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Inteiro ou castrado?

Na semana passada assistimos a um debate muito interessante no Twitter. Boi castrado ou boi inteiro: o que é melhor? Veja um pouco desta discussão e deixe suas opiniões.

É interessante como a internet e principalmente as redes sociais podem aproximar pessoas com os mesmos interesses. Claro que é muito chato quando você está conversando com alguém e essa pessoa fica o tempo todo mexendo no celular, mas esta tecnologia é uma maneira moderna e dinâmica de se manter informado e também discutir sobre os mais diversos temas.

Na semana passada assistimos a um debate muito interessante no Twitter. Boi castrado ou boi inteiro: o que é melhor?

Roberto Barcellos postou na rede de microblogs: “Boi inteiro x boi castrado. Produtor x frigorifico. Cada vez mais o consumidor influenciará nesta briga. Pode demorar, mas já tem algo no ar (.), por outro lado é bom de demore, pois não temos qualidade. Salvo alguns projetos que somados dão menos de 1% [do volume comercializado].

Leonardo Alencar comentou que realmente “já tem algo no ar, mas ainda falta conscientização! O consumo é crescente nas classes onde o fator predominante é preço”.

Falando sobre produtos diferenciados e carne de qualidade, Otávio Juliato levantou a questão do porque “muitas boutiques de carne, com produtos e preços premium, não conseguem decolar”. Ele concorda com Leonardo Alencar que falta conscientização. “Quem paga um preço maior, prefere o “Bife de Tira” da “casa” da moda, do que levar o bifão pra casa”, completou Juliato, fazendo referência de que ainda hoje as carnes especiais e com qualidade garantida não foram encorporadas ao dia a dia da população brasileira.

Deixando um pouco de lado a questão da percepção do consumidor sobre carne de qualidade e partindo para a discussão de castrado ou inteiro, Fabiano Tito Rosa, do Minerva, comentou que hoje o boi casado capão está valendo R$ 0,50 a R$ 0,70/kg a mais que o inteiro. Em arroba equivaleria de R$ 7,5 a R$ 10,5 de plus.

Rogério Goulart, editor da Carta Pecuária fez a seguinte avaliação: “com prêmio se compraria boi melhor acabado, compraria sim”, e alfinetou Fabiano Tito Rosa, do Minerva, “repassa esse ágio pro boi que castro todos os meus animais”.

Segundo Fábio Dias com R$10,00/@ de prêmio dá para voltar a conversar, pois o diferencial quase repõe a queda de 12% na produtividade entre inteiro e capão. “Seria necessário um prêmio de 12 a 15% para valer a pena castrar os bois confinados. Mas temos que considerar o enorme risco de mercado. Castramos 1 ano antes do abate e se o mercado mudar?”

“A questão é que a carcaça de capão vale R$ 93,00/@ (6,20/kg). Com este preço ainda não dá margem, como premiar?”, rebateu Tito Rosa.

Gustavo Figueiredo, entrou na conversa e comentou que todos sabem da superioridade da carne do capão em relação ao inteiro há tempos. “Assim a arroba deve ser paga diferenciada também. Caso contrário ninguém fará este boi”.

“O rendimento é muito diferente. Todos sabemos. E falo isto, pois durante anos tentamos implementar este sistema no Bertin, mas nem os proprietários do frigorífico incentivavam a castração, sendo que os confinamentos próprios eram de animais inteiros. Sinceramente acho que nenhum dono de frigorífico tem animal castrado, salvos alguns programas do Marfrig”, completou Figueiredo.

Eduardo Lund, de Pelotas/RS, trouxe mais informações comentando: “aqui no sul boi inteiro para abate nem pensar, apesar do Marfrig estar começando projetos para abates de touros”.

Vale a pena castrar ou não? Deixe suas opiniões através do espaço para cartas do leitor abaixo.

74 Comments

  1. pedro miranda disse:

    O Brasil passou exportar enlatado e nao cuidou da qualidade .Algumas industrias nao deram o devido valor na qualidade do boi castrado, ja que o consumo nao percebeu a diferença.No brasil a maioria consumida é vaca. Os pecuaristas nao castraram seus bois pensando na economia de mao de obra e no peso maior do boi inteiro. Agora começa ponderar qualidade.Boi sempre foi castrado.Quem gosta de boi sem gordura é arabe. Brasil e Europa consome boi castrado.Macies e sabor se tem no boi castrado.

  2. Fúlvio Henrique Ribeiro disse:

    A industria raramente paga algum premio por animal de melhor
    qualidade,castrado,rastreado ou que tenha 3mm de gordura que é dito como o ideal mas sim o que ela faz e penalizar os inteiros em alguns momentos comforme a oferta a pouco tempo atras penalizava os animais cruzados independentemente de serem capãos ou não é a lei da oferta x procura a classe produtora sofreu em 2006 até meados de 2007 um verdadeiro masacre chegando abaixo do fundo do poço sendo tirado do seu suor do seu trabalho o dinheiro para alguns grupos formarem um verdadeiro império e ainda tem uns que por má adiministraçao ainda deu o calote pecuarista realmente é muito insistente.

  3. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Como eu só produzo boi de pasto, não tem como fugir da castração. A carne tem outra qualidade, e tem o problema adicional da sodomia e do gabarro caso não se castre. Outro problema é a forte discriminação — o preço da arroba é menor — em tempos de excesso de produção (será que voltam?).

    A qualidade das carcaças que produzo dá gosto, e deslumbra compradores com o nível de exigências do Marcos Bassi, vejam no twitter dele:

    http://twitpic.com/3s0drx

    A propósito, para quem diz que a carne do Nelore não é boa, reparem que estas carcaças, pelo menos as duas primeiras, tinham cupim…

    Quando for a São Paulo, farei questão de ir até lá, ainda mais com a garrafa do Catena Malbec a R$ 45,00…

  4. claudio martins da silva disse:

    Nessa discussão entre boi inteiro e boi capão, e dificil dar opinião, mas tem uma conta que deve ser levado em consideração. O boi inteiro deixa algumas coisas na fazenda, por exemplo: no pasto onde ele fica sempre aparece “pelador´´, quase sempre deixa o curral e as cercas com problemas, a briga entre eles deixa um fundo de boiada, as vezes uma “maloca´´ pega um pode ate matar. Então, não pra entrar na discussão, mas e uma conta que deve ser feita.

  5. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Não sei responder a esta pergunta de maneira sistêmica / ampla, mas do ponto de vista do produtor, com diferencial de preço pequeno ou nulo, certamente não vale a pena castrar. Não soube de diferencial de R$ 10,00 / @ em nenhuma transação.

    Para compensar os efeitos da não castração e dar acabamento nas carcaças é mais economico oferecer suplementação no cocho na fase final de terminação.

  6. Wilson Jose Quintino dos Santos disse:

    entre boi castrado e inteiro,nós paramos com a castração depois de seguimento de 3 anos em confinamento notamos uma diferença final de peso de té 2 arrobas para o grupo inteiro, apesar de menor qte gordura final.,para os compradores , infelimente, o boi bem acabado não tem um valor diferenciado….

  7. ROSLER DALLAMARIA disse:

    Caros amigos respeito todos os comentários postados.

    Dou uma dica aos companheiros Pecuaristas, tentem aos poucos, organizarem seus caixas, para venderem seus bois quando, não se tem Bois no mercado.

    A lei de oferta e demanda é Soberana.

    Perguntem ou façam pesquisa junto aos frigorificos, se no dia 18-11-2010, quando ligavam desesperadamente atrás de BOI, existia a pergunta ao pecuarista. ( Vosso Boi é castrado ou Inteiro), isso não existia.

    A única pergunta era, quantos Bois o Sr Consegue me entregar, Após a resposta do Produtor, ainda recebia uma outra perguntinha. Será que o Sr não me arruma mais algumas cargas.

    Pensem Nisso, BOI INTEIRO SE VENDE, QUANDO NÃO SE TEM OFERTA.

    Ao Reverso disso, fica esse dilema, de Acabamento, preço e Rendimento.

    Abraço a todos, faço Boi inteiro a 03 anos, estou super Satisfeito, é só aprender trabalhar.

