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Investidores asiáticos devem comprar mais frigoríficos uruguaios

Investidores asiáticos provavelmente comprarão mais frigoríficos uruguaios, somando essas aquisições a uma série de acordos vistos nos últimos anos, à medida que a indústria de carne do país oferece potencial para crescimento nas exportações.

O diretor do frigorífico Ontilcor SA, Eduardo Urgal, disse que várias companhias asiáticas expressaram interesse em adquirir a companhia nos ultimo seis meses, apesar de essas abordagens não terem levado a negociações de compra. A família de Urgal possui o controle da Ontilcor, que opera sob a marca Frigorífico Pando.

“É altamente provável que capital asiático, especialmente chinês, ganhe terreno na indústria frigorífica do Uruguai”, disse ele.

O Uruguai, que possui uma população de cerca de 3,5 milhões de pessoas e 12 milhões de cabeças de gado, tem esculpido um nicho como fornecedor global de carne bovina sem hormônios, produzida a pasto e rastreável. Urgal disse que uma previsão positiva para as taxas de juros dos Estados Unidos e o potencial do Uruguai de aumentar a produção de carne bovina estão direcionando o interesse estrangeiro em companhias locais de carne.

A reputação do país de ter carne de alta qualidade é um forte ponto de venda na China, onde as pessoas têm muitas preocupações com a segurança dos alimentos locais, disse Urgal. A importância da segurança foi destacada em março, quando a China temporariamente proibiu as exportações de carne bovina do Brasil em meio a alegações de que os frigoríficos no país tinham subornado inspetores e vendido alimentos estragados.

Além disso, investidores asiáticos são retardatários na indústria de carnes do Uruguai, que é dominada por gigantes brasileiros, com JBS SA, Marfrig Global Foods SA e Minerva SA. No mês passado, a NH Foods Ltd., do Japão, disse que concordava em comprar a Breeders & Packers Uruguay SA, por US$ 135 milhões. O Heilongjiang Foresun Group, da China, também adquiriu abatedouros no Uruguai e na Argentina nos dois últimos anos.

Esses acordos reduziram o pool de frigoríficos grandes e independentes no Uruguai com acesso aos mercados de exportação para cerca de cinco companhas, com potenciais preços de US$ 25 milhões a mais de US$ 100 milhões, disse o diretor da Blasina y Asociados, Eduardo Blasina.

A carne bovina foi o produto de maior valor exportado pelo Uruguai no ano passado, por US$ 1,48 bilhão, com a China comprando US$ 498 milhões, de acordo com dados compilados pelo Instituto Nacional de Carnes (INAC). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera que o país sul-americano fique entre as 10 maiores nações exportadoras de carne bovina esse ano.

Urgal vê as exportações aumentando em 10% em volume e 7% em valor esse ano. O rebanho bovino uruguaio pode alcançar 13 milhões até o final de 2020 se os esforços para aumentar as taxas de parto compensarem e os produtores reduzirem as exportações de gado vivo, disse ele. Isso permitiria que os frigoríficos, atualmente sofrendo um excesso de capacidade de 30%, aumentem os abates para cerca de 2,7 milhões de animais por ano, de quase 2,3 milhões em 2016.

Alcançar esses níveis de abate também depende do Uruguai fazer mais acordos comerciais. A carne bovina uruguaia tem entrado na China e na Coreia do Sul, à medida que a Austrália, principal concorrente que possui acordos comerciais com esses países, reconstrói seus rebanhos após anos de seca, disse Urgal.

“Os acordos comerciais são um fator competitivo, tão importantes quanto a taxa de câmbio e a produtividade. Se em dois ou três anos, a Austrália reconstruir seus rebanhos e seus custos se aproximarem daqueles do Uruguai, estaremos com problemas.”

Fonte: Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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