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JBS estreia no segmento de fertilizantes

Maior empresa de proteínas animais do mundo, com faturamento superior a R$ 300 bilhões por ano, a JBS aproveitou o grande volume de resíduos de sua cadeia de produção para criar um novo negócio, de fertilizantes, e avançar nos esforços de zerar seu balanço líquido de emissões de gases causadores do efeito estufa até 2040. 

Para atuar no novo segmento, a divisão de Novo Negócios da JBS criou a Campo Forte Fertilizantes, que já começou a operar uma fábrica no município de Guaiçara, no interior de São Paulo. A unidade, cuja capacidade chegará a 150 mil toneladas por ano, absorveu investimentos de R$ 134 milhões.

Susana Carvalho, diretora de Novos Negócios responsável pela Campo Forte, diz que o foco da empresa são adubos orgânicos, organominerais e especiais. Esterco e outros resíduos orgânicos dos processos de produção de carne bovina (Friboi), suína e de frango (Seara) são as matérias-primas principais.

Inicialmente, afirma, os resíduos estão chegando a Guaiçara das unidades da Friboi e da Seara mais próximas, localizadas em São Paulo ou perto do Estado. Na medida que o negócio crescer, outras fábricas do grupo também passarão a entregar matéria-prima para a unidade. 

“Trata-se de mais uma iniciativa de economia circular da JBS. E, além de garantir um destino adequado aos resíduos de seus processos de produção, a nova empresa conta com produtos de alto valor agregado”, afirma a executiva, que evita fazer projeções para o faturamento da Campo Forte neste momento.

Mas o fato é que, diante das incertezas que cercam o mercado de fertilizantes convencionais por causa da guerra na Ucrânia – a Rússia é grande exportadora do insumo -, a demanda está aquecida, o que tende a favorecer as vendas. Os adubos da Campo Forte podem substituir os insumos tradicionais fabricados a partir de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). 

Mas a entrada em operação da empresa neste momento de dificuldades é apenas uma coincidência. Os estudos da JBS sobre o mercado de fertilizantes começaram em 2016, e em 2017 a companhia decidiu que iria investir no negócio. De lá para cá, foram feitos os licenciamentos dos fertilizantes que estão sendo comercializados. As obras da fábrica tiveram início em 2020.

Susana conta que as vendas estão sendo realizadas para revendas de insumos e cooperativas e também diretamente para grandes produtores. A equipe de vendas tem atualmente pouco mais de 20 pessoas – mas vai crescer, já que o objetivo é chegar a todas as principais regiões agrícolas do país. 

A prioridade, agora, são culturas como soja, milho, café, cana-de-açúcar, hortifrutícolas, pastagens e florestas. Tanto os cultivos convencionais quanto os orgânicos estão na mira. O volume de resíduos orgânicos que será usado pela Campo Forte equivale a 25% do total gerado pelas operações da JBS no país. Ainda não há planos de levar a operação aos demais países em que o grupo atua. 

Fonte: Valor Econômico.

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