  8. Gustavo Costa Tiveron disse:

    Esta questão é um pouco parecida com a questão do couro. Por que cuidar do couro se não recebo por isso? Posso entregar a um frigorífico um animal com apenas uma marca, no lugar correto, que recebo o mesmo valor pago por outro animal que mais parece uma folha de jornal, de tantas marcas que ele possui.
    Quanto a castração, temos o mesmo dilema, só que com um agravante ainda maior: a demora em ganhar peso! Sabe-se que ao castrar um animal, seus hormônios que estariam agindo para a produção de massa muscular – o que realmente faz o boi pesar – não existem mais. Portanto ele deixa de ganhar massa muscular para ganhar gordura. O que acontece quando deixamos um pedaço de gordura cair em um copo com água? Isso mesmo, ela bóia! Não tem peso! Ou seja, o rendimento deste animal diminui bastante, pois ao invés de produzir massa muscular, vai produzir gordura, e frigoríficos não bonificam isso. Você pode entregar a um frigorífico bois castrados de excelente qualidade e o seu vizinho animais inteiros com pouco acabamento ou mesmo sem nenhuma gordura que estes iram ser pagos da mesma forma, salvo se for marruco, que aí o pecuarista é pago a preço de vaca.
    Se não tiver um incentivo para o pecuarista boi castrado irá virar artigo extinto, pois em extinção este já está.

  9. NILSON RIBEIRO DE ASSIS disse:

    Acredito que quem vai dizer isso é o mercado, é a lei da oferta e da procura, enquanto a oferta de animais para abate estiver restrita, vai valer à pena para o pecuarista deixar o boi inteiro, pois os frigoríficos estão pagando um valor muito aproximado entre boi capão e inteiro. Agora, quando a carne do boi inteiro começar a parar na ponta, no consumidor final, o preço do boi inteiro vai ter que baixar, é o mercado quem vai dar a resposta. Uma análise divulgada por uma respeitada empresa de consultoria, mostra que em média, 50% das industrias frigoríficas estão ociosas, portanto, enquanto essa situação perdurar, o boi inteiro vai continuar no mercado como está.

  10. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Pergunta importante!

    Como vendedor e como consumidor prefiro o boi castrado,e sei que esta é a predileção na maior parte do país.Seja por supermercadistas,seja por consumidores,o boi castrado.Este tem melhor acabamento de gordura e carne mais tenra,além de propiciar melhor terminação.

    Como defensor da carne bovina com MARCA só posso defender o boi castrado.

    E mais,de preferência precoce,a ser abatido entre terceira e quarta dentição e bem padronizados por lote mínimo de 20 animais.

    Tem,de fato, “algo no ar”…!

    O comprador,consumidor esta cada vez mais exigente,mais informado,e mais inconformado por ser nivelado por baixo.Os pecuaristas também.

    Esta é sem duvidas uma luta de todos,quanto mais para todos os produtos,sejam animais,bois,vacas ou novilhas,assim como as carnes derivadas destes tiver mais ética,padrão, melhor.

    O consumidor,grita,berra:QUEREMOS SER RESPEITADOS!!!

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  11. EDUARDO PICCOLI MACHADO disse:

    ???????????????????? Este debate no Rio Grande do Sul não existe. Me admiro que ainda discutam. A castração é um procedimento obrigatório. Sempre realizado ao nascimento ou na marcação. Sempre soubemos da influência no sabor e maciez da carne. Só fica com bola o que var ser touro.

  12. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Uma outra questão que pode ser discutida no âmbito deste artigo: os norte-americanos nem sequer cogitam de confinar boi inteiro. Mas corrigem o mau desempenho dos castrados implantando hormônio de crescimento em 100% dos bois e vacas de engorda.

  13. gustavo reis monteiro disse:

    Eassa éuma pergunta que tento responder a algum tempo pra mim mesmo.Analisando todoas as discusôes acho que a preimeira palavra que deve vim a cabeça quando se pensa nessa pergunta é “depende” pois depende de todo processo de produção,com que idade esses bois serão abatidos?Como seram criados?totalmente a pasto?Confinados?.O produtor que possui eficiência na produção desses animais e que consiga entregar animais jovens e bem acabados de acordo com as exigências do frigorífico não vejo vantagens na castração.

  14. Marcos de Azevedo Teixeira Gomes disse:

    Na verdade o mercado é soberano, com a falta de animais para a industria, a
    compra é feita indiscriminada, por falta de mercadorias, pois realmente já
    penalizaram os cruzados e inteiros. Mas na atividade da recria os adquirentes
    só querem os magros inteiros por seu ganho de peso no cocho. Por melhor
    animal que se mande para o abate, não existe nenhuma remuneração pela
    qualidade, pelo menos nossa propriedade nunca conquistou algum tipo de
    valorização. Isto porque nosso manejo é tecnificado e abatemos animais
    acima da média. A esperança de um dia, a qualidade ser melhor remunerada.

  15. Frederico Fick disse:

    Caro Rosler, estou aqui do outro lado do mundo e importo carne para a Escandinavia. Não é uma questão de dilema, castrar ou não, e sim de qualidade e estrategia de longo prazo. Dado aos gravissimos problemas de má terminacao das carcassas brasileiras e precos altos, minhas compras migraram para o Uruguai e Australia. Compro apenas filé-mignon do Brasil e cortes do Rio Grande do Sul (onde existe qualidade). Seu pensamento é valido, mas não agrega valor a carne brasileira. O consumidor brasileiro cade vaz mais irá exigir qualidade e boi inteiro não oferece a mesma qualidade, muito menos para exportacão. Ou como comentaram acima, a carne brasileira irá virar tudo lata e o mercado premium ficará na mäo de outros países…
    Minha sugestão é que vcs pecuaristas se organizem melhor para chegar a um acordo com os frigos. Mercado que paga mais por boi castrado e bem terminado existe!

  16. Murilo A F de Andrade disse:

    Caro Humberto de Freitas Tavares, faço uma ressalva quanto a sua primeira frase. Talvez sob condições especificas não seja possivel fugir da castração, mas tenho abatido animais nelore, de 24 a 30 meses, com 18,5 @ em média, “inteiros” e somente a pasto e sal mineralizado desde o nascimento.
    Quanto aos comentários de Claudio Martins, realmente no lote de bois inteiros a sodomia está sempre presente, mas os danos no pasto, cercas e animais sodomizados são muito pequenos comparados ao ganho que se tem ao manter os animais inteiros. Com um ótimo pasto, lotes pequenos pode se conseguir o abate dos animais bem novos, o que minimiza todos os problemas.
    Como dito anteriormente por Fúlvio Henrique, mesmo com o diferencial de preço que ocorre em algumas épocas, vale a pena o abate de animais inteiros.

  17. Gil Tozatti Fernandes disse:

    Vejam bem, li acima diversas opiniões, uma apenas aqui do sul… sem dúvida em termos de rendimento de carcaça e por razões que todos do meio já sabem o melhor é deixar o animal inteiro. Porém para quem termina animais a pasto, seja ele jovem ou mais erado, sem dúvida precisa castrar seus animais por diversas razões, entre elas dificuldades de manejo dos animais inteiros no que se refere a brigas entre si e também quanto a dificuldade de manter ventres nos pastos próximos a estas invernadas de touros, também sabemos da maior dificuldade de terminação dos animais inteiros que quando criados a pasto se torna uma limitação importante a ser considerada sem falar na qualidade da carne que até então pelo pouco que conheço do animal castrado quando bem terminado é mais marmorizada e por conseqüência, mais saborosa. Aqui no sul temos muitas dificuldades em comercializar tanto para invernador quanto para frigorífico animais inteiros, tanto que em feiras oficiais de terneiros desmamados no outono gaúcho existe a obrigatoriedade da castração a faca dos animais.

  18. Eder Vandre disse:

    O mercado do boi inteiro cresceu muito ao longo de quatro anos , como pecuarista nao tem coisa melhor pois e 02 @ a mais que o capao e o seu abate precoce …. nossa nao da para descutir para o beneficio da fazenda …… mas por outro lado como consumidor nao tem como consumir uma carne dessa pois o boi inteiro a pasto nao tem nada de acabamento e gera muita briga entre frigorifico e pecuarista , pois os rendimento nao bate nunca , mas se colocarmos que o mercado quer uma carne de qualidade , e simples , ao termino para o abate tratarmos com algum suplemento na sua alimentacao para que de o acamento que o mercado exige ….

