Corrida às carnes faz indústria americana mudar sua estratégia de distribuição
18 de março de 2020
Coronavírus muda a distribuição de carnes dentro e fora do país
18 de março de 2020

JBS e Minerva suspendem parte dos abates e arroba treme

Há cerca de uma semana, parte da indústria frigorífica começou a sinalizar que poderia suspender o abate de bovinos, em função da disseminação do novo coronavírus (Covid-19). Desde segunda, 16 de março, o quadro ficou mais claro com a JBS determinando a suspensão dos abates nas unidades de Alta Floresta e Juína, em Mato Grosso, e na unidade de Nova Andradina, em Mato Grosso do Sul.

A Minerva Foods anunciou na tarde de hoje, 17 de março, que estarão em férias coletivas funcionários de quatro unidades: Janaúba (MG) e José Bonifácio (SP) e duas em Mato Grosso, uma em Mirassol D´Oeste e outra em Paranatinga.

Das gigantes do setor, apenas a Marfrig Global Foods não se manifestou, mas tudo indica que pode ser questão de dias tomar a mesma decisão de suas concorrentes JBS e Minerva.

Para Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, as empresas estão tomando medidas de precaução, por parâmetros do que já ocorreu em outros países. Com a população recolhida em suas casas, em um primeiro momento a tendência é cair a quantidade de carne vendida ao consumidor. “Além disso, por causa da economia deprimida, o consumo já não é dos melhores, é comedido”, afirma Torres. “O Brasil ainda não saiu da crise.”

O fato é que há muitas incertezas no mercado para os próximos dias. Lygia Pimentel, da consultoria Agrifatto, diz que o atual momento é de uma situação altamente arriscada. “Absolutamente ninguém previu o que está ocorrendo, tanto que o mundo está em choque”, afirma.

De acordo com Lygia, da Agrifatto:

“Temos menos demanda por carne, as plantas começam a fechar, há menos demanda por boi também. Hoje, há uma situação de safra e o boi pode permanecer no pasto sem grande prejuízo, mas não significa que não vá afetar os preços.

De maneira muito objetiva, temos hoje cotações que são um escândalo, uma ofensa em relação ao que havia na semana passada, de R$ 200. Estão oferecendo R$ 180 a R$ 190 a arroba, em São Paulo. Há preços tão baixos que as pessoas não querem fazer negócio. Isso significa um mercado sem referência.

Num segundo momento, quando o mercado se ajustar, como as escalas estão curtas, acho que o preço do boi pode voltar a se firmar. Com escalas curtas, tendo enxugado o volume de carne no varejo, a partir desse momento o boi pode subir. Porque se a quantidade de doentes no País aumentar, numa curva mais achatada, o que significa um tempo longo de um ciclo mais atenuado da doença – como os infectologistas estão prevendo – o consumidor tende a fazer estoque de alimento em casa. Congelar uma carne, por exemplo.”

Fonte: Portal DBO.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress