Adolfo Fontes, analista do Rabobank de proteína animal, e Renato Rasmussen, do setor de grãos do banco, fizeram um estudo sobre a necessidade e a viabilidade da integração lavoura-pecuária. A adoção do sistema possibilita recuperação das pastagens, adoção de práticas ambientais sustentáveis, redução de riscos e diversificação da renda do produtor.
Dados do Rabobank apontam que, se o produtor fizer apenas o plantio de soja durante o ano, terá uma margem de R$ 410 por hectare. Se após a soja ele acrescentar a safrinha de milho, essa margem sobe para R$ 604. Quando a integração envolve a pecuária, o ganho é maior ainda. O plantio de soja, seguido de uma “safrinha de boi”, pode render R$ 743, segundo cálculos do banco. O produtor com solo favorável para a utilização de três safras -soja seguida de milho com capim e, na sequência, o boi- tem margem de R$ 937 por hectare.
Rasmussen e Fontes afirmam, apesar dos benefícios, essa prática ainda encontra entraves. É um modelo complexo de produção e, muitas vezes, há despreparo do pecuarista no planejamento e no escalonamento da operação agrícola. Além disso, há ausência de suporte técnico, o que inibe a expansão. A infraestrutura precária também desfavorece a disseminação dessa técnica, apontam os técnicos. Apesar disso, Fontes e Rasmussen acreditam que o avanço da integração lavoura-pecuária será promissor nos próximos anos.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.