Maior feira pecuária do país amplia atividades
30 de abril de 2018
JBS USA contrata Lance Kotschwar como head de Ética e Compliance
30 de abril de 2018

Irlanda alerta contra aumento de negócios com Mercosul

O presidente da Federação Irlandesa de Agricultura (IFA), Angus Woods, disse que a decisão da União Europeia (UE) de proibir mais 20 frigoríficos por não cumprir os padrões europeia apoia totalmente os pedidos repetidos para rejeitar qualquer aumento nas importações de carne do Brasil nas negociações com o Mercosul.

Woods disse que a comissária de comércio da UE, Cecilia Malmström, precisa perceber que os brasileiros “continuam falhando nos padrões e deveria retirar as importações adicionais de carne bovina nas negociações” e afirmou que a Comissão Europeia tinha sido muito acessível ao Brasil e que ouve demais o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

“A comissária Cecilia Malmström é extremamente ingênua ao acreditar que os brasileiros vão se conformar às regras de qualquer acordo comercial do Mercosul com a UE, especialmente no que diz respeito ao cumprimento dos padrões da UE sobre carne bovina ou outras importações de carne. Está claro que a comissária Malmström está fora de sua profundidade nessas negociações e os brasileiros estão ocultando a questão crítica dos padrões.”

“Os dados falam por si só; as auditorias da UE mostram que, nos últimos 18 anos, os brasileiros têm consistentemente deixado de cumprir os padrões da UE nas questões críticas de rastreabilidade, segurança alimentar, saúde animal e vegetal, padrões ambientais e trabalhistas. Os brasileiros ignoraram as regras, sendo o exemplo mais recente o maior escândalo de carne e a fraude “Carne Fraca” do ano passado, que ainda continua nos mais altos níveis administrativos e políticos do Brasil.”

Woods disse que Malmström já havia cedido aos brasileiros muitas vezes.

“A única coisa que temos visto da Comissária Malmström nestas negociações é a oferta após oferta do setor europeu da carne, com pouco ou nada em troca. A comissária já capitulou para os brasileiros nessas negociações, passando de uma oferta de 45.000 toneladas para 70.000 toneladas e agora os brasileiros estão querendo muito mais”.

Woods acrescentou que o comissário de agricultura da UE, Phil Hogan, teve que enfrentar a comissária de comércio e insistir que a UE não concedeu mais concessões aos brasileiros.

“Um braço da Comissão está preparado para fazer este acordo e prejudicar o meio ambiente e o bem-estar animal, enquanto os agricultores europeus falam sobre as mudanças climáticas e mantêm os mais altos padrões de bem-estar.

“A estratégia de negociação vai contra tudo o que a UE defende e o que está acontecendo em termos de Brexit. A carne bovina é mais importante para a Irlanda do que qualquer outro estado membro da UE. O Comissário Hogan não pode concordar com um acordo com o Mercosul envolvendo um grande aumento nas importações de carne bovina abaixo do padrão do Brasil ao mesmo tempo em que enfrentamos os sérios desafios do Brexit.”

Woods concluiu que, com o Brexit, o mercado de carne bovina da UE seria 116% autossuficiente e que, negociar um acordo comercial com o Mercosul, não fazia sentido algum.

Fonte: GlobalMeatNews, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress