Rumo ao pior ano da logística agrícola
27 de fevereiro de 2013
CNA: valor da produção pecuária deve crescer 24% em 2013
27 de fevereiro de 2013

Itaú BBA demonstra cautela com resultados esperados de 2012 dos frigoríficos

Tendo a elevação dos custos como ponto principal, a instituição financeira estima uma redução média de um ponto percentual em termos de margem para os frigoríficos, em bases anuais.

Elevação no custo das matérias-primas deve ter impactado negativamente os resultados dos principais frigoríficos do país. A equipe do Itaú BBA não está otimista com os resultados do quarto trimestre e do ano de 2012 que serão reportados pelas principais companhias que atuam no Brasil no setor de abate de animais. Tendo a elevação dos custos como ponto principal, a instituição financeira estima uma redução média de um ponto percentual em termos de margem para os frigoríficos, em bases anuais.

O JBS, na avaliação dos especialistas, é a companhia que deve apresentar o melhor resultado dentre as representantes de maior peso dentro do segmento, mas ainda assim os números dela serão apenas “mistos”. Já Marfrig e Minerva tendem a reportar números negativos, segundo o critério dos analistas do Itaú BBA, que esperam por números “neutros” da BRF – Brasil Foods.

No caso do JBS, o bom desempenho da divisão Mercosul, com fortes volumes de carne bovina, e alta rentabilidade nos mercados doméstico e de exportação, devem levar a um crescimento marginal do Ebitda de 6%, de acordo com o banco.

Além disso, para a divisão do JBS nos Estados Unidos, a despeito da escassez de suprimentos da indústria de gado na região, o Itaú BBA espera por “resultados sólidos”, com um avanço de 3% da margem Ebitda. Para o lucro líquido do JBS no quarto trimestre de 2012, a projeção do banco é de R$ 282,5 milhões, alta de 1000% na comparação anual, mas queda de 22,9% na margem.

Na BRF – Brasil Foods, a expectativa é por uma lenta recuperação da margem Ebit, para 8,8%, ante 5% no terceiro trimestre do ano precedente, e 10,8% na mesma época de 2011, “devido ao impacto do aumento dos custos dos grãos”, dizem Alexandre Miguel e Felipe Cruz, do Itaú BBA, em relatório.

As vendas sazonais do período de férias, com performance aquém do esperado – varejistas consultados pela instituição financeira indicam queda de dois dígitos na comercialização dos produtos – também contribuem para os números da BRF “relativamente fracos” aguardados pelos analistas. O lucro líquido do conglomerado deve ter somado R$ 405,2 milhões de outubro a dezembro, evolução de 21,2% frente igual período de 2011, e de 346,3% contra o período imediatamente anterior.

Para a Marfrig, a estimativa aponta para um prejuízo de R$ 27,6 milhões, após o lucro de R$ 10,1 milhões de julho a setembro de 2012. Ainda assim, no quarto trimestre de 2011, a companhia também já havia apresentado prejuízo, de R$ 138,7 milhões.

A margem Ebitda do Marfrig, segundo os cálculos do banco, deve ter caído 0,3 ponto percentual na margem, e 1,1 ponto no ano, para 7,9%, “principalmente por conta do declínio na margem operacional da Seara Alimentos”.

Para a divisão Seara Alimentos, o prognóstico do Itaú BBA prevê um tombo da margem Ebitda de 2,2 pontos percentuais, em bases anuais, novamente devido à alta dos grãos, e das vendas fracas no período natalino.

Por sua vez, a Minerva deve apresentar prejuízo de R$ 2,6 milhões no quarto trimestre de 2012, revertendo o lucro de R$ 14,8 milhões na mesma época de 2011, e de R$ 21,3 milhões no terceiro trimestre de 2012, “dado o fraco desempenho operacional e as maiores despesas financeiras”.

A elevação dos custos, em linha com os preços mais altos do gado durante o período de entressafra, e o lento processo de reajuste dos preços ao cliente final ocorrido de outubro a dezembro, atrapalharam os resultados da Minerva, diz o Itaú BBA.

Fonte: Brasil Economico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress