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INPE e Embrapa: pastagens ocupam maior parte de áreas desmatadas da Amazônia Legal

Conforme Cláudio Almeida (INPE), não é possível afirmar se o setor que ocupa a área desmatada foi o real responsável pelo desmatamento na localidade. Conforme Almeida, somente um estudo mais detalhado pode dar condições ao Governo Federal para entender a dinâmica.

O principal uso das áreas desmatadas na Amazônia Legal em Mato Grosso até o ano de 2008 foi para pastagem. No estado, 68% do perímetro desflorestado dentro deste bioma foram ocupados pela pecuária. A conclusão é do TerraClass, sistema baseado em estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os números apresentados nesta terça-feira (13) em Cuiabá, têm como base de dados o mapeamento do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES).

Até 2008, o sistema identificou nesta unidade uma área de 903.3 mil quilômetros quadrados distribuída em diferentes biomas. Só na região da Amazônia Legal o estado possui mais de 500 mil quilômetros quadrados. O TerraClass mostrou a dinâmica de ocupação do bioma amazônico em todos os nove estados da Amazônia Legal e conclui que em âmbito nacional, 62% das terras desmatadas na floresta destinaram-se aos pastos entre os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. As áreas correspondem a pastos limpos, pastos sujos e pastagens abandonadas.

Cláudio Almeida, chefe do Inpe Amazônia e um dos coordenadores do TerraClass, explica que o sistema utiliza como base de dados números referentes a 2008 e não é possível mensurar como ficou ordenada a distribuição das atividades em áreas desflorestadas deste ano em diante.

O TerraClass separou em 11 as chamadas ‘classes temáticas’, onde estão as atividades que foram identificadas nas áreas desflorestadas. Em Mato Grosso, dos 68% ocupados por pastagens, em 53% foram por pastos limpos (107.4 mil km²). Ou seja, onde estão os territórios de pastagem em processo produtivo com predomínio de vegetação e cobertura de espécies gramíneas entre 90% e 100%.

Outros 9% (17.9 mil km²) das áreas do bioma ocuparam-se com pasto sujo, onde também existe o processo produtivo, predomínio de vegetação gramínea associado à presença de vegetação arbustiva. Em outros 6% (11.2 mil km²) foram identificadas a regeneração com pasto. Nela, após o corte raso da vegetação natural e o desenvolvimento de alguma atividade agropastoril encontram-se em processo de regeneração da vegetação nativa.

Já a agricultura anual ocupou 16% (30.9 mil km²) da área que foi desflorestada até 2008 em Mato Grosso. Mas conforme o coordenador, não é possível afirmar se o setor que ocupa a área desmatada foi o real responsável pelo desmatamento na localidade. Conforme Almeida, somente um estudo mais detalhado pode dar condições ao Governo Federal para entender a dinâmica.

Para o setor produtivo de Mato Grosso, não se pode associar o desmatamento das áreas pelo segmento. Superintendente da Associação dos Criadores Estado (Acrimat), Luciano Vacari é enfático ao afirmar ser necessário entender de que maneira ocorreu o desflorestamento nas áreas e quais foram seus responsáveis.

Em âmbito nacional, 34.927,24 km² foram ocupados pela agricultura anual nas áreas desflorestadas até 2008 na Amazônia Legal. A maior utilização foi identificada em Mato Grosso, com seus 30.952 km².

Observando somente a presença de pasto limpo neste bioma no país, 335.714,94 km² foram mapeados. Aos números que segundo o governo indicam a presença da pecuária nas terras desflorestadas estão também os 62.823,75 km² de pasto sujo; 48.027,37 km² com regeneração de pasto e 594,19 km² com pasto em solo exposto.

Alexandre Camargo Coutinho, pesquisador da Embrapa, defende que os números aos quais o sistema chegou vão balizar o Governo Federal na definição de estratégias para investimentos em ações de preservação da floresta bem como na utilização das áreas com potencial de exploração.

Fonte: G1 MT, adaptada pela Equipe BeefPoint.

 

1 Comment

  1. Deurilson Sampaio disse:

    A dinâmica é a seguinte, os exploradores de madeira cercam ou compram uma área, exploram o que é possível, e tentam explorar a área com pecuária ou agricultura, como eles são despreparados em tecnologia e raça para levar o negócio adiante vendem-se essas terras a outras pessoas. Os ocupantes de hoje (90%) não são responsáveis pela derrubada do passado. Agora os exploradores de madeira atualmente são alimentados pela altas ofertas de madeira pela indústria de moveis residenciais para a elite da população mundial. Parece que a zona urbana é totalmente isenta de culpa e quem vive na mata é culpado. Temos que refletir e resolver como deixar saídas para as pessoas que vivem nessas áreas sobreviver. Educação, saúde e trabalho a esses povos!!!!

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