  19. Joao Eudes Nogueira disse:

    Como sou Distribuidor de Carnes no estado do Rio de Janeiro,gostaria de comentar sobre este artigo do Boi Castrado e Boi Inteiro.
    Aqui vai os meus comentarios:

    Acho que não deve ter diferenç de preços,apezar de que o boi inteiro termina mais rapido paa o abate.A minha visão com a experiencia que tenho na distribuiçao de carnes, e a seguinte.todos os dois tem valores para min igual,Porque na minha distribuiçao eu preciso de Dianteiros de Boi Inteiro,e preciso de Traseiros de Boi castrados.Entao concluo opinando que valorize o dianteiro e costela do boi inteiro,como valoriza o traseiro do boi castrado,acredito que fazendo uma media nestes preços,as duas carcaças pode ter o mesmo valor.
    Agradeço pela atença0.

  20. Igor Vaz disse:

    Eu adoro esse Brasil. sempre morei no RS e achava que minha realidade era igual a de outras regiões. ai fiz faculdade, e posteriormente pós graduação em SP. Aprendi que as técnicas de manejo são totalmente diferentes de uma região pra outra. Este é um exemplo, este tipo de assunto nem se debate aqui no RS, o animal é castrado ainda terneiro e ponto final. Até porque iria considerar serviço porco enviar um animal angus ou hereford pro abate e ser inteiro. é estragar um belo churrasco….

  21. ANTONIO ALBERTI disse:

    Trabalho no setor da carne ha muitos anos. Como exportador. Também tivemos um matdouro aqui no Rio Grande do Sul.Naõ entro no merito do preço do animal inteiro ou castrado,mas na qualidade da carne. Aquela do animal castrado, ainda terneiro, é muito melhor. mais clara e com aquela gordurinha marmorizada que melhora a maciéz e acor fica mais clara, pois o animal fica mais calmo que o não castrado.

  22. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    O Sr Humberto de Freitas Tavares abordou um ponto polêmico e importante que precisa ser melhor debatido. O boi castrado produz carne superior ao do boi inteiro, mas ao custo de perda de eficiência no ganho de peso do animal. Especialmente se os animais não contarem com uma suplementação a cocho na fase de terminação. E esta perda de eficiência do boi castrado eleva o custo de produção do kg de carne. O uso de hormônios compensa esta perda de eficiência no ganho de peso e, apesar de proibido no Brasil, continua liberado no USA. E na UE os produtores recebem gordos subsídios do governo. Em outras palavras, conciliar um boi castrado e sem uso de hormônios com um baixo custo de produção é muito dificil. A solução para situações como estas é os frigoríficos remunerarem diferenciadamente. Mas se a proporção de bois inteiros no abate vem crescendo é porque a diferenciação não esta sendo suficiente para motivar os produtores a seguirem castrando seus animais.

  23. Luis Henrique Lopes Lyra disse:

    Boi castrado: as pessoas o querem, gostam da sua carne, ela tem mais sabor, maciez etc;

    Boi inteiro: o consumidor , mesmo sem saber muitas vezes, olham sua carne na gôndula e não veêm aquela gordurinha, portanto “NÃO O QUEREM”;

    Mais uma vez vemos a industria, muito mais a mercê dos disturbios “gastro/econômicos” , rebolando pra sair do prejuizo e colocar esse “pepino” no mercado, e do outro lado o produtor, preocupado apenas com “quem vai pagar os gastos e prejuizos da castração !”, é uma guerra interminável !

    Ora, na minha opinião passou do hora de darmos as mãos e dividir as responsabilidades de cada setor, até porque não se trata apenas de ser castrado ou inteiro, TRATA-SE DA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE, essa sim, ou seja, todos nós , é quem vamos perder, caso a coisa não mude !

  24. José Pio Westin Lemos disse:

    Se a qualidade da carcaça do boi castrado é melhor, se o consumidor prefere, se realmente custa de 0,50 a 0,70/KG a mais que o boi inteiro, se o custo da engorda do boi capão é mais elevado, entendo que a discução não é se castra ou não castra (cada pecuarista maneja os animais de acordo com suas convicções)
    A discução seria qual ágio do boi castrado sobre o boi inteiro.
    Por enquanto é vantagem NÃO castrar pois ambos valem o mesmo, com o diferencial a favor do boi inteiro cujo custo da engorda é bem menor.

  25. Luciano Andrade Gouveia Vilela disse:

    Sou pecuarista e na matemática a pasto ou confinamento nem tem que discutir, tem que ser inteiro mesmo. Agora quanto ao mercado, ouço mais reclamações quanto ao inteiro devido a problema s de resfriamento do que a qualidade em si. Desde de que os animais inteiros sejam novos e bem acabados na medida do possível, as qualidades culinárias(maciez, sabor, etc) não tem pra onde ser tão diferentes assim, então cabe desenvolver um nicho de mercado pro boi inteiro que se apegue na carne mais magra (sem tanto excesso de gordura) desenvolvendo técnicas pré e pós abate que minimizem os efeitos negativos do resfriamento. E aí sim, deixar cada produtor ou industria se especializar no mercado que lhe for mais conveniente. Todos estamos atrazados em relação ao marketing para este produto diferenciado( inteiro, novo ligth ) e em relação a tecnologia de terminação padronizada e tratamento pós abate.

  26. Ricardo Flores Bagolin disse:

    Boa tarde senhores.

    As discussões e interações aqui no Beef Point são, em sua grande maioria pertinentes e muito úteis. Pecuária, produção animal é isto, troca de experiências, negócios.
    Ouvindo esta discussão toda em função de castrar ou não, é melhor ou não, fico pensando que muitas vezes é chover no molhado e me explico: Já é cientificamente provado que a carne de boi, castrado, beneficiado é de qualidade superior à carne de touro (bovino inteiro, com testículos, reprodutor ou não). A pesquisa agropecuária nacional já nos provou que este paradigma é superado… Pesquisadores como João Restle, Ivan Luiz Brondani, Leonir Paschoal, todos da renomada UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA e outros tantos já proclamaram ao mundo que existe diferença significativa sim de qualidade.
    Aqui em Rondônia, onde vivo e trabalho, as indústria pagam 3% menos (teoricamente) no touro alegando falta de acabamento… Não é a mais pura verdade e sabemos disto, os descontos chegam a mais de 10%.
    Outro assunto bastante abordado: Bois cruzados… E quem faz cruzamento industrial… Entra neste desconto? Ou este somente é válido pro tucura da leitaria?
    Eu defendo boiada cruzada e bem alimentada, castrada e de campo.
    Temos que pensar em produzir carne para quem tem dinheiro para comprar e conhece qualidade, vê diferença nesta. Convido a todos que acessem o site da cabanha Santa Cecília , de Dom Pedrito- RS do amigo Claudinho Pereira
    Na guia galeria de imagens verão novilhos angus e hereford de 12 meses a pasto. Assisti uma das pesagens e vi 437kg de peso médio. Todos castrados.
    Acessem as fotos de um abate de vaquilhonas neste link:

    http://www.estanciasantacecilia.com.br/index.php?secao=galeria&mostraconteudo=55

    Aos amigos do Marcos Bassi, solicito que mostrem nossas fotos para ele. as dos novilhos são mais lindas ainda.

    Lembro pro pessoal do sul que moro em RO mas sou gaúcho e defendo o nosso boi angus e hereford.

    Parabéns a todos.

  27. Duarte de Castro Cunha Neto disse:

    ótimo tema André, amanha vou castrar um lote de garrotes. Trabalho com cria, recria e engorda, tudo na mesma fazenda, imagina a bagunça que vira se eu não capar.
    Os beneficios são claros, porém para poder ter o sistema completo, todo junto, alguem tem que ser “sacrificado”. Engordo inteiro apenas animais 1/2 sangue Angus, terminados no cocho.
    É o preço que eu pago por trabalhar com qualidade de animais crioulos.

