Fechamento – 11:55 – 20/12/01
20 de dezembro de 2001
Fechamento – 12:17 – 26/12/01
26 de dezembro de 2001

Irrigação de pastagens: economicamente vantajoso (parte 2) ?

Marco Antonio Balsalobre e Ivan Vieira 1

Neste texto, vamos analisar a viabilidade de se irrigar uma área de pastagens, para produção de gado de corte, onde as variáveis serão: o ágio pago pelo produtor na aquisição do boi magro; o preço recebido pelo produtor no momento da venda e o custo da terra. Serão utilizados três valores de ágio, três valores para o preço de venda e três valores para o valor da terra (Tabela 1), a combinação dessas variáveis resulta em 27 cenários que, como iremos discutir em seguida, tiveram diferentes desempenhos, sendo, em alguns casos, o valor final negativo.

Foi considerada a implantação do sistema em uma fazenda com 120 hectares, com o pivô ocupando 100 hectares (custo de implantação – R$ 300.000,00), o mesmo funcionará, em todas as situações sugeridas, durante 180 dias, provendo uma lâmina de irrigação suplementar de 7 mm/dia.

Tabela 1 – Combinação entre preço da terra, ágio pago pelo boi magro, preço final da arroba na venda, custo da arroba produzida e lucro por hectare útil.

Os valores gerados na Tabela 1 respeitaram um ciclo de produção de 365 dias e a capacidade de suporte animal de 7 UA/ ha. Os valores utilizados na simulação foram, rendimento de carcaça (53%), peso inicial (270 kg), ganho de peso diário (600g), ganho de peso total no ano (219 kg), peso final (490 kg), tamanho do rebanho (828 animais). Os custos referentes a benfeitorias, maquinário, mão-de-obra, assistência técnica, nutrição mineral, medicamentos e vacinas serão iguais para os diversos cenários propostos (Tabela 2).

Tabela 2 – Custos de produção

O Gráfico 1 apresenta os valores referentes à relação lucro/receita e à relação lucro/patrimônio líquido. A situação 3 apresenta um quadro mais positivo, com um lucro em relação a receita de 10,64 % e lucro em relação ao patrimônio de 8,47 %, nesta situação tínhamos a terra com valor menor, ágio de 10% e o maior preço da arroba no momento da venda.

Pode-se observar também que a situação 7 apresentou os piores resultados, com – 2,56 % e – 1,73 %, respectivamente, para lucro em relação a receita e lucro em relação ao patrimônio, destacando que foram negativas também as situações 16 e 25, e ficaram com valores praticamente zero as simulações 8, 17 e 26.

Os resultados demonstram a necessidade de se estudar detalhadamente a adoção da irrigação como forma de se intensificar a atividade em uma propriedade, com o objetivo de se potencializar a produção dentro de um sistema, e se esse é realmente o caminho a ser trilhado ou outras alternativas podem ser adotadas, considerando-se a especificidade de cada situação.

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1Aluno de doutoramento no Laboratório de Ecologia Isotópica – CENA/USP.

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