Atacado – 17-12-13
18 de dezembro de 2013
O maior desafio é a modernização no sistema de produção e, sobretudo, na agregação de valor na carne bovina após abate [Ivanor Nunes do Prado]
18 de dezembro de 2013

Jovens no campo: é importante a renovação e a revalidação dos valores do campo, sentir a importância do setor agropecuário [Eduardo Catuta]

BeefPoint lançou seu prêmio mais importante do ano para reconhecer e celebrar quem faz a diferença na pecuária de corte brasileira.

Nosso trabalho é focado em 3 pilares: conhecimento, relacionamento e inspiração. Tudo isso com foco em uma pecuária mais moderna, lucrativa e eficiente. Realizar um prêmio que seja uma festa e uma homenagem a essas pessoas especiais da pecuária de corte é a melhor maneira que encontramos para trazer inspiração a todos os envolvidos na cadeia da carne. Celebrar e destacar os bons exemplos é o caminho que encontramos e por isso estamos fazendo o Prêmio BeefPoint Brasil 2013.

A premiação ocorreu durante nosso maior evento de 2013, o BeefSummit Brasil, que reuniu mais de 1.000 pessoas em Ribeirão Preto, SP, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2013.

A cerimônia de entrega dos prêmios e divulgação dos ganhadores foi no final do dia 10 de dezembro, após as palestras e antes do coquetel com Chopp Pinguim e degustação de carnes especiais.

Para conhecer melhor os finalistas de cada categoria, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles.

Confira abaixo a entrevista com Eduardo Catuta, um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Brasil, na categoria Consultor – Profissional de Campo.

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Eduardo Catuta é zootecnista por vocação, sendo que sua família vem do campo e por isso fez zootecnia na FAZU em Uberaba (MG) entre os anos de 2003 e 2007.

Depois de formado gerenciou uma Agropecuária em Campo Verde (MT) onde trabalhava com um projeto de pecuária de corte (ciclo completo) e depois com integração de soja. Posteriormente, um dos seus maiores clientes hoje, o Grupo Bom Futuro, comprou a fazenda e tirou o seu emprego, uma vez que naquela época boi pra eles só no espeto ou na panela (risos), com exceção do Fernando Maggi que sempre gostou de boi, mas não tinha uma pecuária expressiva e então aconselhou Eduardo a ir para região da mata, que não precisava adubar pasto e não se fazia lavoura (até então).

Atualmente, Eduardo trabalha na Novanis, desde 02 de outubro de 2002, e de lá pra cá atende fazendas no oeste do Mato Grosso, de Sul a Norte todo o lado esquerdo da BR-163, fazendas no Pantanal, Cerrado e Floresta. Trabalha com cria, recria e engorda com foco em nutrição e apoio em gestão e planejamento.

Nos últimos anos tem trabalhado com sistemas de terminação, com foco em obter o lucro máximo por animal em confinamento, por animal e por área em suplementação à pasto.

A terminação está bem definida e hoje busca-se um novo desafio na viabilização e maximização de resultados na cria, sendo isso altamente possível.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do Brasil hoje?

Eduardo Catuta: O maior desafio da pecuária de corte do Brasil hoje é viabilizar a produção de bezerros de corte e um ambiente de competição acirrada pelo uso da terra por operações que remuneram bem o capital terra.

BeefPoint: O que o setor poderia, deveria fazer para aumentar sua competitividade no Brasil?

Eduardo Catuta: Estimular o desenvolvimento de mercados e produtos regionalizados lincando produtores e agentes do varejo, incentivando paralelamente a indústria frigorífica a se transformar em um prestador de serviços a esses outros dois.

BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos? O que fez e deu certo em sua carreira? Qual a sua maior realização?

Eduardo Catuta: Os acertos vão acontecendo a medida que várias situações vão ocorrendo em paralelo e uma vai colaborando com a outra, em uma atividade os detalhes são sempre importantes e complementares.

Nesses últimos 10 anos, o que nos aconteceu de mais impactante foi o desenvolvimento de sistemas de produção integrados, fazendas que realmente estão dando um show em aumento de produtividade e resultado econômico.

