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Influência da qualidade da dieta nas funções do cérebro

Em 24 de junho de 2009, a Associação de Nutricionistas da Austrália promoveu o simpósio "Qualidade da Dieta e Cognição - o elo perdido?". O foco do simpósio foi a importância dos nutrientes, particularmente ferro, zinco, vitamina B12, Ômega 3 e proteínas no funcionamento do cérebro e na cognição. O presidente do simpósio, Tony Helman, forneceu uma visão geral do que está envolvido no campo de "nutrição e cognição". Helman começou dizendo que existem muitos aspectos envolvidos com a "cognição". Além do tipo de pensamento testado nos testes de QI (Quociente de Inteligência), aspectos do funcionamento do cérebro que podem potencialmente ser influenciados pela nutrição incluem: processamento da informação, linguagem e percepção, mas também humor e energia geral.

Em 24 de junho de 2009, a Associação de Nutricionistas da Austrália promoveu o simpósio “Qualidade da Dieta e Cognição – o elo perdido?”. O foco do simpósio foi a importância dos nutrientes, particularmente ferro, zinco, vitamina B12, Ômega 3 e proteínas no funcionamento do cérebro e na cognição. O presidente do simpósio, Tony Helman, forneceu uma visão geral do que está envolvido no campo de “nutrição e cognição”. Helman é educador médico e nutricionista, além de editor do jornal eletrônico de nutrição, Arbor Clinical Nutrition #UPD#s.

Helman começou dizendo que existem muitos aspectos envolvidos com a “cognição”. Além do tipo de pensamento testado nos testes de QI (Quociente de Inteligência), aspectos do funcionamento do cérebro que podem potencialmente ser influenciados pela nutrição incluem: processamento da informação, linguagem e percepção, mas também humor e energia geral. Uma vasta variedade de atividades realizadas pelo nosso cérebro dificulta o desenvolvimento de testes sensíveis e específicos para a função cerebral. Esse é um dos desafios significantes enfrentados pela pesquisa sobre dieta e cognição.

Ele explicou os importantes períodos de ciclos de vida e vários elementos funcionais do cérebro que podem potencialmente ser afetados por nutrientes e alimentos. Esses incluem:

• Elementos estruturais: os próprios neurônios e diferentes questões que surgem durante o desenvolvimento fetal, crescimento durante a infância, manutenção na vida adulta e manutenção da função cerebral saudável durante o envelhecimento;
• Energéticos: a nutrição é crucial, levando em consideração que o cérebro usa 20% da energia do corpo;
• Neurotransmissão: os neurotransmissores, como serotonina, dopamina e glutamato, são influenciados pela ingestão de nutrientes;
• Estruturas de suporte: tecido cerebral, fluido cérebro-espinhal, vasos sanguíneos;
• Rede neural: o aspecto da função cerebral que vem das conexões entre os neurônios e sua função como unidade.

Figura 1. Nutrientes envolvidos na função cerebral

Dentro desse tema sobre relação entre dieta e função do cérebro, a nutricionista e professora acadêmica da Universidade de Newcastle, em New South Wales, Austrália, Amanda Patterson, estudou a relação entre a deficiência de ferro, energia e humor. A quantidade de ferro no cérebro é similar a de outros importantes órgãos de estocagem de ferro, como fígado e medula óssea. Além de seu papel em conduzir o oxigênio dentro da hemoglobina, a distribuição de ferro no cérebro sugere que esse elemento tem um papel de desenvolvimento em diferentes regiões do cérebro e um papel funcional na produção dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina.

Isso é particularmente importante em bebês. Tanto os bebês com anemia como os sem anemia, mas com deficiência de ferro apresentaram maus resultados em testes de desenvolvimento (2,3) e vários estudos mostraram que a deficiência de ferro pode afetar significantemente a concentração e o desempenho escolar em crianças com idade escolar. É importante notar que se não forem corrigidos precocemente, esses déficits nem sempre podem ser reversíveis.

Em adultos, existem evidências de que a deficiência de ferro, mesmo sem qualquer sugestão de anemia, pode causar sintomas mais comuns, como cansaço inexplicável, e a correção do status de ferro melhora a fadiga (7). Um recente estudo norte-americano mostrou que a suplementação de ferro normalizou a função cognitiva em mulheres jovens com deficiência de ferro (8).

Patterson apresentou os resultados de sua própria pesquisa que buscou explorar as ligações entre a deficiência de ferro e a saúde mental e física. O Estudo Australiano Longitudinal sobre a Saúde das Mulheres envolveu mais de 41.000 mulheres de grupos etários variados que completaram questionários incluindo perguntas sobre qualquer diagnóstico de deficiência de ferro e sobre seus sintomas, incluindo medidas de cansaço e vitalidade. O gráfico abaixo mostra que existe uma associação clara entre o diagnóstico de deficiência de ferro e saúde física e mental, incluindo vitalidade geral.

Como um seguimento a esse estudo observacional, um estudo clínico aleatório foi conduzido com 44 mulheres com deficiência de ferro e 22 mulheres sem deficiência, que eram o grupo controle. A suplementação com ferro ou uma dieta contendo quantidade recomendada de ferro absorvido (2,25 mg/dia) foi prescrita durante três meses, seguido por um período de observação de seis meses pós-tratamento. Os resultados sugerem que uma dieta rica em ferro é tão efetiva quanto suplementos de ferro na correção da saúde mental e da vitalidade.

Referências bibliográficas

1. Ahmed F. et al. Iron status among Australian adults: findings of a population based study in Queensland, Australia. Asia Pac J Clin Nutr. 2008;17(1):40-7.

2. Oski FA. et al. Effect of iron therapy on behavior performance in nonanemic, iron-deficient infants. Pediatrics. 1983 Jun;71(6):877-80.

3. Lozoff B. et al. Poorer behavioral and developmental outcome more than 10 years after treatment for iron deficiency in infancy. Pediatrics. 2000 Apr;105(4):E51.

4. Soemantri AG. et al. Iron deficiency anemia and educational achievement. Am J Clin Nutr. 1985 Dec;42(6):1221-8.

5. Webb TE. et al. Iron deficiency anemia and scholastic achievement in young adolescents. J Pediatr. 1973 May;82(5):827-30.

6. Pollitt E. et al. Iron deficiency and educational achievement in Thailand. Am J Clin Nutr. 1989 Sep;50(3 Suppl):687-96

7. Verdon F. et al. Iron supplementation for unexplained fatigue in non-anaemic women: double blind randomized placebo controlled trial. BMJ. 2003 May 24;326(7399):1124.

8. Murray-Kolb LE. et al. Iron treatment normalizes cognitive functioning in young women. Am J Clin Nutr. 2007 Mar;85(3):778-87.

Artigo baseado em uma publicação do Meat and Livestock Australia (MLA) chamada Vital, publicada em setembro de 2009. A publicação original pode ser acessada no link: http://www.redmeatandnutrition.com.au/NR/rdonlyres/.

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