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16 de março de 2015
Atacado –13-03-2015
16 de março de 2015

JBS rebate especulações de que é favorecida pelo governo

O crescimento vertiginoso da JBS graças a aquisições, principalmente no exterior, tornou-a alvo de críticas, especialmente de concorrentes de menor porte, que consideram que a empresa teria sido favorecida pela chamada política dos “campeões nacionais” do BNDES.

Nos últimos anos, os rumores de que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seria sócio da JBS também se espalharam de forma generalizada. Wesley Batista, presidente da JBS, rebateu tudo.

“Temos sido alvo de afirmações infundadas”, disse ele. Para Batista, “Se fomos eleitos campeões nacionais algum dia, nunca nos avisaram. É uma piada”. Na visão do empresário, essas afirmações são feitas “por pessoas que não conhecem a história de 61 anos da JBS e o trabalho feito na companhia”. Segundo ele, quem faz essas alegações tenta justificar o que não fez [em sua empresa].

Batista refutou alegações de que a JBS recebe dinheiro subsidiado do BNDES e disse que a empresa tem uma dívida de apenas R$ 20 milhões com o banco, que herdou da compra da Seara da Marfrig. “O que a JBS tem com a BNDESPar é simples. A empresa vendeu participação acionária (24,59%) para a BNDESpar, que existe para isso e que tem participação em mais de 300 companhias”. Qualquer empresa poderia ter ido ao BNDESPar”.

Segundo ele, o braço de participações do BNDES fez “um grande negócio” ao comprar ações da empresa de carnes. A operação foi feita com as ações, em média, a R$ 7,50. Ontem, os papéis fecharam a R$ 13,08 na BM&FBovespa. “Somos gratos a quem acreditou na empresa. Não teve ninguém que fez favor”.

No caso do rumor envolvendo Lulinha, Batista o classificou como “descabido” e “o mais absurdo que existe”. Ele disse não saber de onde veio tal boato, mas ter ouvido que se iniciou por uma motivação política.

O empresário afirmou que tanto ele quanto o irmão, Joesley Batista, presidente da J&F (controladora da JBS), só encontraram Lula como presidente em uma reunião setorial. “Conhecemos o Lula porque fomos chamados por ele no instituto Lula porque ele queria saber dessa história, por que estavam envolvendo nome dele com a JBS”. Ele também disse nunca ter visto Lulinha e que o Joesley foi apresentado ao filho do ex- presidente em um evento social.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, também entrou no rol dos rumores que envolvem a JBS. Batista garantiu que é “mito” a afirmação de que a empresa tem problema com a ministra. Segundo ele, o rumor surgiu depois que a senadora criticou uma campanha que a JBS fez da marca Friboi. “Acha que temos algum problema por causa disso? Tenho certeza que ela não tem nada contra nós”. Segundo Batista, o que a ministra fizer de bem para o Brasil, será positivo para a JBS.

Ele admitiu que o estilo da empresa de dar “muito pouca bola” para o que falam dela pode ter contribuído para que boatos de vários tipos se proliferassem. “Talvez seja uma falha nossa”.

Ainda que esses rumores persistam, Batista vê uma mudança no comportamento dos investidores. Sua avaliação é que, nos últimos tempos, “o mercado começou a reconhecer o que a JBS fez”. Um dos indicadores é a valorização das ações, que no fim de 2014 valiam 27,7% mais que no mesmo período do ano anterior.

Ele elencou entre as realizações da JBS que estariam sendo reconhecidas agora pelo mercado o fato de ter apostado em aquisições nos EUA, quando o país estava em crise, e quando o real estava valorizado. “Fizemos um movimento contrário ao que mercado defendia”. Além disso, apontou o “timing” certo da abertura de capital da JBS.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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