  28. Jean Elias disse:

    O que deixa a carne macia é a quantidade de gordura presente na mesma, não tem nada a ver com o testículo do animal estar presente ou não.
    Animal inteiro que vai para o abate em sua grande maioria são super processes que receberam uma dieta rica em energia para que pudessem depositar gordura mais cedo do que o esperado, podendo assim ser abatido normalmente e mantendo o mesmo nível de macies e se bem manejado, superior aos animais inteiros.
    Esse mito deveria ser melhor explicado para os produtores para que essa discussão não venha mais a tona.

  29. Carlos Biancardi disse:

    Porque não liberam o uso de hormônios como sinovex e ralgro que ajuda muito na engorda e no caso de bois inteiros o hormônio da acabamentoi, coisa que se não tratar com concentrado fica difícil principalmente em cruzados. O mercado americano é um dos mais exigentes do mundo e esses produtos são liberados.

  30. Fabio Martins Guerra Nunes Dias disse:

    Trabalho com gado confinado faz alguns anos. Dos confinamentos em que trabalhei enviamos centenas de milhares de bois para o abate. De forma grosseira poderia dizer que nosso gado apresentou um peso médio de 525 kg com 80% das carcaças ultrapassando os 3 mm de gordura. Em todos esses anos não tivemos prêmios ou descontos no valor da arroba destes animais, sempre recebemos o valor de mercado. Todo esse gado foi terminado no Brasil central (SP, MS, MG, GO e MT), vendido aos maiores e mais exigentes frigoríficos e, a partir de 2008, classificado para exportação Europa. Portanto, nossa experiência indica que o gado confinado com boa tecnologia nutricional não tem problemas de aceitação pelo mercado frigorífico.

    Por outro lado, os poucos lotes castrados que engordamos neste período, apesar de encantarem os compradores, não conseguiram nenhum prêmio e seu desempenho ficou muito longe de justificar a castração. Perdemos entre 10 e 12% de eficiência produtiva quando castramos. Nosso prejuízo, portanto, ficou muito próximo das 2 @ citadas pelo colega Wilson dos Santos, de São José do Rio Preto.

    Duas arrobas a menos por animal abatido é muito difícil de justificar. Tanto para produtores, como para a indústria e mesmo para a sociedade. Reduzir a produtividade em 12% significa gastar mais recursos para engordar os animais. Isso quer dizer mais pastos ocupados e mais grãos consumidos para se chegar à mesma quantidade de produto.

    Naturalmente, gado inteiro não é só alegria. Todo confinador gostaria muito, muito mesmo, de trabalhar somente com gado castrado. Gado inteiro dá mais trabalho, os lotes são menos homogêneos e o cuidado para evitar o stress deve ser permanente. Mas, no mercado de hoje, castrar o gado confinado é uma insanidade.

    Para que confinadores voltem a trabalhar com gado castrado no Brasil temos dois caminhos: 1) convencemos os compradores a pagar prêmios para o gado castrado na faixa de 10 a 12%; ou 2) convencemos a sociedade da importância da liberação do uso dos implantes anabolizantes, tecnologia totalmente segura, capaz de aumentar em até 15% a produtividade de animais castrados e utilizada tem muitos anos nos principais países produtores (EUA, Austrália, Canadá, México e África do Sul).

    A opção 1) vai reduzir em 12% a produtividade e aumentar o preço do produto final, portanto não parece algo razoável em um cenário de queda na oferta de alimentos e busca por um sistema de produção sustentável.

    A opção 2) permitiria agradar aos amantes da qualidade do castrado e manter a competitividade dos produtores brasileiros, equiparando sua eficiência à de seus competidores internacionais. Porém, o mito e o preconceito criado em torno dos anabolizantes não facilita a adoção desta opção.

    Mantendo meus pés no chão, ainda que desagradando os puristas, posso afirmar: os confinadores brasileiros vão continuar engordando gado inteiro por um bom tempo.

  31. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Apenas completando…e se atualmente os frigoríficos não pagam um diferencial suficiente para motivar os produtores a seguirem castrando seus animais é porque provavelmente o mercado ainda prioriza, na maioria das vezes, o preço em detrimento da qualidade. A tendência é que o livre mercado ajuste a oferta e demanda por cada tipo de carne. Mas isto não quer disser que não sejam necessárias correções constantes.

  32. Renato Galindo disse:

    Entra ano e sai ano e a relação comercial entre Produtores e Frigoríficos não se consolida como um negócio ganha-ganha. Por um lado, produtores com animais inteiros sem acabamento (porém mais pesados), e por outro, empresas que não conseguem estratégias comerciais em mercados de alto valor agregado. Enquanto vendemos commoditties, outros países avançam com produtos Hight Quality Beef (HQB).

  33. Gustavo Costa Tiveron disse:

    Senhores,

    Trabalhei em um grande frigorífico exportador, no estado de Goiás. No começo das operações, buscavam animais castrados, penalizando os inteiros; como a realidade do estado era totalmente diferente da realidade do estado de origem deste frigorífico, os abates de animais castrados eram a grande minoria. Com o passar do tempo, este frigorífico passou a pagar o mesmo preço por animais castrados e interios. Hoje, dos abates de machos, neste frigorífico, pode-se dizer que algo muito perto, mas muito perto mesmo de 100% são animais inteiros, pra não se dizer que em sua totalidade.

    Como foi na rastreabilidade, onde se dava um bônus para os primeiros e depois passaram a penalisar quem não tinha, é assim que os frigoríficos fazem: para conseguir o que eles querem, primeiro bonificam, mas depois com o “esquema”montado pra eles, passam a penalisar quem não fizer como eles querem. O boi castrado vai ser da mesma forma… Podem até “adoçar” aboca dos pecuaristas pagando um “prêmio” pelo boi castrado, mas com o passar do tempo, e não é muito tempo, quem não fizer como eles querem será penalisado.

    Acho que o que falta é um sistema de classificação de carcaças CORRETO,para que o pecuarista produza o animal que o frigorífico precisa, e este bonifique de acordo aquele que melhor produzir, para que assim a cadeia possa andar junta.

    Não sendo assim, vamos continuar com esse interminável cabo de guerra entre pecuaristas e frigoríficos.

    Nosso país é muito grande, como companheiros do Sul falaram que essa é uma prática que nem se discute nesta região, no Sudeste e Centro-oeste as coisas mudaram e pode ser que chegue um dia até aí.

    Um ponto que não se pode discutir, e com mérito, é a qualidade da carne. Neste quesito, o boi castrado é muito superior, mas a custa de mais tempo para seu acabamento, que é o que todos nós estamos batendo na mesma tecla. Para isso precisa de uma maior valorização do boi castrado sem penalizar o inteiro.

  34. Rodrigo Belintani Swain disse:

    Senhores, capar ou não depende da situação de cada fazenda, do tipo de manejo, do tipo de capim, da idade do animal, da raça, é uma decisão localizada, por isto que se tem opiniões diferente; temos que ter um objetivo, animal pesado e bem acabado; nem vou falar em bonificação do frigorifico porque este não esta nem ai para nós pecuaristas, aconselho ninguem mais castrar, assim se quiserem animal castrado vão ter que correr atrás, fazer propostas concretas e seguras para nós pecuaristas, de preferencia com bonificação antecipada; vamos nos organizar.
    Abraço

  35. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Um outro ponto que não pode ser esquecido é que, a um mesmo peso de carcaça, o castrado rende mais. Assim, medir apenas o ganho de peso vivo não representa com fidelidade a realidade.

  36. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Este debate está muito parecido com o da rastreabilidade.Quem quiser boi rastreado,pague, e iremos rastrear,quem quiser boi capão,pague, e os bois serão rastreados.Nos dois casos a segurança e qualidade são melhores.mas há custos e tem que ser repostos.Não vejo mudanças a curto prazo das praticas atuais.

  37. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    O Sr Humberto de Freita Tavares tem razão ao afirmar que não podemos comparar os ganhos de peso de bois inteiros e castrados, baseado apenas no peso vivo de suas carcaças, sem fazermos ajustes. Na verdade teríamos que selecionar e abater animais castrados e inteiros de mesmos lotes em duas ou mais ocasiões para definir os ajustes necessários, pois o ganho de peso vivo destas categorias distintas não corresponde exatamente ao ganho de peso da carcaça no frigorífico.

