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Júlio Barcellos fala sobre os gargalos da pecuária, adoção de tecnologia e agregação de valor

Nesta entrevista o Professor Júlio Otávio Jardim Barcellos nos fala um pouco sobre os principais desafios da pecuária brasileira nos próximos anos, adoção de novas tecnologias, o impacto que as questões ligadas à sustentabilidade geram no setor, os gargalos da atividade de cria e como agregar valor à produção de bezerros.

Nesta entrevista o Professor Júlio Otávio Jardim Barcellos nos fala um pouco sobre os principais desafios da pecuária brasileira nos próximos anos, adoção de novas tecnologias, o impacto que as questões ligadas à sustentabilidade geram no setor, os gargalos da atividade de cria e como agregar valor à produção de bezerros.

O entrevistado é médico veterinário, D.Sc. e Professor Associado do Departamento de Zootecnia e do Centro de Estudos em Agronegócios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É especialista em Gestão de Sistemas de Produção em Pecuária de Corte e Coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da UFRGS. Doutor em Produção Animal. Assessor Privado de Fazendas de Gado de Corte e de Empresas de Insumos Agropecuários e instrutor do Curso Online Pecuária de Cria: agregando valor à produção de bezerros.

BeefPoint: Na sua opinião quais são os principais desafios que a pecuária de corte deverá enfrentar em 2011 e nos próximos anos? Quais as principais estratégias que o pecuarista deve adotar para conseguir aumentar sua produtividade?

Júlio Barcellos: Existem algumas questões que devem ser levadas em conta.

As questões estruturais exigem estabelecer os padrões de conformidade para as carcaças ofertadas aos frigoríficos brasileiros. É necessária que definitivamente seja implantado, de forma oficial, a tipificação de carcaças, para que seja um guia orientativo aos pecuaristas sobre o tipo de boi que será o padrão da commodity. A implantação de uma norma faz com que um determinado tipo de classificação seja igual em qualquer frigorífico. Atualmente, cada frigorífico utiliza uma classificação específica e estabelece os critérios de remuneração. Sobre isso não há equívocos, o problema é que a mesma carcaça não pode ser classificada de forma diferente em duas plantas frigoríficas da mesma empresa. A existência e aplicação de uma norma resultariam que a mesma carcaça tivesse o mesmo grau ou índice de classificação em todos os frigoríficos. Com isto há um direcionador claro para o sistema de produção. A estratégia não tira a autonomia do frigorífico que usará a norma para estabelecer seus critérios de remuneração básica pela arroba do boi, as penalizações e os prêmios. Cada um estabelece o critério que lhe é pertinente e aceito pelos fornecedores. Uma carcaça convexa numa planta não pode ser retilínea na outra. Com isto, o sistema de produção tem dificuldades de compreender como o seu boi está sendo pago e o resultado é uma assimetria de informações e geração de desconfiança entre as partes. A comercialização definitiva dos animais pelo peso de carcaça é um segundo estágio que também precisa ser alcançado.

Na questão ambiental e das emissões de gases, há uma combinação desses aspectos na ótica estrutural e conjuntural, elas se confundem. A definição do código florestal e as necessidades de certificação ambiental das fazendas limitarão, sobremaneira, o desenvolvimento de sistemas de produção e introdução de tecnologias com resultados no longo prazo. A pecuária necessita de tempo para maturar a tecnologia, capacitar recursos humanos, ter um retorno do investimento e crescer. As questões regulatórias que sombreiam a pecuária nesses dois aspectos são limitadores de investimentos e de consolidação de tecnologias. Adicionalmente, ainda tem-se a discussão dos índices de lotação que podem ser ressuscitados a qualquer momento.

