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Inflação em 12 meses supera centro da meta, mas com maior difusão, nota IBGE

Com a leitura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro (+0,89%), o indicador acumulado em 12 meses foi a 4,31% e voltou a superar o centro da meta de 4% estipulada pelo Banco Central (BC) para 2020. 

As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. De acordo com técnicos do instituto, é terceira vez que isso acontece ao longo de 2020 e a quarta vez no intervalo de 12 meses. Entretanto, os fenômenos, dizem, têm naturezas diferentes. 

O IPCA acumulado em 12 meses também foi de 4,31% em dezembro de 2019, 4,19% em janeiro deste ano e 4,01% em fevereiro, caindo a 3,30% já em março. Apesar das similaridades com o valor atual, o técnico do IBGE responsável pela pesquisa, Pedro Kislanov, afirma que, na passagem de 2019 para 2020, o único subitem que pressionava a inflação era a carne, enquanto hoje há uma alta mais generalizada de preços. 

“Agora vivemos uma situação muito diferente na alta dos produtos alimentícios, com uma difusão bem maior, que reflete altas mais intensas em produtos como a batata, o tomate e o arroz. São altas que, no acumulado do ano, ficam acima de 50% em alguns casos”, diz Kislanov. 

Segundo o IBGE, em novembro, o índice geral de difusão, que aponta a distribuição da inflação por diferentes tipos de produto, caiu para 67%, ante 68% em outubro. Quando se olha especificamente para alimentos, no entanto, esse índice segue em alta, saltando de 73% para 80% de um mês para outro. Isso significa que oi a cada dez produtos alimentícios tiveram variação positiva em novembro, situação bem diferente da verificado no final do ano passado, quando tudo se explicava pelo movimento das carnes. 

Além de questões específicas a cada gênero alimentício, como demanda externa, entressafras e mudanças de temperatura, Kislanov aponta como razão para essa maior difusão da alta de preços as mudanças provocadas pela pandemia, que afetou o consumo de serviços e preservou mais renda para alimentação no domicílio e, em um segundo momento, levou o governo a distribuir renda com o auxílio emergencial, o que aumentou a demanda por alimentos e abiu espaço para o aumento de preços. 

Fonte: Valor Econômico.

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