    Mas o fato é que mesmo fazendo os ajustes necessários temos um ganho final diário de “carne” por animal favorável aos inteiros. E uma qualidade da carne favorável aos castrados. Qual o melhor retorno para o produtor vai depender do diferencial de preços da arroba de boi castrado & inteiro e de seus ganhos de peso.

    Por isto concordo 100% com o Sr José Francisco Soares Rocha: a médio e longo prazos os preços pagos pelos frigoríficos regularão a oferta seja de animais castrados e inteiros seja de animais rastreados ou não.

  38. Luís Octávio Faustino Dias Brandão disse:

    Frigorífico não quer pagar…também não vai levar!!

  39. NATALINO SANCHEZ FILHO disse:

    Quando vou comprar carne para minha familia , procuro picanha de boi capão , sou conhecedor de carne , e prefiro boi de pasto , pois o boi inteiro de confinamento apesar de ser jovem e macio perde muito em sabor , quando ainda não tem odor.carne igual a de um animal castrado invernado á pasto de boa qualidade , com cobertura é inigualável ,tenho receio de á curto prazo ser dificil achar essa qualidade , oque é bom vai acabar indo pros gringos , e nos vamos comer carne de boi inteiro .acho que todos que gostam de carne boa na hora de comprar vai no castrado .

  40. NICANOR JESUINO JÚNIOR. disse:

    Aqui no sul do pará predomina o boi inteiro …. o castrado vira vaca,,,,,,,,rende menos a carcaça no frigo….. para o nordeste – conceição do araguaia a turitama em torno de 2.460km ele não aguenta a viajem …. par a o navio nem se fala…
    agora o boi inteiro tambem é um capeta …. quebra estacas de aroeira o ipe roxo aguenta mais…..acaba com o pasto onde faz malhadouros……é complicado ..
    a atividade pecuaria é bastante complexa…….

  41. Fábio de Souza Fonseca disse:

    Em um País continental como o Brasil e com uma enorme vocação pecuária, estas questões não podem ser tratadas com modismos. Nossa indústria frigorífica, internacionalmente reconhecida, tem mercado para cortes de alta qualidade, bem como de preços baixos. Esta estratificação deve tratada com PARCERIA com os fornecedores-produtores, somente desta forma se consolida uma liderança e se conquista divisas.

  42. Jose Moacir Andrade Lages disse:

    Produzir bois inteiros com boa terminação de carcaça e cobertura de gordura até no diânteiro, lotes padronizados , animais abaixo de 36 meses e peso médio de 21 a 22 arrobas não é muito fácil. Tem mercado externo e tambem mercado interno. O que seria do amarelo se todos gostassem do azul? Deveríamos discutir qualidade. Boi inteiro não é sinômino de carne de segunda. Acho que deveriamos fazer uma campanha para melhorar a qualidade da carne do boi inteiro, melhorar o resfriamento no frigorífico, não deixar queimar a carne pelo frio e aprender a preparar carnes de outras maneiras, outros pratos. Um abraço.

  43. Paulo Vitor Pereira de Morais disse:

    Eu sou produtor, mais nunca vi a cor do dinhero de bônus de boi capão como dizem la na reportagem, toda vez q vendo o frigorifico nem pergunta, e ultimamente alguns na minha região como em navírai bertin, negou boi inteiro de um vizinho meu de fazenda, mais eu ja assiti matança de boi inteiro lá, agora vai saber q q esse povo quer,

  44. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Concordo com o Sr Fábio de Souza Fonseca que há mercado para ambos os produtos, carne de boi capão e inteito, e que o melhor caminho para o setor seria o estreitamento das relações entre frigoríficos e seus fornecedores, os pecuaristas, para dirigir a produção de forma a atender adequadamente a todos os mercados. E a melhor forma de estreitar as relações entre frigoríficos e pecuaristas é com dialógo, transparência e constância na definição das políticas comerciais.

  45. Eduardo Barbosa de Castro Prado disse:

    Acompanhei alguns experimentos há muitos anos atrás, e a castração a faca seguida de utilização de hormonio natural, tipo Synovex fabricado pela Fort Dodge e que é usado em larga escala nos USA até hoje, foi a tecnologia mais viável que contemplou as duas condições; melhor acabamento de carcaça, com baixo custo. Caso não fosse proibida sua utilização por aqui, esta celeuma sequer existiria……

  46. Flávio Barros Bezerra disse:

    Cada pecuarista tem de ver na sua região e no tipo de manejo quais são as vantajens e desvantajens do boi castrado e do inteiro, e daí tira seus cuctos de proução mais proveitoso. Na minha região e de acordo com a estrutura da minha propriedade é mais vantajoso criar o boi castrado, mais para maioria das propriedades da região é melhor criar o boi inteiro pois não existe diferença de preço no abate.

  47. Luiz Rodolfo Riccelli Galante disse:

    Para contribuir ao debate, do lado de quem compra carne dos frigoríficos, posso garantir que o mercado institucional não paga por qualidade. Aliás, depois de desossada – vaca vira boi, velho vira novo, inteiro vira castrado. Os frigoríficos tratam os pecuaristas e os compradores de bobos.

    Vejam que mesmo com baixa oferta de animais para abate, não se discutiu quantidade, mas QUALIDADE. Parabéns a todos!

    Resta saber se o lobby dos pecuaristas em Brasilia vai ser mais forte do que o lobby dos frigoríficos. E sem falar na questão da rastreabilidade, como foi falado por alguns colegas.

    Pessoalmente, adoraria que todos tivessem o grau de consciência que os gaúchos estão demonstrando nessa discussão. Que sirvam de exemplo para o resto do país…

  48. Rubens Mendes Veloso Júnior disse:

    Vejo que o pessoal do Sul, principalmente os gaúchos, são bem irônicos e presunçosos quando proferem suas opiniões. Abstenham-se disso, pois podemos e queremos muito aprender com sua experiência já antiga em relação à carne, quanto à castração dos terneiros e a qualidade de seu churrasco. Agindo de forma mais suave, suas opiniões vão ser especialmente bem vindas e vamos poder desfrutar mutuamente das experiências pecuárias de cada região do Brasil!

    Em relação ao assunto que se discute, dou preferência à castração do garrote ou novilho, como preferem os gaúchos, a partir das 13 @ e, entre um boi ou, novamente, novilho castrado (para os gaúchos) tranquilo, sossegado, só comendo e não pensando em fêmea, nem fazendo bagunça no pasto e um garrote inteiro fazendo infernalmente toda essa citada bagunça, a preferência fica com o primeiro.

    Abraços.

  49. Manoel Terra Verdi disse:

    Não consigo entender a que se presta esta discussão, olhando do ponto de vista do pecuarista. Antes, os frigoríficos penalizavam o boi inteiro. Hoje, devido a melhoria genetica e nutricional, principalmente advinda dos confinamentos, más tambem da melhoria das pastagens e suplementação de cocho, deixou de fazê-
    -lo, pois se consegue por acabamento nesses bois. Se se mandar para o frigorífico boi inteiro ou capão, sem cobertura de gordura, a boiada será penalizada. Quero crer que se a maciez da carne é diferente, mesmo se levarmos em conta a diferença de era, motivada pelo ganho de precossidade do boi inteiro, esta discussão faz parte do momento seguinte das negociações da cadeia da carne, entre a industria e o varejo. Se o varejo perceber que o consumidor esta disposto a remunerar a qualidade de uma forma mais ampla, negociará com a industria este plus, neste momento poderemos reinvidicar um preço melhor para o capão, se o consumidor elegê-lo como o de sua preferencia. Por enquanto, para aqueles 99% dos produtores, que não fazem parte dos programas de qualidade, esta discussão é inoportuna. Quem estiver em condições de dar terminação a bois inteiros, naturalmente desfrutará dos ganhos que isto propicia. Quem não estiver continuará capando e alardeando a qualidade da carne de seus bois. Talvez um dia receba algo por isto.
    Por enquanto, os defensores do capão, no máximo, poderão arrumar algum desagio para o boi inteiro.

  50. José da Rocha Cavalcanti disse:

    O primeiro fator que afeta a qualidade da carne é a precocidade. A precocidade pode ser definida quando o animal atinge a puberdade o mais jovem possível, ocasião em que cessa o crescimento ósseo, diminui a taxa de crescimento muscular, ocorrendo deposição de gordura na carcaça.

