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Ipea reduz previsão para avanço do PIB do campo

A redução das projeções para a colheita de soja nesta safra 2019/20, por causa da estiagem que prejudicou as lavouras do Rio Grande do Sul, e os impactos da pandemia da covid-19 em cadeias como as de carne bovina e cana-de-açúcar, levaram o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a revisar para baixo sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário do país em 2020. No cenário mais otimista, a estimativa agora é que o setor cresça 2,4% este ano, ante uma projeção de alta de 3,8% divulgada em março passado.

Mas novos cortes poderão ocorrer. Os pesquisadores do Ipea trabalham com a possibilidade de um maior estresse econômico e impactos mais relevantes da recessão no PIB do campo. Nesse cenário, o avanço poderá cair para 1,4% em 2020. Antes, o instituto previa alta de 2,5% no horizonte mais negativas.

Na análise mais otimista, o crescimento da agricultura será de 2,8%, ante os 4,5% projetados em março. E os problemas gaúchos pesaram na revisão. Segundo o IBGE, a colheita de soja no Rio Grande do Sul será 30,6% menor que a prevista no mês passado. Em relação à safra 2018/19, a retração chega a quase 28%.

Com isso, a taxa de crescimento do PIB para a soja em grão (produto com maior peso no valor adicionado do setor) recuou de 10,4% para 6,4%. Também ajudaram a puxar a baixa na projeção do Ipea a piora das expectativas para algodão e fumo.

Ainda na agricultura, o segmento de cana-de-açúcar, golpeado pela dupla crise que afeta o etanol – queda de demanda e de preços, por causa do tombo do petróleo – também está entre os prejudicados neste ano, embora para o açúcar produzido pelas usinas as expectativas sejam melhores.

Para a pecuária, o Ipea passou a estimar crescimento de 2% em 2020, ante os 3,5% previstos em março. Melhorou um pouco o cenário para leite e suínos, mas a carne bovina tende a sofrer mais com o “choque econômico causado pelo novo coronavírus”, afirma o instituto.

A previsão de crescimento do PIB da carne bovina foi reduzida de 3,5% para 1,1%, na melhor das hipóteses, com base em informações do USDA e dados de abate do Sistema de Inspeção Federal (SIF), que indicaram um recuo de 10,2% dos abates no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2019.

No horizonte mais negativo traçado pelo Ipea, a carne bovina, proteína animal mais cara, poderá registrar redução de 6%. Nesse caso, proteínas mais baratas, como carne de frango e sobretudo ovos, poderão ser favorecidas.

Fonte: Valor Econômico.

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