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JBS lucra R$ 356 milhões no terceiro trimestre

Turbinada pelo momento extremamente favorável para a produção de carne bovina nos Estados Unidos, a JBS reportou nesta quinta-feira um lucro líquido de R$ 356,7 milhões no terceiro trimestre. No mesmo período do ano passado, a companhia teve um prejuízo de R$ 133,5 milhões — perda explicada pelo impacto bilionário da adesão ao Refis do Funrural.

Apesar do resultado positivo, o lucro da JBS no terceiro trimestre ficou abaixo do que os analistas estimavam. A média das projeções dos analistas de Bank of America Merrill Lynch (BofA), Citi, BTG Pactual e Banco do Brasil apontava para um lucro líquido superior a R$ 1 bilhão no terceiro trimestre, conforme dados compilados pelo Valor.

No terceiro trimestre, a receita líquida totalizou R$ 52,2 bilhões, crescimento de 5,6% ante os R$ 49,4 bilhões reportados em igual intervalo do ano passado. Com esse ritmo de vendas, a receita anual da JBS está próxima de ultrapassar os R$ 200 bilhões. A receita tende a aumentar com as aquisições da britânica Tulip, da fabricante de mortadela Marba e de um frigorífico de suínos no Rio Grande do Sul. Essas aquisições, anunciadas neste ano, aumentarão a receita anual da companhia em R$ 5,3 bilhões.

No trimestre, a JBS conseguiu uma geração de caixa expressiva, o que ajudou no processo de redução do endividamento e antecipação dos pagamentos aos bancos no Brasil. Entre julho e setembro, a empresa teve um fluxo de caixa livre de R$ 3,7 bilhões, montante 61,6% superior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado.

Em relatório, a JBS destacou a redução de mais de US$ 2,7 bilhões em sua dívida bruta. No fim de setembro, o endividamento totalizava R$ 52,9 bilhões (US$ 12,7 bilhões), queda de 14,2% em reais e de 17,5% em dólares em relação à dívida total de setembro de 2018. O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) caiu de 3,38 vezes para 2,56 vezes nos últimos doze meses encerrados em 30 de setembro. O indicador também melhorou na comparação com junho, quando a alavancagem estava em 2,78 vezes.

No front operacional, a JBS reportou melhora de margens nos Estados Unidos e na Seara, divisão de negócios que reúne as operações de carne de frango, carne suína e alimentos processados no Brasil. No terceiro trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), ajustado por itens não recorrentes, chegou a R$ 5,9 bilhões, aumento de 33,6% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada se expandiu em 2,4 pontos percentuais, passando de 9% para 11,3%.

Responsável por mais de 40% das vendas da companhia, a JBS USA Beef — unidade de negócios que também agrega as operações na Austrália e Canadá — teve um Ebitda de R$ 2,4 bilhões, avanço de 49%. A margem Ebitda dessa divisão cresceu 3,2 pontos, para 10,7%.

De acordo com a JBS, os negócios de sua principal divisão de negócios foram puxados pela “boa disponibilidade” de gado nos Estados Unidos e pela demanda aquecia no mercado americano. No terceiro trimestre, a rentabilidade dos frigoríficos dos EUA foi beneficiada pelo incêndio que paralisou um abatedouro da concorrente americana Tyson Foods, o que provocou uma forte desvalorização nos preços do boi gordo no país.

Nos negócios que possui no Brasil, a JBS registrou aumento das vendas graças ao preço mais alto da carne no mercado internacional. A epidemia de peste suína africana na China está impulsionando as cotações. No terceiro trimestre, a JBS Brasil, unidade que reúne os negócios de carne bovina e couros, teve receita de R$ 8,4 bilhões, aumento de 11,4% na comparação anual. O Ebitda cresceu 1,8%, para R$ 719 milhões, mas a margem caiu 0,7 ponto, para 8,5%. Essa queda reflete, em parte, a piora no negócio de couro.

Na Seara, a China já contribuiu — a receita com as exportações de carne suína para o país asiático aumentou 46%. No terceiro trimestre, a receita líquida total da Seara teve um aumento de 7,4%, para R$ 5,3 bilhões. O Ebitda aumentou ainda mais (37,1%), para 705,3 milhões. Com isso, a margem Ebitda da Seara se expandiu 2,9 pontos, atingindo 13,2%.

No mercado brasileiro, a Seara aumentou as vendas de produtos processados em 4,1%, o que confirma que a empresa foi uma das beneficiadas pela perda de participação da rival BRF, dona de Sadia e Perdigão. O volume de processados vendidos aumentou mesmo com o aumento de 6,3% do preço médio. A BRF fez um reajuste médio maior nos produtos.

Fonte: Valor Econômico.

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