Quando pensamos em questões conjunturais, como o próprio nome diz, viveremos questões pontuais, determinados pela conjuntura favorável de preços pagos pelo boi e todas as demais categorias, acima dos valores históricos. Esta conjuntura é estimuladora de crescimento para o setor e os investimentos necessários para que isto ocorra. Contudo, o pecuarista precisa ter consciência sobre o que é investimento e desembolso. Em geral, nos períodos de preços bons os investimentos ocorrem sem critérios técnicos e, invariavelmente, os resultados não são animadores. Isto é explicado porque qualquer cálculo da relação benefício custo é positivo. Agora, é necessário compreender o tempo exigido para o retorno desse investimento. Se ele é longo, pode haver uma inversão, e o lucro transformar-se em prejuízo. Portanto, o pecuarista obrigatoriamente deve considerar o prazo, os riscos e a magnitude da resposta do investimento, antes de executá-lo.

Outra questão conjuntural é a crescente transformação da pecuária de corte, praticamente em todas as fases da criação, de uma pecuária de processos para uma pecuária de insumos. É a agriculturização da pecuária. Este fenômeno exige muito cuidado do gestor, pois ele passará a tornar-se cada vez mais dependente dos fatores de fora da porteira na gestão do seu negócio. Na fase de cria é uma preocupação adicional, pois tecnologias de insumos exigem alta capacidade de execução para maximizar as suas aplicações na fazenda. Desse modo, pressupõe recursos humanos capazes, o que é uma limitação reconhecida no Brasil. Portanto, pecuaristas e empresas de insumos devem observar esse cenário com o profissionalismo necessário para não colocar em dúvida os avanços tecnológicos e manter sob controle o fluxo de caixa da fazenda.

BeefPoint: Nos últimos tempos muito tem se falado sobre sustentabilidade e garantia de qualidade do produto. Você vê nestes assuntos mais problemas ou oportunidades para a pecuária brasileira?

Júlio Barcellos: O pecuarista, de modo geral, não está preparado para aproveitar as oportunidades determinadas pela ponta final da cadeia – o comportamento e as exigências dos consumidores. Para que isto ocorra, a cadeia necessita de uma comunicação simples e direta, sem contra fluxos e segredos burros.

Portanto, essa vertente, que é real, das questões da sustentabilidade, somente será aproveitada pelos pecuaristas se eles estiverem integrados com os demais segmentos fora da porteira, para capturar uma pequena parcela dos ganhos prometidos.

Assim, será oportunidade se o segundo passo for dado – a integração e produção sob encomenda – regras e padrões claramente definidos pelo cliente. Isto se aplica para ambos os mercados – interno e externo. Não seguir essa estratégia, da forma como eu analiso, é perda de tempo e, portanto, incluir dentro da fazenda mais problemas, onde invariavelmente tem-se pouca autoridade.

BeefPoint: Pensando especificamente na pecuária de cria, quais são os principais gargalos da atividade e o que o criador deve fazer para garantir maior eficiência?

Júlio Barcellos: Os principais gargalos ainda estão associados com a produtividade. A taxa de desmama ainda é baixa no Brasil, o que inviabiliza muitos negócios da produção de bezerros em terras com solos de melhor qualidade. Assim, mesmo abstraindo o custo de oportunidade da terra, ou seja, fazendo cria em zonas marginais, o custo de produção continua sendo alto por bezerro desmamado, pois o montante é rateado sobre a baixa produção.

Outro gargalo é intrínseco ao sistema, o qual exige uma escala de produção de médio a grande porte para que os custos com mão-de-obra e infra estrutura sejam diluídos.

A combinação desses dois gargalos gera um terceiro que é a capacidade gerencial do pecuarista para conduzir o seu negócio numa situação de equilíbrio entre o tamanho da fazenda e o custo de oportunidade da terra comparado com outras atividades mais rentáveis. Isto só pode ser alcançado com profissionalismo, análise a atitudes proativas do gestor.

O aumento do número de bezerros desmamados tem um ponto de equilíbrio. Vale ressaltar que no Brasil o sistema é contraditório, onde as vacas que não produzem bezerro têm um valor próximo ao do boi gordo. Então, muitos pecuaristas preferem manter o negócio com a fábrica trabalhando com freio de mão puxado, pois o subproduto vaca de descarte paga as contas. Essa não é uma verdade absoluta, mas enquanto no Brasil a vaca de descarte tiver um valor semelhante à vaca de cria, a opção de que todas as vacas tenham bezerro sempre precisará ser muito bem avaliada. Portanto, cada pecuarista deverá conhecer o seu ponto de equilíbrio para o indicador TAXA DE DESMAMA. Alguns estudos conduzidos pelo NESPRO em diferentes condições de produção têm evidenciado que a taxa de desmama deve ficar entre 77 e 82%.