    Em bovinos, a precocidade é importante porque o animal deverá ter um grau de acabamento da carcaça (espessura de gordura subcutânea) mínimo de 2,5 a 3 mm para proteger a carcaça do resfriamento. A gordura subcutânea funciona como um isolante térmico, diminuindo a velocidade de resfriamento da carcaça, evitando a desidratação, o escurecimento e a diminuição da maciez da carne.

    Animais inteiros têm uma maior taxa de crescimento que os castrados e são mais eficientes na conversão dos alimentos. Estas diferenças são tanto maiores quanto maior for à qualidade da pastagem.

    Pesquisas têm demonstrado que em animais jovens, existem poucas diferenças entre os inteiros e os castrados no que diz respeito à qualidade da carne. Somente em idades mais avançadas a maciez dos animais inteiros é prejudicada.

    A castração teria justificativa se o abate vai ocorrer em animais de idade elevada, para corrigir os efeitos negativos (composição da carcaça, acabamento e maciez) e realizada em idades mais próximas do seu ponto de acabamento por volta dos 24-30 meses, quando o abate ocorre por volta dos 36-40 meses.

    Numa pecuária moderna com animais geneticamente melhorados, com boa cobertura de gordura, de alta qualidade de carcaça, mesmo sendo inteiros, cuja terminação ocorre aos 24 meses, a castração não se justifica.

  51. José Roberto Puoli disse:

    Boa tarde Miguel,
    Entro no debate meio tarde, pois estava no Py.
    Durante uma boa parte da minha vida profissional, esse dúvida era constante na minha cabeça. Mas, aí, consegui reponder algumas perguntas.
    1. Ninguém considerou o fato de que estamos falando de alimento (indiretamente os gauchos consideraram). Então, se queremos falar em produzir um alimento de qualidade, sequer deveríamos pensar em animal inteiro.
    2. Todos falam dos ganhos de peso maior do boi inteiro. Vamos pensar um pouco nesta informação. Falaram muito aí de 10 a 15% a mais de ganho. O ganho maior existe, mas, ele é maior quanto mais velho for o animal, pois os hormônios têm mais chance de atuar na produção de proteina (carne). Então, se estamos tentando reduzir a idade de abate cada vez mais, essa diferença será cada vez menor. Imaginem o que acontece no desfrute da fazenda se vc não abate o animal no segundo inverno (+-22 meses) e leva ele até o próximo inverno. É uma perda igual o maior que os 10 a 15%. Lembrem-se que esta perda é no animal todo e não no ganho do confinamento, somente.
    Outro ponto extremamente importante, usando o exemplo citado acima, peso de abate de 525 kg. Os bois ganham mais peso no confinamento, mas tem que confinar até estes pesos elevados. Pensa bem, levar um boi de 400 a 460 castrado, ou levar um boi de 400 a 525 kg inteiro. Quem confina sabe o quanto custa.
    Outro ponto extremanente importante: A memória curta. Todos falam que querem ágio por boi castrado……… Assim que a oferta normalizar (acredito que vai demorar muito, mas) o boi inteiro volta a ter penalti, pois antes de começar esta falta de boi, sempre o inteiro teve deságio.

    Enfim, para concluir por que eu tinha dúvida e não tenho mais. Eu tinha todas essas considerações na minha cabeça e numa viagem para a Australia, aprendi que a maioria esmagadora dos animais lá são castrados no nescimento (na realidade é aos 2 meses de vida, pois é quando eles fazem o primeiro manejo dos bezerro). Portanto, desde 2006 castro 100% dos animais no nascimento.
    Idade de abate a pasto: Nelore 36 meses, 490kg. Híbridos 30 meses, 490 kg.
    A cabeceira do Nelore é terminada no confinamento: 22 meses e 460 kg (1,150 kg/d) e a cabeceira e o meio dos híbridos também são terminadas no confinamento: 21 meses e 460 kg (1,350 kg/d). Nosso objetivo é melhorar nossa recria cada vez mais e abater 100% dos animais no segundo inverno com 21 a 23 meses de idade. Volto a enfatizar no desfrute da fazenda quando tiraremos uma era inteira dos pastos!!!!!!!!!!!!!!!!! É muito mais ganho que 10 a 15 % de ganho no período do confinamento.
    O melhor seria se o produtor pensasse no seu sistema de produção, na sua fazenda, como um todo e não elementos isolados.
    Abração
    limão

  52. Tito Rubens Mondadori disse:

    Senhores.

    Castrar ou não, creio não ser motivo de discução. As “vantagens e desvantagens” de ambos os métodos são por demais conhecidas.
    Vamos discutir sim, uma remuneração condizente ao produtor que entregue a industria Frigorifica, novilhos e novilhas produtores de uma matéria prima “a carne” pela sua qualidade, ou seja, padronização de peso e cortes, cor, tenrez, marmoreio, cobertura de gordura. Esta me pareca ser a forma mais sensata para definirmos onde queremos chegar com nossa carne bovina de qualidade.
    O certo é que “TOURO” nunca vai produzir a carne com a qualidade que o mundo consumidor esta acostumado e remunera melhor. Jamais esta caregoria de animal, com as tecnologias que hoje dispomos, vai nos produzir esta materia prima.
    Assim senhores penso que deveriamos tentar melhorar nossa cadeia produtiva da carne como um todo, que me parece ter muitos outros pontos a serem discutidos e creio que isto passa pela nossa capacidade de discutirmos com a industria Frigorifica sobre os mesmos. Não podemos esquecer que são muito poucas e organizadas e que precisam da carne por nós produzidas como nós delas. Não nos esqueçamos que uma não sobrevive sem a outra, por isso creio ser este o melhor caminho.

  53. Paulo Cesar Bastos disse:

    Parabéns aos companheiros produtores e profissionais do setor pelo inteligente e competente debate sobre um assunto importante e preponderante para uma pecuária com resultados positivos.

    Segue a sugestão de uma síntese com a avaliação dos prós e contras.Uma análise dinâmica e objetiva através de um novo artigo como continuidade ao debate sobre o tema de inteiro ou castrado.

    Vale ,ainda, lembrar a importância fundamental da interação entre os resultados de estudos e da prática da criação.A estrada moderna da boiada passa por esse ponto.

    Vamos avançar e inovar para uma pecuária forte, avançada e produtiva.

    PAULO CESAR BASTOS é engenheiro e produtor rural
    paulocbastos@bol.com.br

  54. Murilo A F de Andrade disse:

    Parabéns José da Rocha Cavalcanti !
    Foi claro para os que, quando se fala em boi inteiro, imaginam o touro velho da fazenda.
    Na verdade alguns falaram em diferencial entre castrado e inteiro, que o boi inteiro está puxando para trás o mercado da carne, quando o correto seria lutar pelo pagamento de diferencial pago pela dentição (animais precoces) e tipificação de carcaça.

  55. Jerônimo Alves de Oliveira Neto disse:

    De fato o que temos ouvido por aí não é a realidade de algumas cartas. O que tenho presenciado e lido em várias cartas e artigos é o testemunho de consumidores que se dizem completamente insatisfeitos com a carne adquirida. E carne de “grife”. Agora, caros amigos, em que se justificam essas reclamações então? Estão reclamando à toa? Sem fundamentos? Apesar das críticas aos gaúchos, considero a pecuária de corte deles muito evoluída, comparada ao restante do país, em especial neste quesito(castrar ou não).

    Porém, precisamos atentar pelo seguinte fato:por qual motivo iniciou-se a preferência pelo boi inteiro? Devido aos efeitos da castração? Não se justifica, pelo menos pra mim. Obter uma carne com qualidade inferior apenas por esses efeitos, por maiores que sejam, é uma tolice. Embora o boi inteiro demore mais para ser terminado, reduzimos sodomia, prejuízos em estruturas, manejo, etc. E ganhamos no principal ao meu ver: na qualidade da carne.

    Desde o tempo de meu avô, a preferência pelos animais castrados já era visível. As coisas mudaram, o sistema agropecuário evoluiu. O que ainda deixa a desejar é o consumidor entender o produtor e vice-versa. Estou cansado de ver pecuaristas embarcando carretas de bois inteiros, e pra festas de família, abater um garrote capão. Algo a se pensar.

