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Influência da suplementação energética sobre a taxa de prenhez de fêmeas superprecoces

Os índices reprodutivos da bovinocultura de corte são fortemente afetados pela idade ao primeiro parto das matrizes. Buscando a maximização desses índices, faz-se necessário a seleção de fêmeas superprecoces, que entrem em reprodução entre 13 e 15 meses de idade, tendo o primeiro parto até os 24 meses. Para que ocorra a redução da idade ao primeiro parto, é importante um bom programa nutricional para que ocorra crescimento constante desde a desmama, atingindo peso mínimo de entrada em reprodução com a idade descrita.

Os índices reprodutivos da bovinocultura de corte são fortemente afetados pela idade ao primeiro parto das matrizes. Buscando a maximização desses índices, faz-se necessário a seleção de fêmeas superprecoces, que entrem em reprodução entre 13 e 15 meses de idade, tendo o primeiro parto até os 24 meses. Para que ocorra a redução da idade ao primeiro parto, é importante um bom programa nutricional para que ocorra crescimento constante desde a desmama, atingindo peso mínimo de entrada em reprodução com a idade descrita.

As interações nutrição/reprodução são determinantes para o início da atividade reprodutiva nos bovinos, sendo extremamente importante o “status fisiológico” do animal nesse momento. As funções específicas e os mecanismos pelos quais a nutrição influi na reprodução são muito difíceis de serem elucidados devido ao fato dos nutrientes requeridos para a atividade reprodutiva serem também necessários a funções fisiológicas do organismo.

Pilau e Lobato (2009) avaliaram os efeitos da suplementação energética sobre os aspectos reprodutivos de fêmeas Angus mantidas em pastagens com idades entre 13 e 15 meses. Foram utilizadas 89 novilhas, de grupos contemporâneos e com peso vivo médio de 242 kg, mantidas em pastagens de aveia preta, azevém e nativa. Os tratamentos aplicados foram exclusivamente a pasto e a suplementação com milho moído na quantidade de 0,7% do peso vivo durante 48 dias pré estação de monta. A massa de forragem foi mantida entre 1200 e 1800 kg/ha, com ajustes através da inclusão e retirada de animais. No início da estação de monta foi realizado exame de ultrassonografia do trato reprodutivo de todas as fêmeas, sendo dado notas de 1 a 5 (1 = trato reprodutivo imaturo e 5 = atividade cíclica normal).

A suplementação das novilhas com 0,7% do peso vivo com milho moído possibilitou um incremento no ganho de peso médio, sendo observado 0,800 kg/animal/dia para as fêmeas suplementadas e 0,658 kg/animal/dia para as fêmeas controle (tabela 1).

Tabela 1. Ganho de peso diário e mudanças na condição corporal de novilhas de cortes com ou sem suplementação energética

Foi observada uma pequena perda de peso das fêmeas durante o período reprodutivo, podendo estar relacionada à mudança de pastejo, de pasto cultivado para pastagem nativa, ou das próprias alterações metabólicas observadas nas fêmeas durante a reprodução.

Não foram observadas alterações no peso vivo médio e na condição corporal das fêmeas dos diferentes tratamentos no início do período reprodutivo (Tabela 2).

Tabela 2. Peso vivo médio, condição corporal média e taxa de novilhas púberes no início do período de acasalamento

O aumento do número de novilhas púberes mostra que o aumento da ingestão de energia pode levar a antecipação da idade de entrada na puberdade, possivelmente devido a uma condição metabólica mais favorável.

A suplementação energética de fêmeas pré-puberes, não só possibilitou maior número de fêmeas púberes ao início do período de acasalamento, como uma maior taxa de prenhez ao final da estação de monta (Tabela 3). Além da maior taxa de prenhez obtida, observamos também uma tendência de antecipação do momento da prenhez no início da estação de monta. A antecipação da prenhez dentro do período de acasalamento é extremamente importante para a próxima concepção, por possibilitar um maior tempo para recuperação dentro do anestro pós-parto seguinte. Isso se torna ainda mais importante em fêmeas jovens, pelo fato dessas ainda estarem em crescimento.

Tabela 3. Taxa de prenhez e momento da concepção de fêmeas de corte superprecoces com ou sem suplementação energética

A suplementação energética de fêmeas superprecoces pode ser utilizada para aumento do número de fêmeas púberes ao início do período reprodutivo, bem como aumento da taxa de prenhez. O aumento nas taxas de prenhez, não mostrou ligação direta com o aumento da condição corporal das fêmeas, fato que pode ocorrer principalmente nos casos de fêmeas com condições corporais menores.

Referências bibliográficas

PILAU, A.; LOBATO, J.F.P. Suplementação energética pré-acasalamento aos 13/15 meses de idade para novilhas de corte: desenvolvimento e desempenho reprodutivo. Rev. Bras. Zootec., v. 38, n. 12, p. 2482-2489, 2009.

BOLANOS J.M.; FORSBERG, M.; KINDAHl, H.; RODRÍGUES M.H. Influence of body condition and restricted suckling on post-partum reproductive performance of zebu cows in the humid tropics. Reprod. dom. Anim., v.31, p.363-367, 1996.

0 Comments

  1. Ana Virgínia Leal disse:

    Temos visto isto na prática que o peso é muito importatne no iníco da estação de monta, sendo que no mínimo as novilhas devem pesar 280kg e que a data de prenhez (qdo mais no início melhor da estação de monta) também é bastante influenciável para a reconcepção.

  2. André Alves de Souza disse:

    Prezada Ana,
    Priemeiramente muito obrigado por seus comentários. Realmente o peso faz muita diferença pois nos casos de fêmeas superprecoces elas ainda estão crescendo no momento da reconcepção, e isso faz com que o organismo do animal priorize o crescimento em detrimento da reprodução. Com as exigências nutricionais basal, de lactação e crescimento juntas, temos que nos desdobrar para conseguir manter a reprodução, visto que essa é somente a OITAVA (8A) prioridade do metabolismo animal, ficando atrás do crescimento e da lactação por exemplo.

    Forte abraço.

  3. catarina lopes disse:

    Achei o artigo bastante interessante e queria saber qual a tua opinião sobre a gordura by pass, no caso o Megalac-E, em novilhas superprecoces para essa antecipação da puberdade (energia). Segundo alguns trabalhos realizados aqui no Brasil, fonte de ômegas 3 e 6 ajudaria na manutenção da gestação; será que poderíamos ter um efeito “somatório” nas novilhas não púberes (e com um desafio de idade)?

    Os trabalhos realizados aqui no Brasil, mostraram que uma suplementação com o Megalac-E (suplemento energético com alta quantidade de ômegas 3 e 6) teve um incremento na taxa de prenhez de vacas Nelore quando comparado ao Megalac (fonte de energia com baixa quantidade de ômegas 3 e 6). O trabalho concluiu que o incremento nas taxas de prenhez foi independente da contribuição energética, e, sim, pelo fornecimento de ômegas 3 e 6.

    Você acredita que os ômegas 3 e 6 poderiam melhorar a reprodução dessas novilhas superprecoces?

    Obrigada

  4. André Alves de Souza disse:

    Prezada Catarina,
    Existe uma forte e íntima relação entre nutrição e reprodução, envolvendo diversos processos no metabolismo animal, os quais irão determinar ciclicidade, e a reprodução propriamente dita nos bovinos. A suplementação energética, certamente nos mostra uma “aceleração” metabólica e consequetemente maiores eficiências reprodutivas.

    Um grande abraço.

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