BeefPoint: Atualmente qual é o tipo de boi que o mercado está exigindo? Como estas exigências influenciam o criador?

Júlio Barcellos: O Brasil tem bem caracterizado o seu boi há muito tempo. Independente do mercado, o boi padrão precisa ter em torno de 16-17 arrobas e um acabamento de gordura mínimo que assegure o processo de frigorificação. Isto conduz a produção de um bezerro que, além das características raciais, reúna um aspecto de saúde e de crescimento compatível com o boi desejado, para um determinado sistema de recria-engorda.

Portanto, o bezerro commodity é conhecido no Brasil e o pecuarista ganhará mais no negócio tendo mais bezerros. Evidentemente que é melhor estar alinhado com os desejos do invernista.

Por outro lado, para os programas que estão integrados ao consumidor final, cuja conformidade do boi está fora do Boi Padrão, onde o que vale é o número de arrobas, há a necessidade de ajustar-se aos sistemas de engorda. Esses sistemas produzem mediante acertos e contratos, geralmente com programas de carnes com marcas ou com alianças de mercado. Isto tem um efeito direto no fornecimento de boi e a qualidade deste começa na fase de cria. Portanto, oportunidades para o criador dirigir a sua cria voltada a essa sistemática de comercialização. De modo geral envolve protocolos que consideram a raça, a rastreabilidade, sanidade, boas práticas de manejo, época de nascimento, entre outros.

BeefPoint: Sabemos que a garantia da eficiência na pecuária passa por um bom gerenciamento da atividade. Quais os indicadores que devem ser utilizados para analisar a atividade de cria e ajudar na tomada de decisões?

Júlio Barcellos:
– Número de bezerros produzidos em cada 100 hectares;
– Custo de produção/hectare.
– Margem bruta/hectare.

Estes servem para a análise da atividade – da fazenda. Porém, para tomar decisões são necessários outros instrumentos mais complexos, mas a orçamentação parcial ainda é uma grande ferramenta. Ter em mãos o custo com a introdução de uma tecnologia, seus resultados e a probabilidade de riscos é obrigatórios em qualquer tomada de decisão.

BeefPoint: Você tem trabalhado bastante no tema adoção de tecnologia. Ao se deparar com uma nova técnica o que o produtor deve fazer antes de implantá-la em seu sistema de produção?

Júlio Barcellos: Um conjunto de perguntas que sempre repito aos pecuaristas antes que eles adotem uma nova técnica. Chamo de “7 verdades ou 7 ilusões”:

– Qual é o objetivo de implantar uma determinada tecnologia, ou seja, porque ele vai utilizá-la?

– Qual é custo dessa técnica? Aqui chamo atenção para os custos indiretos, pois muitas vezes quem vende a técnica esquece os custos periféricos para habilitar a fazenda ao uso da mesma.

– Qual é o benefício esperado? O pecuarista precisa conhecer rapidamente o que melhorará no seu sistema. Não deve perder tempo com muitas perguntas e a resposta deve ser direta, ou seja, vai aumentar X na produção de bezerros. Toda tecnologia que necessita de muitas explicações para convencer o usuário é porque não serve para o negócio.

– Qual a viabilidade operacional? O pecuarista precisa verificar se está apto para viabilizar, na prática, a tecnologia. Existem pessoas capacitadas, treinadas, responsáveis? A logística para tudo isso é fundamental. Vejo pecuaristas tentando utilizar a inseminação artificial sem disponibilizar tronco de contenção.

– Qual é a flexibilidade da técnica? Isto me preocupa muito, pois os pecuaristas apostam tudo numa tecnologia e esquecem que se ela falhar não tem plano B, portanto, é pouco flexível. Então, cuidado com armas de um só tiro.

