Para Delfim Netto, incentivo do governo brasileiro à concentração dos frigoríficos é um grave erro
10 de setembro de 2013
Reginaldo Meira: o confinamento é como uma engrenagem, todos os dentes devem estar alinhados
10 de setembro de 2013

José Scarpa: com o agronegócio se tornando tão competitivo, temos que investir em mão de obra qualificada

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com José Scarpa, um dos finalistas na categoria Gestão de Pessoas em Confinamento.

José Scarpa

José Lourdes Scarpa Neto é médico veterinário formado em 2000, pela Universidade de Alfenas – MG (UNIFENAS), especializado em controle de qualidade de alimentos pela UFLA e produtor de leite em Itanhandu- MG.

Há 11 anos trabalha no Grupo Mantiqueira, onde hoje é superintendente das áreas de agricultura e pecuária, desenvolvidas em Minas Gerais e Mato Grosso.

A pecuária do Grupo se baseia em recria e engorda de gado de corte, recriando basicamente a pasto e engordando em confinamento.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

José Scarpa: O confinamento é como um grande quebra-cabeça, todas as peças são de extrema importância, se faltar uma o quadro não se forma. A parte comercial afeta muito a lucratividade do negócio. Na compra do boi magro temos que ter atenção ao preço do gado posto no confinamento (cuidado com o frete) e na qualidade genética dos animais. Na venda do gado gordo, temos que usar o auxílio da trava de preços do boi (“lucro pequeno não quebra ninguém.” – Leandro Pinto).

Nos insumos, o conhecimento do mercado e também a compra na hora certa são fundamentais, para isto precisamos de planejamento – o que vamos gastar e em quanto tempo.

Além da parte comercial, a parte técnica tem que estar afiada. A dieta precisa estar bem balanceada, o gado sadio, confortável e bem manejado para garantir maior ganho de peso em menor tempo e custo.

Por fim, deve-se cuidar da gestão de todos os processos, os meios para se atingir os resultados devem ser bem monitorados e os indicadores chaves devem ser controlados por metas.

As mãos que montam o quebra-cabeça são as pessoas que ali estão para fazer tudo isto funcionar. Nelas temos que depositar nossa confiança, temos que dar condição para se aprimorarem, devemos motivá-las para que possam fazer o que há de melhor.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

José Scarpa: O maior desafio é aumentar a lucratividade do negócio, aumentando as receitas e reduzindo os custos. Para isto, precisamos de ações focadas em melhorias de processos oriundas do conhecimento adquirido pela equipe, por meio das análises dos dados do negócio.

O grupo Mantiqueira tem como missão produzir e oferecer alimentos seguros, com qualidade, a baixo custo, com tecnologia e responsabilidade sócio ambiental. Temos em mente que por pior que seja a crise, o mundo precisa se alimentar.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê? 

José Scarpa: Implantei três projetos de confinamento, todos pelo Grupo Mantiqueira: Fazenda Paraíso, Itanhandu – MG; Fazenda Guaicuí, Várzea da Palma – MG e Fazenda Santa Helena, Água Boa – MT. Como me sinto o pai deles, não posso escolher um ou outro, mas sei também que para chegar a ser um case de sucesso temos que montar todo o quebra cabeça, são projetos novos e ainda temos muito a fazer. Nossa visão é ser uma referência nacional no agronegócio, por isso sempre temos projetos de expansão.

josé scarpa1

Fazenda Guaicuí, Várzea da Palma – MG.

josé scarpa2

Fazenda Santa Helena, Água Boa – MT

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

José Scarpa: Em 2012 aumentamos nossa capacidade de recria a pasto e com isto dobramos nossa escala dentro do confinamento e no abate em comparação a 2011, assim diluímos nosso custo fixo e melhoramos nossa margem. Tivemos também que investir na capacitação da equipe com treinamentos dados pela ASSOCON, REHAGRO e pela Nutrição Prodap.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

José Scarpa: Pretendemos melhorar os nossos controles. Para isto, investimos na consultoria e software de gestão da Prodap. Como no confinamento o ciclo é curto, não podemos esperar terminar o giro para tomar decisão de melhoria, as decisões devem ser diárias e baseadas nos indicadores. O objetivo é mapear e controlar os indicadores diariamente. Isto vai preparar a nossa equipe para enfrentar os novos desafios que vem com o aumento de volume para 2014.

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil? 

José Scarpa: Com o agronegócio se tornando tão competitivo, temos que ter mão de obra qualificada. Hoje no mercado até conseguimos contratar, mas a concorrência é grande. O que devemos fazer é investir nas pessoas que já tem a cultura da empresa, capacitá-las e prepará-las para os novos desafios, mantê-las motivadas e valorizar as que merecem. São as pessoas que vão fazer a diferença na sua empresa.

josé scarpa3

Colaboradores da Mantiqueira verificando os resultados do dia anterior.

Confira a Programação do Interconf 2013

Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress