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Integração Lavoura-Pecuária leva soja ao noroeste do Paraná

A produção de gado e de grãos no mesmo espaço, técnica conhecida como Integração Lavoura-Pecuária (ILP), tem mudado a paisagem do noroeste paranaense ao conseguir um feito antes considerado improvável: implantar lavouras de soja na região conhecida por solos arenosos.

Trabalhada por lá desde os anos 2000, a ILP conseguiu recuperar as pastagens degradadas e aumentar a produtividade, o que trouxe benefícios ambientais e econômicos para a região.

“Era um desafio produzir grãos no arenito, já que o solo tem baixa capacidade de retenção de água e o calor influencia a demanda maior de água pelas plantas.

“A adoção da ILP vem colaborando com a mudança dessa realidade”, conta o pesquisador Alvadi Balbinot, da Embrapa Soja (PR). A cadeia produtiva agropecuária mais importante da região é a pecuária de corte, com cerca de dois milhões de cabeças de gado.

Produtividade

Até o início dos anos 2000, a atividade principal da fazenda Flor Roxa, com aproximadamente 1,6 mil hectares, em Jardim Olinda, no noroeste do Paraná, era a criação de bovinos.

O produtor César Vellini explica que as pastagens estavam em estado avançado de degradação e que, buscando novas opções para diversificar, resolveu introduzir a soja no sistema.

Aos poucos, Vellini foi transformando a realidade da fazenda a partir da ILP. A cada dois anos, são alternados os cultivos, por meio de um planejamento rotativo em 33% da área.

A soja e a cana entram no verão, com milho e braquiária no inverno.

Os resultados têm surpreendido. Na safra 2016/2017, por exemplo, na Fazenda Flor Roxa a média de produtividade da soja foi 74 sacas por hectare, enquanto a média do Paraná foi de 61 sacas por hectare.

Apesar da produtividade elevada, o produtor insiste na rotação que é recomendada pelo sistema. “Sei que não dá para plantar apenas soja, porque a gente tem que pensar no sistema como um todo para ter mais vantagens econômicas e ambientais em todas as atividades no futuro”, afirma.

A segurança na adoção da ILP, de acordo com Vellini, vem da certeza dos benefícios que retornam em longo prazo. Uma das vantagens é a fertilidade do solo. “A gente faz a reforma de pasto praticamente sem custo, ou melhor, a fertilidade empregada na soja paga a reforma do pasto”, explica. “Se a gente não faz isso, a pastagem vai se degradando e o gado fica sem alimento. Hoje tenho pasto de sobra aqui na fazenda para alimentar os animais. E ainda reduzo o custo e aumento a produtividade”, comemora.

Fonte: Redação RVTV .

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