– Qual é o risco de dar errado? Aqui exige um pouco mais de conhecimento e experiência e, verificar in loco os que já utilizaram, auxilia na correção de eventuais problemas em dar errado. Estamos trabalhando na geração de coeficientes de riscos para as tecnologias envolvidas na cria e em breve os pecuaristas poderão ter esse perfil que vai auxiliá-los na escolha de uma delas.

– Qual o impacto físico no sistema? É o resultado final da tecnologia no negócio total. Ou seja, às vezes determinadas tecnologias são de alto envolvimento intelectual, melhoram substancialmente um indicador, mas o impacto no sistema é mínimo. Isso desencoraja o seu uso.

BeefPoint: Hoje quais são as ferramentas e estratégias disponíveis para agregar valor à produção de bezerros?

Júlio Barcellos: Talvez a estratégia mais interessante seja a padronização dos bezerros, uniformidade em tamanho, aspecto, sanidade, etc… Para alcançar isto existem técnicas associadas a reprodução, à genética, à alimentação e ao manejo. Além dessas estratégias tem-se a possibilidade de certificar o produto e iniciativas dessa natureza já existem.

BeefPoint: Em algumas regiões do país temos notado a maior adoção da comercialização de bezerros pelo peso vivo, como já é comum no RS. Como você avalia este tipo de comercialização.

Júlio Barcellos: A comercialização tradicional por cabeça é danosa ao sistema, pois sempre um dos agentes ganha, o que gera um perdedor. Quem mais conhece o jogo ganha uma vez. Portanto, o bezerro comercializado por unidade, vem de um sistema primitivo.

A balança serve para quantificar o valor da unidade, com base no seu peso, e só a partir disso, vêm os outros qualificativos que podem diferenciar o bezerro. A comercialização com base no peso é importante, pois passa a gerar uma conformidade no produto no momento que se define o que é um bezerro – MACHO CASTRADO COM X KG. Com isso o criador começa a organizar a produção.

Temos muitos dados sobre isso no RS e no Brasil e tem provado que tanto o comprador quanto o vendedor ganham com o sistema. É simples, se o comprador conhece o preço da arroba do boi, seu custo de engorda e a sua margem desejada, pode estabelecer quanto pode pagar pelo kg do bezerro. Se o preço do bezerro está muito alto ele compra bezerros leves e mantém sua margem. Ao contrário, se o bezerro está barato, o que normalmente ocorre na pecuária em crise, ele compra um bezerro pesado e encurta o tempo de engorda.

BeefPoint: Esta semana teve início o Curso Online Pecuária de Cria: agregando valor à produção de bezerros, o que os alunos podem esperar do curso?

Júlio Barcellos: Um curso que demonstra uma grande transformação da atividade no Brasil, onde o bezerro começa a ter importância no mercado e na cadeia da carne bovina. Portanto, para isso são necessários novos conhecimentos e muita transformação em tecnologia. A cria é o negócio da vez para incorporar a tecnologia, será o que a engorda foi há alguns anos. Assim, levaremos informações aplicadas e tópicos para discussão entre os participantes. Nas edições anteriores tivemos profissionais de todo o Brasil, os quais suscitaram dúvidas e questões muito pertinentes e apropriadas à discussão. Assim, esperamos nesta edição uma grande participação e oportunidades de conhecer novos profissionais e pecuaristas deste país.

Barcellos é o instrutor do Curso Online Pecuária de Cria: agregando valor à produção de bezerros, que trará informações essenciais para pecuaristas, que necessitam fortalecer conceitos técnicos e informações estratégicas sobre Pecuária de Cria e buscam melhorar a eficiência de sua atividade. Neste curso os instrutores irão discutir temas ligados à produção de bezerros; avaliação e implantação de novas tecnologias aplicadas à cria; manejo do bezerro visando a comercialização; gestão aplicada à cria bovina; agregação de valor à vaca de descarte; entre outros. Inscreva-se já!

