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JBS lança título de R$ 1 bi atrelado à metade controle de origem do gado

A JBS pôs ontem na rua a primeira oferta de títulos de dívida agro atrelados a metas de sustentabilidade do mercado de capitais local. As taxas de juros da emissão, um CRA de R$ 1 bilhão, estarão atreladas à meta do grupo de controlar a origem – direta e indireta – de 100% do gado até 2025. 

No mercado de capitais brasileiro, outros emissores agro já haviam captado títulos verdes – a Suzano estreou nesse mercado, com um CRA de R$ 1 bilhão há cinco anos -, mas nunca um título no mercado doméstico com metas de sustentabilidade (SLB, sigla usada no mercado), afirmou uma fonte.

No mundo corporativo em geral, a Via Varejo foi a primeira a emitir SLBs com metas no mercado local. Em maio, a dona das Casas Bahia captou R$ 1 bilhão em debêntures sustentáveis, uma emissão que causou críticas pelas metas, consideradas fracas pelos especialistas. 

Em um green bond, o emissor se compromete a aplicar a integralidade dos recursos captados em projetos com impacto positivo para o meio ambiente. Num SLB, os juros da dívida aumentam se a companhia não cumprir as metas acordadas. 

No exterior, emissores agro como a própria JBS já fizeram emissões de SLB – em junho, a firma dos irmãos Joesley e Wesley Batista captou US$ 1 bilhão em um título com cupom de 3,625% ao ano e vencimento em 2032. 

Blockchain para monitorar fornecedores

Para acompanhar as metas do CRA que deve ser emitido nas próximas semanas, a JBS vai usar uma plataforma em blockchain que lançou recentemente para monitorar os fornecedores. Com ela, inclusive os criadores de bezerros que vendem para os fornecedores diretos poderão ser acompanhados. Atualmente, os indiretos são o grande ponto cego da indústria frigorífica brasileira para evitar a contaminação da carne por desmatamento. 

As taxas de juros do CRA só serão conhecidas no processo de bookbuilding, previsto para 30 de outubro. Os papéis serão emitidos em duas tranches, de dez e quinze anos. Com isso, a JBS emitirá também o CRA de prazo mais longo da história do país. 

Nos títulos de dez anos, a taxa está limitada a NTN-B + 0,65% ao ano ou 5%, o que for maior. Na tranche que vencerá em 2016, o limite é NTN-B + 0,95% ou 5,35%. “As taxas devem ser bem menores diante da demanda sinalizada”, disse outra fonte. Se a JBS descumprir as metas, a penalidade será de 0,25% ao ano. 

A emissão é coordenada pela XP Investimentos (líder), e também conta com a participação de Banco do Brasil e Santander. O Lefosse dá assessoria jurídica para a JBS. A Virgo é a securitizadora dos papéis, que serão lastreados em debêntures. 

Fonte: Valor Econômico.

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