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Japão investe nas exportações de alimentos de alta qualidade

Nos estabelecimentos que vendem alimentos de alta qualidade em Tóquio, uma maçã pode custar US$ 15 e um cacho de uvas chega a US$ 100. São produtos caros, mas de excelente qualidade, e agora o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, quer transformar essa reputação em uma nova oportunidade para ampliar as exportações.

Assim como a França exporta vinhos finos, os apoiadores do plano de Abe torcem para que o Japão consiga fama mundial por suas frutas, arroz, carne bovina e saquês, arduamente produzidos. 

Números da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que os subsídios ainda são fartos. No país, o apoio oficial representa 56% das receitas totais dos produtores, muito mais nos Estados Unidos (7%) ou mesmo na União Europeia (19%).

Mas parece que Abe está disposto a acabar com essa longa e confortável relação entre os agricultores e os políticos. Como parte de seu programa econômico, ele pretende reduzir as tarifas de importação como parte de seu compromisso com um pacto comercial para a Ásia liderado pelos EUA, o “Trans-Pacific Partnership”.

A iniciativa poderá ser um grande estímulo aos grandes exportadores industriais do Japão. Mas também poderá proporcionar oportunidades para exportadores de alimentos de outros países, de olho nos preços elevados praticados no varejo japonês.

Para compensar uma possível perda de mercado da indústria doméstica, Abe quer que os agricultores japoneses olhem para fora. Ele quer dobrar as exportações de produtos agrícolas – que atualmente respondem por 16% da produção total – até 2020.

Alguns itens, como a carne bovina de alta qualidade e o arroz, já têm compradores cativos nos mercados internacionais, mas, em geral, as exportações de produtos agrícolas permanecem estagnadas desde 2006. Representam, por exemplo, apenas um oitavo das exportações da Itália, grande exportadora global de produtos alimentícios de qualidade superior.

wagyu

Carne Wagyu

Para o empurrão inicial, o governo uniu forças a grandes bancos para ajudar a financiar a produção de gêneros de maior valor agregado, voltados tanto ao mercado doméstico como para o internacional. O governo já disponibilizou 30 bilhões de ienes (US$ 304 milhões) e espera que os bancos liberem um montante semelhante.  

Uma subsidiária da Nomura Holdings, maior corretora de valores do Japão, implantou duas fazendas em joint venture com parceiros da Província de Chiba, perto do Tóquio, e de Hokkaido, a ilha japonesa mais setentrional.

Embora ainda incipiente, o projeto tem por objetivo disseminar informações sobre operações agrícolas, para que a corretora possa aconselhar melhor os clientes corporativos interessados no ramo.

“A agricultura pode ser muito interessante. Muitos agricultores conseguem bons produtos, mas poucos deles pensam como vão vendê-los e para quem”, afirma Takashi Nishizawa, presidente da subsidiária, a Nomura Agri.  

Um representante de um banco diz que o esforço para exportar alimentos poderá ter tanto sucesso quanto o observado no setor industrial. Alguns produtos japoneses ainda encontram demanda no mundo, apesar dos preços. 

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Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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