0 Comments

  1. Fernando Penteado Cardoso disse:

    O prof.analisa a cria sem levar em conta o fator nutricional. Nos campos nativos e nos cerrados ralos o solo é pobre tanto quanto a qualidade das pastagens. Nesse ambiente a vaca cria um ano sim outro não, o que é normal para essa situação. Em solos ricos de mata alta recem aberta o colonião enseja 80% de prenhês nas vacas tocadas por ocasião da desmama. Temos na país essas duas situações extremas e inúmeras outras intermediárias a exemplo da catinga e dos pantanais. Não se pode generalizar e muito menos condenar a produção em solos pobres, tampouco omitir os casos de elevado índice de fertilidade. Fazem parte da nossa pecuária para corte. Saudações.

  2. Júlio Otávio Jardim Barcellos disse:

    Prezado Fernando Penteado Cardoso

    Suas observações são pertinentes, mas de forma alguma não levo em conta a alimentação como fator chave para a eficiência reprodutiva. Não condeno a cria desenvolvida nos solos pobres, pois essa é a realidade dessa etapa de produção. No entanto, na cria os processos de manejo são essenciais para compensar uma deficiência da natureza presentes nas regiões marginais e com o manejo apropriado é possível também alcançar níveis altos de prenhez. Portanto, se na sua interpretação há uma percepção de generalização em meus comentários, não tive essa intenção e fico muito grato por a sua colaboração. Seguimos debatendo e enfrentando os contraditórios, fundamentais para o crescimento do setor.
    Saudações.

  3. ANTONIO LEMES DABADIA SEGUNDO disse:

    Para conseguirmos essa taxa de desmama devemos ter uma prenhez de no minimo 85%. sabemos que a media nacional esta por volta de 60%, teriamos que ter um salto violento, mas nada impossivel.

    como ja dito, o pecuarista ainda trabalha a sua propriedade de forma arcaica, porem nas conjunturas atuais temos que trabalhar com uma empresa, sempre buscando novas tecnologias e metas a serem alcancadas.

    parabens pelo artigo, sintetiza muito bem a realidade dos pecuaristas brasileiros.

  4. Gustavo Juñen disse:

    Tuve la oportunidad de conversar con Ud.de este tema en una entrevisa que le realicé en el Hotel Conrad de Punta del Este.Tanto Brazil como Uruguay deben superar la ineficiencia de la cría y aumentar la tasa del 60% de destete.Pienso como Ud.que el tener suelos más pobres no es un obstáculo.He visto a productores criadores del Este del país en zona de sierra, mejorar sus preñeces en 10 a 15 puntos solo con la siembra sobre el tapiz de Lotus subiflorus cv.El Rincón(una especie anual muy difundida en el país) y medidas sencillas de manejo.Conclusión:se puede.
    Atentos saludos

  5. Fernando Penteado Cardoso disse:

    Prezados pecuaristas que leram minha carta:

    Em out. 2010 este site Beefpoint publicou carta de minha autoria, com  trecho como segue:

    "Segundo a Revista Produtor Rural, entre 1996 e 2008 a pastagem nova em terra fértil cresceu 342.000 ha/ano em MT. Nos primeiros 3/4 anos essas pastagens de colonião alimentam 4 UA/ ha/ano com a forragem mais barata do mundo! Após 10 anos passam a braquiária e sustentam 1 a 2 UA/ha/ano. Só que nos esquecemos de analisar o fator forragem. Digo alimento do gado. Com pouca forragem ha menos vacas de cria. E com menos vacas de cria ha menos bezerros. E sem bezerros não ha recria, e, sem recria não ha bois a engordar a pasto ou em confinamento, e, sem eles, o mercado fica firme e vai ficar firme. Se quiserem comprovar o que digo vão até Alta Floresta, Nova Monte Verde e Nova Canaã do Norte, em MT. Andei por lá em 1982 quando estavam semeando colonião em floresta recém aberta. Voltei em maio 2010 para ver o que estava acontecendo. É isso aí! Quem duvidar, que vá até lá! "

    Volto a afirmar: o bovino é um transformador de forragem. Sem esta, adeus pecuária de corte. E… não é mais tão abundante como dantes.

    Abraços

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