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Japão: importação de carne deve crescer no longo prazo

Em curto prazo, o mercado de carne do Japão diminuirá, à medida que o país continua sofrendo as consequências do terremoto de 11 de março, com o tsunami subsequente. Porém, em um prazo maior, as importações do Japão aumentarão, já que o tsunami devastou uma importante área agrícola e, em combinação com o terremoto, danificou rotas comerciais.

Em curto prazo, o mercado de carne do Japão diminuirá, à medida que o país continua sofrendo as consequências do terremoto de 11 de março, com o tsunami subsequente. Porém, em um prazo maior, as importações do Japão aumentarão, já que o tsunami devastou uma importante área agrícola e, em combinação com o terremoto, danificou rotas comerciais.

A avaliação dos danos totais em termos de valor ou volume é complicada nos estágios iniciais, disse o diretor de projetos comerciais e comunicações comerciais da Federação de Exportações de Carnes dos EUA (U.S. Meat Export Federation – USMEF) no Japão, Susumu Harada. Algumas companhias estão tendo dificuldade de garantir quantidades mínimas de produtos com a situação de baixa oferta de combustíveis para transporte, especialmente na área de Tohoku, disse Harada.

“Não ouvimos nada sobre danos ou atrasos nas importações de carnes”, disse ele. No entanto, as redes domésticas de distribuição que estão com problemas poderão atrasar a entrega de produtos resfriados de carne. “Em algumas áreas em Tohoku, ouvimos que alguns supermercados e lojas de conveniência estão sem estoque em alguns locais”.

Harada disse que seu escritório não sabe claramente qual o efeito da crise na estação de energia nuclear no comércio. “Haverá um efeito gradual se os danos se disseminarem”. Um produto que poderá ser afetado é a carne bovina premium wagyu; os produtores em Fukushima produzem carne bovina, suína e de frango. Os governos municipais do Japão têm pedido que comecem a testar os produtos agrícolas para contaminação por radiação.

Por causa da febre aftosa e da gripe aviária no ano passado, o comércio de exportação de carnes do Japão já estava significantemente reduzido, mas o terremoto também prejudicou seriamente o comércio de importação. Gasolina e outros combustíveis estão racionados, impedindo o transporte de mercadorias para algumas áreas, disse o diretor executivo da Associação de Comerciantes de Carnes do Japão, Tatsuo Iwama.

Entretanto, muitas fazendas de frangos e suínos foram destruídas pelo terremoto ou levadas pelo tsunami. A escassez de alimentos animais aumentará os preços, tornando a carne local cara e a produção rural não lucrativa, de forma que a produção certamente cairá. “As demandas do país se voltarão para a carne suína e de frango importadas”, disse Iwama.

Os preços da carne bovina importada são próximos dos preços da carne suína local em períodos normais. “Com o aumento súbito nos preços da carne suína local, os volumes de carne bovina importada aumentarão também”, disse Iwama.

Concordando com Iwama, as empresas Tyson Foods e Smithfield Foods indicaram que os exportadores estão requerendo que o máximo de produtos possível seja enviado ao Japão, disse a analista do Stephens Inc., Farha Aslam. Os consumidores japoneses preferem comprar carne local, mas o desastre tem alterado drasticamente as circunstâncias e as importações podem ser favorecidas.

Ao mesmo tempo, as faltas de energia podem prejudicar a estocagem. “Obviamente, existe o medo de que as faltas de energia causem estragos, de forma que provavelmente haverá um movimento para liquidar os estoques”, disse Iwama.

O diretor da Federação de Exportação de Carne Bovina do Canadá no Japão, Tomoshige Sakamoto, disse que as quedas de energia são a preocupação número um: “a falta de eletricidade pode levar a uma estagnação econômica”.

O secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, disse: “eu sei que existem muitas questões que os norte-americanos devem ter sobre as terríveis tragédias no Japão. Eu quero tranquilizar o público americano que, no momento, não temos razão para sugerir que quaisquer de nossos produtos de carnes vermelhas, de aves, lácteos ou ovos processados não são seguros para o consumo devido aos recentes eventos no Japão. Nossas importações de alimentos do Japão são muito limitadas”.

“O que importamos precisa cumprir padrões de segurança nesse país”, disse Vilsack. “Nós monitoramos e inspecionamos importações para garantir o cumprimento com esses padrões. Se surgir qualquer risco com as importações, temos procedimentos e processos em prática para identificar os problemas e lidar com eles. Embora continuemos oferecendo auxílio e assistência aos japoneses, não pretendemos perder de vista nossa missão principal, que é garantir que nosso alimento permaneça seguro, abundante e de preço acessível”.

A reportagem é do MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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