Quando cheguei no Mato Grosso em julho de 1998, isso já era promissor mas era algo incerto e visto como devaneio por alguns pecuaristas e agricultores mais conservadores. Atualmente temos casos de sucesso de pecuaristas-agricultores e de agricultores-pecuaristas que antes eram conservadores.

Minha maior realização é perceber que na atividade todos têm liberdade de escolha de fazer o que quiser, se quiser ser criador e ganhar dinheiro produzindo qualidade com eficiência, isso é perfeitamente possível e já tem pessoas fazendo isso.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Eduardo Catuta: No início da minha carreira profissional cometi 2 erros, o primeiro foi não respeitar o que meu conhecimento teórico, em termos de capacidade de suporte e então ter trabalhado em um propriedade com rebanho acima do ideal, por pressão do proprietário.

O segundo erro foi trabalhar com ações isoladas, como a intensificação do uso de pastagens em uma pequena parcela da propriedade com pouco impacto na evolução das demais áreas e muita concentração de recursos e trabalho em pequenas ilhas de fertilidade implementada.

BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados?

Eduardo Catuta: Investi em relacionamentos e qualificação de pessoas, isso é o que gera mais resultados em qualquer atividade.

A capacidade que um negócio tem de prosperar está diretamente relacionado com o grau de comprometimento que as pessoas que estão ali para fazer acontecer, têm para com o propósito apresentado pela empresa em que trabalham. Também a inter-relação que tem entre si no próprio ambiente de trabalho e com ambiente externo, pessoas que vem de fora e se relacionam com elas.

Uma equipe motivada produz bons números, trabalha com harmonia.

BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? Quais são seus planos?

Eduardo Catuta:  Em 2014 pretendo dar continuidade ao aprendizado com gestão de pessoas. Meus plano é formar equipes que desenvolvam bons valores de convivência e trabalho em grupo, visão crítica e capacidade de ação e reação positivas diante a situações corriqueiras do dia a dia.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Eduardo Catuta: Para aumentar o envolvimento é importante a renovação e a revalidação dos valores do campo, sentir a importância do setor agropecuário, o Brasil só é o Brasil pela pujança do setor agropecuário e isso não é devidamente valorizado, ações à nível nacional são importantíssimas, pois valorizar se torna mais fácil quando se tem reconhecimento, então fica mais fácil e prazeroso.

A criação e reformulação de cargos e funções passa por esse processo de valorização, incentivar o ingresso de jovens aos cursos técnicos  profissionalizantes também é fundamental, a extensão levando treinamento e reciclagem de conhecimento tem que se tornar uma rotina e é algo que surti muito resultado sempre que é bem feito.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuarista do futuro do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Eduardo Catuta: Comentar sobre um exemplo é algo injusto por que temos vários exemplos cada um com sua particularidade por isso vou citar algumas fazendas, que possuem pecuaristas de sucesso, para não parecer quem um ou outro seja melhor, sendo elas: Grupo JD (Fazendas São Marcelo)Agropecuária Rodrigues da Cunha e Fazenda Santa Alice do Mirassol.

BeefPoint: Em sua opinião, qual fazenda se destaca na pecuária hoje?

Eduardo Catuta: Na minha opinião a Fazenda Passo do Lobo em Nova Mutum (MT) se destaca hoje, visto que em uma região de agricultura altamente tecnificada, busca a estabilização de um sistema de produção de gado de corte com ciclo completo integrado à agricultura de grãos.

BeefPoint: Por que você acha que foi finalista do Prêmio BeefPoint Brasil?

Eduardo Catuta: Tive a sorte de ter conhecido pessoas brilhantes e de trabalhar em um meio onde tudo está em transformação. Estou tendo a sorte e o privilégio de poder participar com essas pessoas do que acredito ser o presente e o futuro da pecuária de corte do centro-oeste brasileiro.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas?

Eduardo Catuta: Vocês são heróis nacionais, provam ao Brasil todos os dias que um país se constrói com trabalho e não com promessas ou apenas esperanças, que a dificuldade e o desafio são uma mistura perfeita de combustível.

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