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Investigação da J&F entra na reta final

As investigações internas feitas pela J&F Investimentos no âmbito do acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) serão concluídas até o fim do ano. A holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista terminou as apurações na Âmbar, Eldorado Brasil, Banco Original e Flora. Nas companhias mais importantes do grupo – JBS, Seara e a própria J&F -, as investigações estão na reta final.

“Acho que neste ano terminamos”, disse, em entrevista ao Valor, o diretor de compliance da J&F, Emir Calluf. As investigações tiveram início há um ano e meio, e resultaram em um volume “enorme” de dados. “Foram mais de 600 pessoas entrevistadas e 200 terabytes de dados”.

Até agora, as investigações custaram cerca de R$ 105 milhões aos cofres da J&F. Desse total, R$ 90 milhões foram gastos no ano passado. As apurações, a cargo de escritórios de advocacia especializados, envolvem uma série de outras empresas, o que torna o procedimento caro.

Para ter acesso ao conteúdo de um computador, por exemplo, a investigação precisa de um cartorário (responsável por garantir que o conteúdo foi capturado corretamente). Além disso, o escritório responsável pelas apurações contrata uma empresa de análise forense (normalmente, grandes firmas de auditoria como EY, Delloite, KPMG e PwC). Por fim, há uma terceira empresa cuja função (“shadow”) é acompanhar paralelamente o andamento das investigações.

“Isso tudo é registrado em uma cadeia de custódia para saber que essa cadeia não foi quebrada. Passa por softwares complexos que conseguem detectar se algo foi deletado”, explicou Calluf, enfatizando a complexidade da tarefa.

Segundo ele, os resultados das apurações – incluindo os dados brutos – são entregues ao MPF, que pode utilizar as informações para embasar inquéritos já abertos ou iniciar novas investigações.

No caso da J&F, os principais interlocutores no MPF são os procuradores da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos investimentos de fundos de pensão de companhias estatais.

Mas esse não é o único ponto de contato da J&F com o MPF, disse Calluf. Com os resultados das apurações, a J&F também municia os procuradores do Paraná responsáveis pela Operação Carne Fraca. Em seu acordo de delação premiada, Wesley Batista, então presidente da JBS, prometeu dar detalhes sobre uma mesada mensal de até R$ 20 mil paga a fiscais. À época, o empresário alegou que o objetivo do ‘mensalinho’ era pagar “horas-extras” para os fiscais.

De acordo com o diretor de compliance da J&F, os documentos referentes a esse anexo da delação do empresário estão sendo entregues, mas não há uma lista específica com os nomes dos fiscais e agentes sanitários que receberiam ilegalmente. A “lista do Wesley” chegou a atemorizar o Ministério da Agricultura. Em Brasília, representantes do governo chegaram a dizer que ela incluiria 200 pessoas.

“Nós continuamos colaborando com as investigações da Carne Fraca, porque elas são extensas, no Brasil todo. Mas não tem lista. Obviamente que a nossa justiça é lenta e as coisas demoraram, mas a colaboração continua. Apesar de não aparecer, ela é constante”, afirmou ele.

Além de municiar o MPF a partir das investigações internas, a J&F segue estruturando seu programa de compliance. Para isso, a holding investiu, desde o ano passado, cerca de R$ 90 milhões, disse Calluf.

No início de junho, a J&F também fará o pagamento da quarta parcela de seu acordo de leniência. Com isso, a holding terá pago R$ 200 milhões da multa total de R$ 10,3 bilhões.

Ao Valor, o diretor de compliance da J&F defendeu a manutenção da validade do acordo de leniência. Segundo ele, uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), já indicou que a leniência é independente da delação premiada, na contramão do que o MPF argumentou recentemente. Como a delação premiada dos irmãos Batista e outros dois executivos (Ricardo Saud e Francisco de Assis) ainda pode ser rescindida, os procuradores do MPF indicaram que a própria leniência poderia ser rescindida. Para Calluf, seria estranho rescindir a leniência da holding tendo em vista que três dos delatores da J&F não tiveram a colaboração contestada.

Fonte: Valor Econômico.

2 Comments

  1. GUSTAVO SILVEIRA MENEZES disse:

    ESSA OPERAÇÃO É UMA FALSA …A JUSTIÇA E LENTA NADA COMPRARAM TODOS OS JUIZES DA SUPREMA CORTE E FEDERAIS LEMBRA DO GILMAR E CARINHA DA PGR Rodrigo Janot Monteiro de Barros , TODA A CADEIA DE FISCAIS E JUIZES TEM MENSALINHO, ESSE ATRASO E DE PROPOSITO ENCANTO A EMPRESA CRESCE MASSACRANDO O PRODUTOR ….VIU NA BOLSA DE VALORES O DESEMPENHO …JUSTIÇA COMPRADA…ESSE JBS ACABARAM COM O MERCADO DA CONCORRÊNCIA E COMPRARAM TUDO CO DINHEIRO DO POVO ATRAVÉS DE SEU PAI LULA

  2. GUSTAVO SILVEIRA MENEZES disse:

    NO MEU PONTO DE VISTA ESSA EMPRESA TEM QUE SER DIVIDA EM TRES A PARTE DO BATISTA PARTE DEVIDA COM SUAS AÇOES SO QUE PAGANDO A VISTA OS 10 BI A VISTA COM CORREÇÃO JA QUE FIZERAM ACORDO COM PGR POR BAIXO DO PANO PAGAR MULTA DE 10 BI DE INDENIZAÇÃO AO GOVERNO POR DANOS MORAIS E MAIS 6 ANOS DE CADEIA PRA TODO MUNDO REGIME FECHADO EM CADEIA FEDERAL SEM SAIDA E BNDES VENDE SUA PARTE E O RESTANTE VENDIDA A OUTRO GRUPO DE MERCADO

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