  56. Raul Moraes disse:

    Acredito que o questionamente deveria ser o seguinte :Abate de machos inteiros até que idade? Pois é sabido que animais jovens inteiros possuem excelente qualidade de carcaça, inclusive anos atrás pagava-se agios por estes animais ( animais inteiros , com peso minimo de 450kg e com até 2 dentes definitivos( +/-24meses),5% de incentivo -PROMEPE/MT). Daqui a pouco grupos de defesa dos animais , ambientalistas, ecoloucos , etc, vão começar uma campanha difamatória da pecuária devido a castração!!!! Acredito que produtores e frigoríficos devem começar imediatamente tirar o máximo proveito da não castração dos animais .Os produtores adequando o manejo para abater os animais inteiros mais jovens e os frigoríficos incentivando financeiramente.

  57. Renan Aires de Alencar disse:

    Não querendo desmerecer alguns comentários aqui, mas ao final da recria, a diferença do boi inteiro para o boi castrado, chega a gritantes 2 arrobas, isso em um animal de 18 meses, sou pecuarista e faço a simples conta, não há premiação de 3% que pague essa conta, essa questão nem se discute mais em confinamentos no brasil, no dia que qualidade remunerar nesta nossa pecuária, com certeza iremos todos produzir o tao sonhando boi castrado de cruzamento industrial, precoce e terminado em sistema intensivo.

  58. Fabio de Almeida Meirelles disse:

    Parabens a todos pelo debate … Uma novidade esta por vir … CASTRACAO BIOLOGICA …. em poucos dias uma empresa multinacional vai lancar um produto para castracao biologica de bovinos … como em suinos, onde 90% das granjas ja utilizam …Sera que seria uma opcao ??? Abraco a todos…. Fabio.

  59. Francisco Regis Vieira disse:

    Senhores, a titulo de informação tecnica, breve no mercado Brasileiro teremos uma nova ferramenta que será a “Imunocastração”, uma tecnologia para a qualidade da carne e o controle do comportamento para bovinos. Tecnologia esta que já e realidade para a suinicultura daqui.Acredito que a partir de Março já estará sendo comercializada. grato.

  60. jeferson chgicarelli ruiz disse:

    Depois que parei de castrar a pecuaria comecou aparecer, parei de teer boi que nao da peso, pois so engordo e genetica nao e a melhor, muito tempo vendia uma carga para o frigorifico e negociava, um ou dois touros por carga, e so vendia se paga-se 0 valor dos touros como boi, ou ficava na oportuidade de semana que o frigorifico tinha para a escala, para fazer a imposicao, mas hoje fazendo finalizacao no auto-grao e animais novos, tenho recebido elogios do acabamento, e com a falta de boi, pergunta se e castrada ou nao tao pouco existe mais, animais inteiros sao mais precoces, sao vendidos mais rapidos, bezerros castrados eu mesmo nao estou comprando mais para reposicao.

  61. DIRCEU REMOR disse:

    Boi inteiro ou castrado prefiro inteiro tempo de abate e vantagem de duas arrobas para boi inteiro castrado só Rio Grande do Sul

  62. jarbas peixoto disse:

    a castração do boi eleva o custo de produção, incluindo-se ainda riscos com acidentes e infecção, com morte do boi. Se houvesse compensação de preço, com certeza todos os produtores fariam a castração. Eu mesmo fazia a castração do rebanho, mas há cerca de 3 a 4 anos, o Frigorífico BERTIN, de Ituiutaba, pretendia adquirir bois NÃO CASTRADOS. Ou seja: davam preferência para BOI NÃO CASTRADO e pagavam o mesmo preço. Com outros Frigoríficos, a situação era parecida e não havia mais diferença de preço entre ambos. Mesmo achando estranho, nunca mais castrei boi. Agora, estão com essa lenga lenga de novo… Não há dúvida que o boi castrado dá maior acabamento de carcaça e o animal fica mais tranquilo. Se remunerarem mais o castrado, o ideal será a retomada da castração. Todavia, preço a preço, não há dúvida que o boi não castrado é economicamente mais viável. Penso, todavia, que o consumidor nosso (do Brasil) prefere o boi castrado. Fomos acostumados a consumir mais gordura, além de muita novilha e sabemos que o boi inteiro não possui as características dessas carnes.

  63. Ricardo Flores Bagolin disse:

    Esta disucssão irá bem longe pelo visto. Mas é ótima.

    Bom dia a todos.

    Alguns comentaristas falaram que se o acabamento do castrado é melhor, o rendimento é melhor e se consegue com bom aporte energético uma redução de pelo menos seis meses na idade de abate… Porque não castrar?

    A diferença é a balança? e se tirarmos a cabeceira bois aos dois anos e o restante de 2,5 anos… Esta redução não é significativa em relação a uma idade de abate de 36 a 40 meses? Dá para se produzir mais carne por Ha e se remunerar melhor.
    falaram por último de riscos da operação… façam enquanto novo, ou na macega como dizem os meus conterrâneos. Concorod também que levar um boi aos 24 meses inteiro e depois castrar é algo desastroso, pois perde pelo menos meia arroba, então o mais correto ao meu ver é castrar novo e ofertar pasto à vontade. Mas como manejar pasto não é o forte da maioria, ainda permanece a dúvida.

  64. Eduardo Negrini disse:

    Esta discussão irá se manter por vários anos, entra ano e sai ano.
    Vamos analisar o mercado, nos estados de MT e GO praticamente 80 a 85% dos bois abatidos são inteiros, devido ao melhor peso e menos tempo no pasto(propriedade). Boi inteiro dá muito mais trabalho que o castrado, devido seu desvio de comportamento, mais hoje no mercado existem produtos 100% orgânicos (homeopáticos) que reduzem de 85 a 95% os desvios de comportamentos e stress e possibilitam um ganho de 8 a 12 % de ganho de peso diário. Na prática vemos o boi inteiro sair 6 meses antes que um boi capão com 2 arrobas a mais. Para não correr o risco de ser penalizado pelo frigorífico basta fornecer um protéico energético nos últimos 60 dias. Agora não precisamos castrar um animal para fazer com que tenha qualidade aceitavel pelo mercado consumidor. Aconselho aqueles que forem castrar seus animais a deixarem um lote pequeno, nada mais que 1 caminhão ( 18 animais ) inteiros e fornecer um produto para acalma-los e ver qual será mais vantajoso no final, qual saira primeiro e se terá diferença no abate com relação a rendimento, acabamento de carcaça e peso @.

  65. Luiz Mauricio Almeida disse:

    Boa discussão esta, trabalho com nutrição de bovinos de corte a pasto a mais de 20 anos, e o que posso dizer e que o boi capão mais facil de se engordar, pois castra-se o boi e deixa ele ali poar mais 6 mese ou um ano com pasto bom , sal mineral ou proteinado e pronto teremos um boi gordo por volta de 32 a 36 meses. Raras excessões onde se tem uma qualidade genética superior, este prazo cai ai pra 24 a 30 meses, mas pode ter certeza que a base de muito milho, na forma de proteicos e de rações concentradas para terminação a pasto.
    O boi Inteiro requer um manejo mais refinado, o criador tem que ter paixão por pecuária e realmente enternder de boi senão ele não consegue acabar esse boi e começa a fazer reclamações de peladeira de pasto , presunho machucado, cercas quebradas, , mas podem ter certeza que um boi bem manejado inteiro vc tem um animal precoce e com os 3 mm de gordura que os frigo querem só depende de manejo pasto bom e também fazer uso de proteicos e concentrados para acabamento final, e vc tera animais de 17 a 18 @ para abate centre 24 e 32 meses de idade so vai depender de sua genética.
    digo uma coisa o pecuarista tem condiçoes de resolver todos os seus problemas , deprodução melhorando o manejo de sua pastagem, do seu rebanho e da nutrição suplementar.
    Pense nisso Boi e sempre bom negócio independe se Inteiro ou castrado, depende muito mais de como voce toca o seu negócio qto tempo vce se dedica a ele.
    Não deixe que o boi faça por voce o q vocepode fazer por ele, seja um verdadeiro produtor de carne e não um simples criador de gado.

