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Inflação das carnes preocupa também a Casa Branca

A inflação das carnes já não é uma preocupação que se restringe a países em desenvolvimento, como Brasil e Argentina. Publicação que foi ao ar hoje (8/9) no site da Casa Branca diz que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está preocupado com o impacto das proteínas sobre as contas das famílias americanas. 

Levantamento da Casa Branca mostra que, desde dezembro, os preços da carne bovina aumentaram 14% no país, os da carne suína, 12,1%, e os da proteína de aves, 6,6%. Segundo o governo americano, o aumento é consequência da falta de concorrência no processamento de carne. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) diz que quatro grandes companhias controlam de 55% a 85% dos mercados dessas três proteínas. 

“Os dados mostram que essas empresas aumentaram os preços enquanto geraram lucros recorde durante a pandemia”, afirma a publicação. “Os dois primeiros trimestres de 2021 foram os mais lucrativos da história para alguns desses processadores. O lucro líquido de muitas dessas empresas também está a caminho de atingir recordes históricos”. 

Segundo a Casa Branca, o presidente está tomando medidas para fazer com que sejam cumpridas as leis antitruste e para evitar especulação que prejudique consumidores, que pagam mais, e os pecuaristas, que recebem menos pelos animais. 

No texto, o governo informa que, entre as iniciativas, está uma investigação conduzida pelo USDA e pelo Departamento de Justiça para apurar suspeitas de fixação de preços pela indústria. A administração cita a confissão de culpa pela Pilgrim’s Pride, que teve que pagar multa de US$ 107 milhões, entre outras acusações.

Em junho, a Argentina decidiu impor cotas de exportações para tentar conter os preços das carnes. O presidente argentino, Alberto Fernández, comemorou nesta semana a queda de 1,4% no preço das carnes no país em agosto. Foi o segundo mês consecutivo de queda dos preços das proteínas. 

“Não é justo que o preço internacional da carne bovina seja o mesmo que nossos compatriotas pagam. Cuidar da mesa dos argentinos, esse é o nosso compromisso”, disse Fernández no Twitter. 

Para o consultor César de Castro, do Itaú BBA, a estratégia dos argentinos tende a criar problemas no médio prazo, uma vez que desestimula produtores a criarem animais. Isso, segundo Castro, reduziria a oferta e provocaria uma alta estrutural nos preços. 

No Brasil, apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Ampla (IPCA) demonstrar o impacto da inflação das carnes sobre a população, especialmente a mais pobre, o presidente Jair Bolsonaro já disse, em mais de uma oportunidade, que não vai restringir o mercado ou tabelar preços. 

Fonte: Valor Econômico.

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