito elogiada por parlamentares e associações de classe. No entanto, a aversão ao nome de Kátia está mesmo relacionada ao receio de que ela repita à frente do Ministério o mesmo comportamento que vem tendo na bancada ruralista e na presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – ela é vista como “autocrática”, “mandona” e de difícil diálogo.
No entanto, a indicação de Kátia Abreu agradou importantes lideranças do setor, como o ex-secretário da Agricultura de São Paulo, João Sampaio, que afirmou que ela reúne credenciais para ser uma “ótima” ministra e devolver o protagonismo à Pasta. Sampaio destaca, ainda, a “força política” de Kátia Abreu, que tem boa interlocução com a presidente Dilma Rousseff, o que é importante nas tratativas com outros órgãos, como o Ministério da Fazenda.
A associação que representa os produtores de soja e milho do país, a Aprosoja Brasil, posicionou-se favoravelmente à indicação de Kátia Abreu para o cargo.
O ex-ministro Roberto Rodrigues também é a favor da indicação, dizendo que ela é atualmente a maior líder da agropecuária e representa uma garantia de que o setor vai ser tratado adequadamente. No entanto, ele disse que se fosse seu o poder de escolha, manteria o atual ministro.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.