  66. Renan Aires de Alencar disse:

    Voltando ao debate, a não castração aumenta sim o tempo de confinamento para de colocar a milimetragem miníma de gordura, em contrapartida, animais castrados tem rendimento de carcaça inferior, não acho certo considerar exemplos externos, onde a exigência do consumidor é diferente da nossa, lá fora o animal é castrado, mas usam-se hormonios sintéticos os quais tornam estes animais em verdadeiros bois inteiros. A verdade é que hoje no brasil, o mais importante é a carne, rendimento de carcaça, em detrimento de acabamento e e maciez, isso não tira o mérito e as indiscutiveis qualidades do animal castrado, mas o que se discute aqui e deve ficar bem claro, é a renda do produtor e não qualidade do produto.

  67. Jerônimo Alves de Oliveira Neto disse:

    Roberto Trigo Pires de Mesquita concordo plenamente com sua idéia de identificar no rótulo da embalagem se o animal é castrado ou não. Gostaria muito de ver pelo menos uma pesquisa/teste sobre isso. Com relação ao manejo na castração do bovino, venho acompanhando soltas em fazendas de familiares há alguns anos e pude constatar que jamais animal algum morreu.Nem antes, nem durante, nem depois. E o sistema de castração adotado é o seguinte: solta-se o animal na porteira do curral, laça, derruba, castra e logo em seguida com o boi no chão já abre a bolsa escrotal,onde estava os cocos, e joga-se o Tanidil dentro, dando algumas borrifadas. Depois solta o boi no pasto e pronto.

  68. Igor Vaz disse:

    Hoje por exemplo é último dia de lua minguante, portanto estamos castrando vários terneiros. Vale lembrar que aqui no RS em feiras de terneiros, se os animais náo forem castrados, nem permitirao irem a leilao.

  69. Luis Henrique Lopes Lyra disse:

    Pra mim é muita TESE e pouca “mão na massa”. Sei que muitos produtores são sérios, investem, gastam e se preocupam com o setor num todo, mas na minha opinião, há um “esquartejo” na cadeia produtiva. Aqui na lida do dia a dia a gente percebe que há uma certo “sarcasmo” por parte de muito produtor quando diz que “não vai capar boi e pronto, que rende mais, dá mais lucro e etc”, eu respeito, mas a cadeia é mais que isso . É uma pena uma das partes do processo tratar com tanto descaso (não por todos é claro) algo tão sério, pois é notório a dificuldade que as industrias estão tendo em vender a carne do boi inteiro com preços que cubram o pagamento da arroba requerida pelos produtores, pois brasileiro gosta de escutar “o bife fritando na frigideira” e escutar “o estalo do carvão virando brasa e a gordura (ops..gordura ?) pingando e transmitindo aquele cheirinho maravilhoso”, brasileiro come pouca carne “de panela” . Então o que vejo é um processo raivoso entre industria e produtor, baseado num passado de muitos desacertos e “nem ai” para um futuro que poderá ser lindo ou transformar-se num problema ! Espero ver todos de mãos dadas procurando soluções e não apontando culpados, abrindo mão, cada um um pouquinho, seja “de rendimentos” ou valores culturais, para juntos salvarmos o setor e assim evitar que mais industrias venham a fechar. O mundo precisa comer carne, carne faz bem, então vamos todos juntos ganhar com isso, Indústria e Produtor !

  70. paulo marcio colen melo disse:

    claro que nao podemos castrar,alem de ser uma cirurgia que pode ter suas complicacoes,inclusive obito,o animal engorda menos e pesa menos,pois musculo pesa mais que gordura

  71. Mario Saraiva Gomes de Macedo disse:

    Lendo os comentários acima, observei vários comentários individualistas, imediatístas e sem visão de futuro. Também, muitos focados em mercado de qualidade e mercado futuro.
    Gostaria de deixar aqui, um breve relato de minha experiência de mais de 20 anos, nos dois lados desta discussão.
    Sou oriundo do campo, filho de fazendeiro e trabalhei 10 anos em Frigorífico. Como técnico trabalhei na elaboração de programa de carne de qualidade, como certificador de carne e posteriormente ligado a compra de bois em frigorífico.
    Durante esse período, deu para constatar que como bem foi mencionado acima, é a briga do "quem veio primeiro o ovo ou a galinha"; "O couro, não pagam pela qualidade, produzimos sem qualidade" e assim a carne de qualidade.
    Fica claro, que quem consome quer boi castrado(melhor qualidade), quem produz quer produzir inteiro(melhor produtividade). Ao centro ficam os frigoríficos, que primeiro preocupam-se em sobreviver, brigando com a ociosidade, por falta de bois, para suprir sua enorme sede de abater volumes.
    Pois bem, no RS, a preocupação é produzir carne, agregando valor e buscando diferenciais, como bem foi relatado acima, pelo comprador Norueguês, a preocupação é produzir carne de qualidade, semelhante ao Uruguai e Argentina. Pois não temos condições climáticas de criar esta máquina de produção de carne, que é o Zebú Brasileiro. Que é dito animal de carne de baixa qualidade, justamente por ser em sua grande maioria abatido inteiro e sem as devidas condições de acabamento, pelas varias razões expostas acima.
    O RS, produz uma fatia mínima do que é produzido de carne no Brasil. Por consequência, produz um artigo para ser vendido em "boutique", preocupa-se em produzir "CARNE". Enquanto no restante do país, "Os produtores preocupam-se em vender o BOI". O que, enquanto faltar boi, vai acontecer, fazendo com que a carne brasileira continue a ser conhecida como produto de baixa qualidade.
    Vale salientar, que no RS, a bonificação pela qualidade do produto, muitas vezes superam os bônus da rastreabilidade. Isto por que nosso mercado interno paga mais ou igual a carne exportada, com um custo muito menor ao frigorífico.
    Vale salientar, que um produto de qualidade deve ser de animal jovem e castrado, favorecendo a maciêz e aparência e bem acabado de gordura, favorecendo a suculência.
    Acredito que é chegada a hora da "Desescala", pequenas empresas ou setorização das grandes, produzindo produtos de alta qualidade, para nichos de mercados específicos. Agregando valor ao produto e repassando a produtores parceiros.  

  72. Mario Wolf Filho disse:

    Boa tarde, muito importate este debate. Eu sou agropecuarista em Nova Canaã do Norte MT, participo do programa Rubia Galega do grupo Pão de Açucar, e so abatemos femeas e machos meio sangue Nelore X Rubia Galega os machos sãl todos inteiros e precoçe idade ate 18 meses com rendimento de carcaça 56 a 58% terminados no confinamento e as femeas semi-confinadas aposto e rendimento de carcaça de 53 a 54%. Agora começei abater Nelore INTEROS com 80 dia de cocho e tambem precoçe com idade de 24 meses e tem dado 56% de rendimento de carcaça. de medir o rendimento

  73. Rodrigo Belintani Swain disse:

    Prezado Mario, a saida é entrar em um programa como este que vc participa, pois vender para o frigorifico sempre desvalorizam os animais, não pagam rendimento, reclamam quando é inteiro; Neste fim de ano, pagaram 51% de rendimento em boiada de 18@, terminada em semi confinamento, não quiseram pesar na fazenda, tive que vender pesando no balanção, pesam o caminhão antes de chegar na fazenda e depois pesam de novo carregado, quebra sempre uns 10 kg por animal, e o avista sempre de 5 dias, as femeas tenho até vergonha do que esta acontecendo aqui na minha região e não é apenas comigo pagam no máximo 50% de rendimento e na maioria 48% é uma vergonha

  74. Paulo Brigido Lemos e Carolina Brigida Lemos disse:

    Parabéns a todos pelos comentários, atitudes como a do Miguel (BeefPoint) enriquecem muito o cenário atual da produção animal!!!
    Sabe-se que o confinamento de gado inteiro ocorre devido a melhora nos resultados no ganho de peso e na qualidade final da carcaça, por este motivo acompanhamos diariamente clientes com problemas de Sodomia em gado confinado, na qual ajudamos a minimizar este comportamento e suas perdas econômicas com o uso de Produtos Homeopáticos Veterinários (Sodomia H), com excelentes resultados, permitindo melhor acabamento de carcaça, com baixo custo. Estamos abertos a discussões e esclarecimentos de dúvidas.

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