Ipea revisa PIB do campo para baixo este ano, e vê avanço de 3,2% em 2021

O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira poderá crescer até 3,2% em 2021, conforme a primeira estimativa para o ano do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada ontem a partir de informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da FAO, o braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação.

Conforme a carta de conjuntura do Ipea, o crescimento esperado para o PIB das lavouras é de 3,2%, enquanto a pecuária tende a se recuperar e aumentar 5%.

 A instituição também acredita, como a Conab, que as rentabilidades da soja e do milho permanecerão elevadas no próximo ano, sobretudo por causa da aquecida demanda internacional. Por outro lado, reconhece que o algodão segue com previsão incerta para 2021, por causa da demanda fraca em meio à pandemia. No caso do café, o órgão lembra que o ano de bienalidade negativa deverá interferir no desempenho.

De qualquer forma, o destaque positivo tende a ficar por conta do setor pecuário. Bovinos, frangos, suínos, leite e ovos prometem ter incremento na produção, liderados pela carne bovina. O Ipea estima que o crescimento do segmento de proteína vermelha será de 6,3% em 2021, depois de uma queda expressiva que tende a ser observada em 2020.

No novo horizonte traçado ontem, o Ipea passou a estimar queda de 2,8% do PIB da pecuária este ano – a previsão anterior era de estabilidade. Com isso, a projeção para o avanço do PIB da agropecuária em 2020 caiu de 2% para 1,5%, considerando os levantamentos de safra do IBGE.

Essa revisão veio apesar da melhora na expectativa em relação ao resultado das lavouras, que aumentou de 3% para 3,6%. Dos principais produtos agrícolas – soja, cana-de-açúcar, milho e café -, apenas o milho teve estimativa de queda na produção em 2020, após fechar 2019 com uma forte alta e safra recorde. Porém, o desempenho do cereal não deverá comprometer o resultado recorde dos grãos esperado para este ano, nas contas do Ipea.

A soja, que também bateu recorde na safra passada, teve o crescimento revisado de 5,6% para 5,9%.

Para o segundo semestre de 2020, espera-se que as produções de café e das culturas de inverno sejam destaque – principalmente a produção de trigo, que apresenta uma estimativa de safra recorde este ano, com expressiva alta de 41% em relação a 2019.

Fonte: Valor Econômico.